Prólogo

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Lancaster

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Lancaster

Um sobrenome com um poder além do imaginado.

O primeiro governante do império foi coroado pelas mãos de um Lancaster, unindo assim o legado dessa família à história da dinastia imperial. Os detalhes sobre como eles fundaram seu poder permanecem envoltos em mistério, mas as riquezas que acumularam e a influência que exerceram se estenderam por diversas áreas da sociedade.

Em tempos de guerra, um Lancaster sempre foi o vitorioso. Quando se fala em arte, seu quadro favorito é de um Lancaster. A cultura, tal como a conhecemos, não existiria sem o toque inconfundível dessa linhagem. A história do mundo foi moldada por eles e sua marca é permanente.

No entanto, essa grandeza não veio sem sua dose de tensão.

A família imperial sempre se sentiu ameaçada pelos Lancaster, pois suas riquezas eram imensas e seu poder, inegável. Desde os primórdios, as duas famílias foram forçadas a formar uma aliança delicada, onde a família imperial não impunha ordens aos Lancaster, enquanto estes, por sua vez, respeitavam o status real, recusando-se a usurpar o poder de quem os reconhecia como iguais.

Era uma boa troca.

Quase adormeci durante a leitura, afinal, explorar a história da minha própria família era tedioso, especialmente quando o foco era sempre o mesmo.

Não que eu não tivesse orgulho de ser uma Lancaster — isso me colocava no mesmo nível da família imperial britânica. Exceto que não estava na Inglaterra. De que adiantava ser parte da elite quando se estava distante do centro do poder?

Nos Estados Unidos, o presidente reina supremo, e minha família não é amplamente mencionada aqui, apesar de seu notável poder. Eles preferem permanecer na Inglaterra, onde suas influências são realmente sentidas. Exceto por minha mãe, claro.

Quando ela engravidou de mim e de minhas irmãs e descobriu que o pai era um caso de uma noite, decidiu deixar o país. Para ela, ser uma mãe solteira na alta sociedade britânica seria um escândalo inaceitável. Segundo sua perspectiva, nós merecíamos uma infância normal, desfrutando de pizzas frias após festas, em vez de caviar no café da manhã antes das aulas de etiqueta. E essa decisão a tornava ainda mais admirável

A amo um pouco mais por conta disso.

Quando o sinal tocou, arrumei minhas coisas e me levantei, caminhando até a saída. Estava perto do verão então o calor estava começando a ficar intenso, podia sentir minha pele ficar úmida por baixo do uniforme e respirei fundo, tomando um gole frio da minha água.

Quando sai do prédio, fui em direção ao estacionamento, passando pelos diversos adolescentes que estavam ansiosos pra ir embora assim como eu. Meus olhos estavam frenéticos, procurando minhas irmãs no meio daquele caos, sabendo que me esperavam.

— Oi, Char. — Emma, minha irmã, me chama, encostada no carro esportivo que brilha sob o sol da Califórnia.

— Oi, Em, onde está a Anne? — Pergunto, procurando nossa segunda irmã.

— Está a caminho. — Ela responde, sorrindo.

Éramos trigêmeas. Minha mãe, que já tinha enfrentado uma gravidez única, teve a sorte (ou o infortúnio) de ter três filhas de uma só vez. Não sei quem era esse homem, mas seu DNA era notavelmente forte.

Olho para o céu, sentindo o calor do sol forte de Los Angeles, e me encosto no carro. Suspiro, ciente de que as férias seriam diferentes na Inglaterra. Sempre passamos os verões aqui, aproveitando as praias e o calor, mas este ano, vovó estava determinada a nos reunir no outro lado do Atlântico. Ela queria a família toda junta, então nada de festas americanas por três meses.

— Ainda considero absurdo que vamos passar tanto tempo lá. — Comento, fechando os olhos e tentando afastar a ansiedade.

— Ah, não pode ser tão ruim! — Emma diz, animada. — Pense em todos os lugares incríveis que podemos explorar. Já imaginou conhecer os jardins de Kew ou visitar o Tower Bridge?

— E o Museu Britânico! — Anne se junta a nós, chegando com um sorriso. — Vou precisar de horas para ver tudo lá. Além disso, ainda tem os estúdios da Warner Bros. em Londres!

— Verdade! E quem sabe conseguimos ir a algum show no West End? — Emma acrescenta, claramente empolgada.

— Pode ser divertido! — digo, sentindo minha própria animação crescer. — E se formos a uma balada? Já ouvi falar de alguns lugares incríveis que são bem badalados!

— Vovó quer que façamos amizade com os adolescentes de lá. — Anne comenta, mas com um tom menos desaprovador.

— Eles provavelmente sabem onde as festas acontecem. — Falo, mesmo que a ideia de interagir com a elite britânica ainda me deixasse um pouco apreensiva.

— Com "adolescentes de lá", ela quer dizer os privilegiados. — Emma diz, rindo. — Mas eles podem ser legais! Quem sabe encontramos novos amigos!

Olho pela janela, observando as palmeiras passarem, enquanto um longo suspiro escapa dos meus lábios. A perspectiva de explorar a Inglaterra, com seus castelos e história, começava a parecer um pouco mais excitante. Trocar as praias ensolaradas de Los Angeles por um verão europeu repleto de aventuras e descobertas me fazia sonhar.

Vai ser uma viagem e tanto.

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