•Primeiro livro da série Lancaster
Charlotte sempre tentou viver à margem dos holofotes, apesar de pertencer a uma das famílias mais influentes do mundo. Determinada a ter uma vida comum, ela se mantém distante dos eventos da alta sociedade que a ce...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Frederick reagiu melhor do que eu esperava.
A verdade é que, até agora, eu não tinha ideia de como ele seria em um relacionamento. Ele nunca namorou antes, e de acordo com o que me disse, é o tipo de cara ciumento. Por isso, ver como ele manteve a calma quando soube que eu já estive com outra pessoa antes... me deixou um tanto surpresa. E... feliz.
Eu não sei onde estava com a cabeça ao aceitar o namoro. Talvez, no fundo, quisesse me convencer de que era isso que eu realmente queria. Ou talvez, estivesse apenas buscando algo que pudesse preencher o vazio.
Eu nunca me senti tão segura ao lado de alguém. Isso era verdade. Mas também... era estranho pensar em como Frederick, o garoto que eu conheci, o garoto sem graça, mudou tanto. Parece que ele tem algo a mais, algo que eu não consigo explicar. Talvez, nunca vá conseguir. Ele é mais do que aparenta.
Às vezes, seus olhos ficam mais escuros, como se alguma energia pesada se formasse ao seu redor. Algo que me faz sentir que ele não é quem eu pensava. Não sou idiota, vejo os sinais. Quando algo não o agrada, ele se torna sombrio, uma presença que me deixa desconfortável.
Mas eu prefiro ignorar. É só ele ficando bravo, não deve ser nada. Todos temos nossos lados mais obscuros, não é? Então, quem sou eu para perguntar ou querer entender? A decisão de Frederick de me mostrar ou não, é dele. E eu não vou questioná-lo.
Hoje não era dia para pensar nessas coisas. Hoje era dia de ficar ansiosa, de viver o momento e não se perder em problemas.
Era estranho pensar que, mesmo sem um primeiro encontro oficial, já estávamos namorando. Mas, de certa forma, não era culpa nossa. Eu não planejei isso. Frederick me pediu em namoro e, de algum jeito, algo em mim queria dizer sim. Mas também queria esperar, queria ir com calma.
Ele parecia ansioso. E, de alguma forma, isso me fez querer recuar. Quando quase me obrigou a dormir na casa dele, fiquei em dúvida. Eu queria, mas não podia dar um passo maior do que minhas pernas aguentavam. Não ainda.
— Leve-me para casa. — Pedi, suavemente.
Ele relutou, mas, quando ameacei terminar, ele cedeu. E foi rápido.
Saí do banho e coloquei uma música leve de fundo. Paper Rings, da loirinha. Comecei a escolher uma roupa, sem muito planejar. Frederick não especificou para onde iríamos. Ele só disse para eu usar o que eu quisesse. Ele não estava nem aí. E isso, de alguma forma, me fez sentir mais à vontade.
Escolhi um vestido verde cintilante. Longo, com uma fenda lateral que ia até o meio da coxa, e um decote sutil, mas provocante. Lindo e nada exagerado. Era elegante, mas também prático para diferentes ocasiões.
Quando terminei de me arrumar, olhei pela janela e vi o carro de Frederick chegando. Meu coração disparou. Decidi sair antes que me fizessem perguntas demais. Ninguém sabia que estávamos namorando ainda. E, sinceramente, eu não queria ter que explicar nada a ninguém. Talvez, em alguns dias, eu contasse. Quando estivesse mais confortável com a ideia.
