O som dos seus saltos batendo contra o chão frio daquela capela, soavam como os trambores do purgatório toda vez que uma nova alma chegasse.
E talvez ela estivesse se direcionando à um. Mas diferente daquilo que acreditava, Eunkyung não teve a chan...
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Yan Hyemin se casou muito jovem. Após perder os seus pais e se tornar a única da sua família, conheceu Wang Hayoon, o homem que precisava da cura. Desse casamento nasceram duas crianças, ambas doentes aos olhos do pai. No seu leito de morte, Hyemin implorou a Hayoon que parasse de tentar curar o incurável, e amasse os seus filhos como a si próprio.
Hayoon não acatou ao seu pedido, afinal, como poderia amar os seus filhos como amava a si mesmo, se tudo o que queria era morrer?
Jackson e Eunkyung seriam para sempre a prova da sua doença; a prova de que sei pai sempre esteve certo; a prova de que Deus o abominava.
De nada adiantou mandar Jackson para longe, de nada adiantou se livrar de Eunkyung, de nada adiantou matar Hyemin.
Esses pensamentos tomavam conta da sua cabeça, sempre que o álcool tomasse conta do seu corpo.
— Você precisa parar de beber dessa forma. — Sohui disse tirando a garrafa de vinho da sua mão. — Pare de agir como um impuro, Deus está vendo.
— Se ele está vendo o meu sofrimento, porque não acaba com ele de vez?
Sohui suspirou.
Estava farta dos comportamentos depreciativos do seu marido, mas nada do que fizesse seria capaz de mudar tudo o que aconteceu. Hayoon era um homem quebrado, cheio de raiva e mágoa no coração. Sentimentos esses que fora, herdados de outras gerações, e que passariam para as seguintes.
Sohui encarou o homem deitado no meio do chão, se abaixou na sua direção e tocou no seu rosto.
— Precisas de um banho.
Hayoon rolou os olhos.
— Preciso que você não se meta na minha vida.
O Wang se desfez do toque da esposa, se levantou cambaleando e se sentou na cama. Estava farto de Sohui, e das suas tentativas nulas de agir como a sua Hyemin.
Ninguém jamais seria como ela, nem mesmo Eunkyung que havia herdado o seu lindo rosto.
— Ela está morta! — Sohui disse engolindo o choro. —Yan Hyemin está morta, e nada do que você faça irá mudar isso.
— É triste... — soltou uma risada. —Você competindo com uma morta, e ainda assim perdendo.
Hayoon sentiu sua bochecha aquecer. Sohui sentiu sua mão doer.
— Você é um doente, Hayoon! Seu appa sabia disso, Hyemin sabia disso, e eu sei disso. — sorriu em meio das lágrimas. — Eu sei que você se deita com as empregadas para se livrar do seu vírus. Eu sei o que você estava fazendo quando desapareceu durante o casamento de Ayeong. E eu sei o que faz todas as vezes que fica sozinho.
— Hyemin sabia que eu era um doente, e ainda assim conseguiu fazer com que eu a amasse, conseguiu me curar. O que nós sabemos que não é o seu caso. — o sorriso de Hayoon nasceu, fazendo o de Sohui morrer. — Não tem vergonha de ser renegada por mim todas as vezes que abre as pernas? Se é dona de tantos conhecimentos e sabe que me deito com as empregadas, por que não perguntou a elas como satisfazer um homem?
