•Primeiro livro da série Lancaster
Charlotte sempre tentou viver à margem dos holofotes, apesar de pertencer a uma das famílias mais influentes do mundo. Determinada a ter uma vida comum, ela se mantém distante dos eventos da alta sociedade que a ce...
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Ela estava linda.
Uma visão inebriante, como se cada centelha de luz nas montanhas fosse reflexo dela. Eu não conseguia desviar o olhar.
Era uma loucura o que eu sentia por Charlotte. Era algo tão intenso, tão visceral, que nem mesmo eu sabia como nomear. Não poderia chamar de paixão, qualquer um perceberia que era mais profundo do que isso. Também não era amor, isso soava simples demais, quase ingênuo diante da complexidade e da brutalidade do que sentia por ela.
Era mais forte. Muito mais.
Desde que a conheci, sabia que estava perdido, que não conseguiria parar até torná-la minha. Até fazer com que ela entendesse que ela era minha, de uma forma possessiva, irrevogável.
Tudo nela me pertencia. Sua mente, seu corpo, sua alma. Cada respiração que ela tomava, cada batida de seu coração, seus medos, seus desejos... seus prazeres. Nada disso era dela sozinha.
Ela podia não saber o quão profundo eu já havia mergulhado nela, mas contanto que não fugisse de mim, ela não precisava se preocupar com as consequências. Eu não permitiria que ela tivesse que encarar isso sozinha.
Enquanto a via olhando para as montanhas, sentada em frente a mim, o desejo de mantê-la para mim, longe de tudo, só crescia. Eu queria tirá-la dali, para um lugar onde ninguém pudesse vê-la, um lugar onde pudesse adorá-la e amá-la como ela merecia. Sem interferências, sem distrações. Apenas nós dois.
A sensação de posse era quase sufocante. Não estava preparado para dividi-la com ninguém. Isso, mais do que qualquer outra coisa, me deixava inquieto.
— Gostou do restaurante, querida? — Perguntei, sabendo pela forma como seus olhos brilharam que ela tinha amado.
Eu compraria toda a cordilheira dos Alpes suíços se isso significasse ver esse brilho em seus olhos mais vezes.
Charlotte sorriu, ainda olhando para as montanhas, a respiração pausada.
— Isso é incrível, Fred. Eu nem sei o que dizer. Ninguém nunca fez nada parecido antes. — Sua voz tinha um tom de fascínio, como se ainda não acreditasse no que estava vendo.
Meus dedos se entrelaçaram com os dela enquanto eu a puxava para mais perto, sem desviar o olhar.
— Tenho certeza de que os americanos não são nada comparados a mim. — Falei, tentando esconder a ponta de orgulho na voz.
Ela me olhou de canto, um sorriso travesso se formando em seus lábios.
— Não acredito que você está com ciúmes dos Alpes.
Eu ri, não conseguindo evitar, mas a risada estava carregada de uma mistura de arrogância e desejo.
— Não estou com ciúmes! — Falei, tentando parecer sério, mas a diversão era evidente em minha voz. — Eu só quero sua atenção. E acho que ela deve ficar só em mim.