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Sentado em um banco, diante de uma tela em branco na primeira aula de artes que insisti para incluir na grade de horários do Clube, não consigo evitar a pergunta que ecoa na minha mente: 

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Sentado em um banco, diante de uma tela em branco na primeira aula de artes que insisti para incluir na grade de horários do Clube, não consigo evitar a pergunta que ecoa na minha mente: 

Que droga estou fazendo aqui?

Se alguém me perguntasse sobre meu passatempo preferido, pintura definitivamente estaria fora da lista. Mas, aparentemente, não pensei bem antes de afirmar com toda a certeza do mundo que adorava pintar, apenas para ter uma desculpa para passar tempo com Charlotte.

Conseguir um professor renomado foi fácil; quem teria coragem de recusar um pedido do futuro rei? Mas se eu soubesse que o cara seria um idiota que não parava de olhar para as pernas de Charlotte, teria aprendido essa merda sozinho e dado aula no lugar dele.

Era um fato inegável que ela ficava deslumbrante naquela saia, mas só eu deveria apreciá-la.

Convencer Charlotte a continuar com as aulas após perceber que éramos apenas nós dois na turma foi um desafio. Ela achou um desperdício de tempo e dinheiro, mas não sabia que eu nem mesmo havia aberto as inscrições para mais alunos. Não dividiria a atenção dela com ninguém.

Desviando o olhar da tela, vejo Charlotte ao meu lado, absorta em seu trabalho, os olhos brilhando enquanto pintava. Sua concentração era tão intensa que ela não percebeu minha presença.

Talvez eu tivesse que dividir a atenção dela com uma tela em branco.

Pegando o pincel, começo a fazer traços aleatórios, permitindo que minha mente flua. Logo, essas linhas desordenadas começam a se transformar em uma paisagem — um lugar que eu gostaria de visitar algum dia, onde o pôr do sol colore o céu em tons vibrantes, mesclando-se com nuvens e estrelas que surgem lentamente.

Estava tão submerso em meus pensamentos que não percebi o professor sair da sala. Foi somente quando Charlotte parou ao meu lado que levei um susto.

— Que lindo que ficou! — Ela exclamou, e eu dei um pequeno pulo, acalmando-me ao sentir o doce perfume de baunilha que emanava dela.

— Não me assuste assim, querida. — Respondi, observando como um leve rubor se formou em suas bochechas. — Obrigado pelo elogio, mas pode ser sincera. — Lancei um olhar para o quadro com traços nada harmônicos.

— Como eu poderia dizer ao príncipe da Inglaterra que suas habilidades artísticas são terríveis? — O sorriso dela transmitia uma leve provocação.

— Você pode me falar o que quiser, Char. — O apelido saiu da minha boca naturalmente, e eu gostei do som.

— Tudo bem, Fred. — Ela sorriu de volta, e um pequeno prazer aqueceu meu peito.

Preferiria que me chamasse de amor.

— Não sabia que estávamos no nível de nos chamar por apelidos. — Brinquei, forçando uma expressão de surpresa.

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