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Conteúdo sensível

Conforme íamos crescendo, mamãe nos permitia explorar diferentes estilos de roupas

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Conforme íamos crescendo, mamãe nos permitia explorar diferentes estilos de roupas. Essa liberdade era maravilhosa, pois cada uma de nós tinha a chance de escolher o que mais gostava e, aos poucos, criar nossa identidade. Eu, particularmente, amava essa ideia. Já experimentei muitos tipos de roupas, mas o street style sempre foi a minha paixão. Vestir jeans, misturar estilos e montar looks que variavam do street ao preppy era o que me fazia sentir viva.

Porém, ultimamente, essa liberdade estava limitada. Vovó comprou várias peças no estilo old money, que, embora lindíssimas, não refletiam quem eu realmente sou. A falta de liberdade para escolher o que vestir começava a me sufocar. Não me entenda mal; eu sabia que não poderia usar uma calça jeans rasgada e um top curto para ir ao palácio. Conhecia os limites, mas no dia a dia, queria poder optar por algo mais confortável e, digamos, normal.

Então, considerando que hoje eu teria a chance de fazer um tour por Londres, sem guardas, sem o título de Lancaster, e sem príncipes e rainhas, apenas eu, minhas irmãs e minha mãe conhecendo as maravilhas da cidade, decidi que iria arrasar no look. Com essa empolgação, me levantei e corri para o banheiro. Fiz tudo que precisava: lavei o cabelo, escovei os dentes, fiz uma boa skincare e passei protetor solar para me proteger do dia ensolarado.

A roupa que escolhi era ousada: uma saia jeans surrada e curta, combinada com um top verde escrito "Milano" em dourado. Definitivamente mostrava mais pele do que o habitual, mas não me importava. Estava radiante. Era uma sensação de liberdade, como se, por alguns momentos, estivesse em casa novamente, livre para me expressar sem me preocupar com o que os outros pensavam. Essa era a Charlotte que queria ser.

Era estranho sentir tanta alegria por uma simples roupa? Talvez. Eu apenas precisava da sensação de que nada havia mudado, de que ainda era a mesma garota que adorava um brechó, que usava peças que tinham histórias para contar. E, sinceramente, a conversa que tive com Frederick alguns dias atrás ainda ressoava em minha mente, me deixando nervosa.

Não poderia ser hipócrita e fingir que não percebia seus sentimentos por mim. Os olhares que ele lançava, o jeito como me tratava diferente das minhas irmãs, tudo aquilo não passava despercebido. Mas, a dúvida persistia: será que ele realmente achava que eu era atraente ou era apenas curiosidade por eu ser diferente das garotas de aqui?

Às vezes, eu queria que ele saísse de sua bolha e visse que existiam milhões de garotas como eu. Garotas que adoravam ouvir Taylor Swift em qualquer situação, que amavam festas aos fins de semana, mas que também apreciavam um bom livro de romance e adoravam pizza. Eu me considerava tão normal que, por vezes, achava isso entediante.

Óbvio que não me diminuía; sabia que era incrível e, graças a Deus, tinha um espelho em casa que me lembrava disso. No entanto, não conseguia entender o fascínio que ele tinha por mim, sendo que havia tantas outras garotas iguais.

Lancaster IOnde histórias criam vida. Descubra agora