O som dos seus saltos batendo contra o chão frio daquela capela, soavam como os trambores do purgatório toda vez que uma nova alma chegasse.
E talvez ela estivesse se direcionando à um. Mas diferente daquilo que acreditava, Eunkyung não teve a chan...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
•••
Página 53
07 de Dezembro de 1916
Há momentos em que tenho medo de Hayoon.
Ele guarda muitos segredos, não daqueles fúteis que acabam sendo esquecidos com o tempo, mas sim do tipo capazes de o colocar preso para o resto da sua vida.
Quando nos casamos, ele foi sincero em certos aspectos, contou-me coisas que o teu avô jamais poderia saber, e como uma boa esposa, eu prometi morrer levando todas as informações comigo.
Porém, sinto que cada vez mais esses segredos têm poder sobre a sua alma. Ele mal consegue dormir as vezes, e se conseguir, acorda no meio da noite gritando com medo de seus pesados.
Temos que ele tenha ficado louco e que acabe por nos matar durante o sono.
Não sei em que ano estás lendo isto, meu amor, mas se tiveres idade suficiente para fugir do teu pai, caso ele piore, não penses duas vezes e arruma as tuas malas.
— Uma ligação para a senhora. — Bora disse interrompendo a leitura de Eunkyung. — Perguntei de quem se tratava, mas o homem insiste em falar consigo.
Ainda era cedo, o sol ainda mal havia nascido, e Eunkyung já estava na biblioteca tentando decifrar as palavras de sua mãe. Jungkook ainda estava dormindo, tinha passado quase todo o dia anterior chorando no colo da sua esposa. A sua mente lutava tanto para enterrar essas memórias que, quando ele finalmente deixava tudo sair a situação se tornava desastrosa.
Depois de algum tempo, Eunkyung conseguiu levar-lhe para dentro de casa, o ajudou a tomar um banho e o colocou para dormir. E assim ele se encontrava desde então.
— Ele disse o que queria? — indagou se levantando, colocou o diário debaixo do braço e caminhou na direção da governanta.
— Não senhora, apenas disse que era importante e que precisava falar consigo urgentemente.
Eunkyung franziu o cenho, ela tinha ideia de quem poderia ser, mas ele não se arriscaria tanto. Ao menos que fosse algo mesmo muito urgente. Sem dizer mais nada, caminhou rapidamente para a sala de estar, onde se encontrava o único telefone da casa, para além do que havia no escritório de Jungkook.
— Sim?! — disse posicionando o objeto.
— Eunkyung?! É o JooMi.
— O que está acontecendo, por que você ligou? Sabe que é perigoso.
— Eu sei, mas é urgente. Há um homem perseguindo eu e o seu irmão, e houve um acidente. — Eunkyung conseguiu ouvir Jackson resmungar no fundo. — Ontem a noite tive que sair para um turno surpresa, percebi que estava sendo seguido mas ignorei achando que era coisa da minha cabeça. Mas depois o seu irmão se queixou da mesma coisa, há um homem nos seguindo.
