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O jantar havia sido perfeito

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O jantar havia sido perfeito.

Era impressionante como Frederick sempre conseguia me fazer sentir especial, como se cada gesto, cada palavra fosse cuidadosamente escolhido para me cativar. Ele parecia gostar de me agradar, não por obrigação, mas porque queria. A diferença era gritante. E, por algum motivo, isso fazia tudo parecer ainda mais intenso.

Depois que o garçom saiu, eu corei de vergonha. Ele não tinha um pingo de decência, dizendo absurdos com um sorriso nos lábios, sem se importar com o fato de ser um príncipe. Esse lado dele ainda era novo para mim, um Frederick que eu estava descobrindo aos poucos, em pequenas conversas, como a que tivemos agora. Eu contei algo bobo sobre minha infância, e ele me ouviu com tanta atenção que foi como se o mundo parasse.

Como deveria ser.

É louco pensar em como já me contentei com tão pouco antes. Não falo de dinheiro, isso nunca me importou. Falo de atenção, de cuidado. Frederick se interessava em tudo — nas coisas que eu gostava, nas que eu odiava, no que me moldou antes de ele entrar na minha vida.

Era o básico. Todo relacionamento deveria ser assim, não?

— Me conta um segredo — pedi, com um sorriso no rosto.

Estávamos sentados do lado de fora do restaurante, uma sacada com vista para as montanhas, aquecidos por uma fogueira à nossa frente e um cobertor nos envolvendo. A atmosfera parecia mágica, quase irreal.

— Não sei se devo. Você não parece muito boa em guardar segredos — ele brincou, desenhando círculos lentos na minha coxa com o dedo, o toque leve, mas perturbador.

— Não acredito que você disse isso! — protestei, fingindo estar ofendida. — Eu sou a melhor guardadora de segredos que você já conheceu.

— Tenho minhas dúvidas — ele respondeu com um sorriso, os dedos ainda traçando padrões na minha pele, fazendo com que meu foco vacilasse. — Mas se você insiste...

— Por favor... — passei meus dedos pelos seus cabelos macios, e ele inclinou a cabeça em direção à minha mão, como um felino buscando carinho.

— Se pedir assim, fica difícil negar — ele murmurou, me encarando através dos cílios longos, os olhos faiscando algo que me fez engolir em seco. — Mas tem que me prometer que não vai ficar brava.

Havia algo no tom sério que ele adotou de repente, algo que fez meu coração acelerar. O ar ficou pesado, e a tensão na sacada parecia querer nos engolir.

— Eu prometo — falei, entrelaçando meu mindinho no dele, um gesto infantil para aliviar a seriedade. Ele riu, mas selou o pacto com um beijo na minha mão.

— Nós... punimos os prisioneiros com nossas próprias mãos — ele confessou de uma vez só, e depois ficou em silêncio.

Eu também fiquei em silêncio.

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