•Primeiro livro da série Lancaster
Charlotte sempre tentou viver à margem dos holofotes, apesar de pertencer a uma das famílias mais influentes do mundo. Determinada a ter uma vida comum, ela se mantém distante dos eventos da alta sociedade que a ce...
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— Charlotte, eu não gostei dessa ideia — falo pela milésima vez, meu dedo se apertando involuntariamente contra o volante, enquanto meu olhar fixa na estrada. A tensão se acumula em meu peito, mas a frustração é inevitável.
— E por que não? É uma ideia brilhante! — ela responde, como se sua confiança pudesse transformar minha resistência em entusiasmo. Olhando para ela, percebo o contraste gritante entre nós.
Charlotte está deslumbrante em um vestido preto justo que mal chega ao meio das coxas, muito mais ousado do que eu esperaria. Quando mencionei isso, ela simplesmente mandou eu calar a boca. A jaqueta esportiva que complementa o visual a torna ainda mais vibrante, quase como uma piloto de corrida pronta para a adrenalina.
— Parece que estamos indo para lugares completamente diferentes — dou uma risada nervosa, sem conseguir evitar o sorriso que se forma. Ela lança um olhar rápido para minha roupa e franze a testa.
— Se quer saber, acho que você fica um gato com essas roupas — diz ela, seu sorriso iluminando o carro. Tira os óculos de sol do topo da cabeça e coloca no rosto, como se estivesse se preparando para uma batalha.
Minhas bochechas aquecem com o elogio. Apesar de tudo que vivemos, ainda me sinto envergonhado na presença dela.
— Isso não vai dar certo — suspirei, pensando na loucura que estava prestes a embarcar por causa dela.
— Qual é, Fredezinho, é só uma tatuagem — ela diz, a voz cheia de uma determinação que só ela tem. Mesmo com os óculos escuros, consigo imaginar seus olhos revirando.
— Uma tatuagem! — respondo, exasperado, a incredulidade saindo em minha voz. — Sabe o que aconteceria se os membros da elite descobrirem que eu fiz uma tatuagem? Seria um escândalo!
— O problema é deles — ela diz, dando de ombros, como se as convenções sociais fossem apenas um detalhe insignificante.
— Aparentemente, o problema é meu também — retruco, sentindo a pressão na minha cabeça aumentar.
Ela respira fundo, a determinação em seu olhar não vacilando.
— A gente vai fazer num lugar escondido e você usa terno o tempo todo, ninguém vai ver.
— Que lugar escondido? — pergunto, desconfiado. Não consigo evitar a sensação de que isso só pode acabar mal.
— Pode ser na cintura, na barriga, entre os seios... — ela lista, e, quando ouço o último, paro o carro abruptamente.
— Frederick! — ela grita pela parada repentina, seu tom alarmado. — E se tivesse algum carro na estrada?
— Ninguém vai tatuar entre seus seios! — digo, ignorando seu protesto. — Você está louca?
— Foi uma ideia! E a tatuadora pode ser mulher! — ela responde, os olhos brilhando com a adrenalina da provocação.
— Poderia ser o Papa! Não vai tirar a blusa pra ninguém tatuar, vamos voltar pra casa. — Falo, fazendo o retorno com o carro, ignorando seus protestos dramáticos.