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29 de Outubro de 1942
Enkyung acordou com a sensação de que estava se esquecendo de algum acontecimento importante, mas, por mais que pensasse no assunto, não conseguia lembrar. Felizmente, teve a sorte de receber uma visita das suas irmãs, que pareciam estar mais animadas que o normal.
Ela não percebia como Ayeong e Yahee conseguiam sorrir o tempo, a felicidade delas não aparentava não ser real, especialmente a de Yahee que tinha o azar de viver na mesma casa que seu pai.
— Então, quais são os planos para hoje? — Yahee indagou animada.
— Como assim? — Eunkyung franziu o cenho.
— Não acredito que você, mais uma vez, não vai festejar o seu aniversário.
— Aniversário?
— Sim! — Ayeong respondeu. — Parabéns, Eun, hoje você completa vinte e nove anos.
Subitamente, uma luz apareceu sobre a mente de Eukyung. Era o seu aniversário, o dia que menos gostava no ano. Hayoon fez questão de proibir que o seu dia de nascença fosse desejado, porque, segundo ele, o nascimento de uma filha doente não era algo digno de ser celebrado.
— Yahee, você pode pedir a Bora que nos sirva mais chá, por favor? — Ayeong pediu vendo o incomodo da irmã.
A mais nova assentiu antes de se retirar.
Ayeong se sentou na poltrona frente a sua irmã mais velha. Por vezes, desejava poder conseguir ler a mente de Eunkyung, ao mesmo tempo que parecia ser um lugar assustador, era também o mundo todo a explorar. Apesar de serem irmãs, Ayeong sabia muito pouco sobre a infância dos seus irmãos mais velhos, tanto Hayoon como eles se recusavam a falar sobre isso.
Tudo o que ela e Yahee sabiam, é que Hyemin morreu quando eles ainda eram muito jovens, e Hayoon se casou com a sua mãe alguns anos depois. Nesse espaço de tempo, houve conflitos entre eles o três, o que resultou no afastamento de Jackson da família.
Mas, Ayeong não era tão ingénua quanto parecia, sabia que apenas o afastamento dele não seria suficiente para que Hayoon desenvolvesse tanta repulsa pela própria filha.
— Sabe, desde que eu nasci não me lembro de alguma vez termos festejado o seu aniversário. Eu e Yahee temos tantas fotos dos nossos dias especiais, e a única sua que vi já era muito antiga.
— A certos assuntos que devem ser mantidos enterrados. — suspirou. — Eu e ele tivemos tudo de pior que Hayoon tinha para dar, e ambos decidimos deixar isso para trás. Nosso pai te ama, e eu sei que você ama ele, então, por que motivo eu estragaria isso?
— O motivo é assim tão pesado?
Eunkyung suspirou.
— É ainda pior!
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Por mais incrível que pareça, Jungkook ainda pensava nos doces lábios de Eunkyung. Os dias passavam cada vez mais devagar, e eles estavam tentando manter uma amizade para talvez fazer o casamento funcionar.
— Está viajando, Jeon? — ouviu a voz de Yoongi.
Naquele momento, estavam terminando mais uma reunião entre os departamentos da fábrica. Passou quase metade do tempo com os pensamentos longe, e todos pareceram perceber, já que Jungkook era sempre o que mais falava.
— Seung fará uma lista de todas a áreas que precisam de uma certa atenção financeira. — disse tentando trocar de assunto. — Daqui a alguns meses teremos uma reunião com possíveis sócios estrangeiros, até lá, faremos um check up em todos os departamentos para garantir que está tudo certo.
Jungkook seguiu em direção a sua sala sendo seguido pelos amigos, que tentavam perceber o que estava acontecendo. Jimin ainda não havia voltado ao trabalho, apesar de já estar na cidade, faltavam três dias para que a sua licença terminasse.
— Você vai contar, ou a gente terá que adivinhar? — Jin disse cruzando os braços.
Namnjoon foi o último a entrar e fechou a porta, antes de se sentar ao lado de Tahyung no sofá a esquerda da mesa do Jeon.
— Eu estou bem!
— Repete isso mais uma vez, e talvez a gente acredite. — Hoseok revirou os olhos. — Você passou metade da reunião calado, e não prestou atenção a nenhuma das preocupações colocadas sob a mesa.
— Não estamos aqui para te julgar, somos seus amigos e estamos preocupados. — Namjoon tranquilizou. — Foi a sua mãe?
— Não, dessa vez não foi ela. — suspirou. — Eu e Eunkyung nos beijamos...
— Finalmente! — Taehyung disse recebendo olhares repreendedores. —Perdão, pode continuar.
— Enquanto nos beijávamos, Aruka entrou no quarto e acabou com o clima. Eunkyung pareceu se incomodar com isso e saiu do quarto voando, sem me deixar ao menos explicar.
— O que você explicaria? — Yoongi indagou. — Aposto que ela sabia sobre a sua amante.
— Depois desse beijo, nós decidimos que tentariamos ser amigos primeiro, e talvez tentar fazer o casamento funcionar.
— Então, qual é o problema? — Taehyung quis saber.
— Eunkyung tem segredos, muitos segredos. E sinceramente, não sei se posso confiar nela.
— Você também tem segredos, Jeon, acho que está sendo hipócrita, afinal, ela também não deve saber se pode confiar em ti. — Yoongi articulou.
— Vocês estão tentando se aproximar agora, não acha que é cedo demais para fazer cobranças? — Namjoon perguntou. — Do mesmo jeito que você não se sente confortável a contar tudo sobre a sua história, é possível que ela também não esteja. É tudo uma questão de paciência, com o tempo vocês se conhecerão melhor.
Tudo o que Jungkook quis naquele momento é que Namjoon estivesse certo.
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Spoiler: A partir do próximo capítulo se inicia a aproximação entre o Jeon e a Eunkyung<3
O próximo capítulo talvez demore, estou cada vez mais ocupada 😫
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Eunkyung •Jeon Jungkook•
FanfictionO som dos seus saltos batendo contra o chão frio daquela capela, soavam como os trambores do purgatório toda vez que uma nova alma chegasse. E talvez ela estivesse se direcionando à um. Mas diferente daquilo que acreditava, Eunkyung não teve a chan...