O som dos seus saltos batendo contra o chão frio daquela capela, soavam como os trambores do purgatório toda vez que uma nova alma chegasse.
E talvez ela estivesse se direcionando à um. Mas diferente daquilo que acreditava, Eunkyung não teve a chan...
⚠️ O capítulo de hoje é formado apenas por flashbacks/memórias de alguns personagens, e que podem conter gatilhos ⚠️
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Busan, verão de 1907.
Era deveras uma linda paisagem, Hayoon precisava admitir isso. As ondas batendo contra a costa faziam com que as brisas beijassem o seu rosto, e consequentemente, soltar risadas divertidas.
Mas, ainda que o reflexo da lua naquele mar negro e misterioso, o fizesse perder o fôlego, Hayoon não conseguia deixar de pensar que aquela seria a última vez que sentiria o gosto da liberdade.
Sentiu os seus olhos arderem, não queria sair daquele lugar.
— Um beijo pelos seus pensamentos.
Hayoon sorriu, amava aquela voz.
Jinhwa tinha um poder extraordinário de o fazer esquecer de todo o mal que existia no mundo. Ambos sentados na areia, encarando caminhos diferentes.
— Achei que soubesses ler mentes.
Foi a vez de Jinhwa sorrir.
— A tua sempre foi um mistério para mim.
Jinhwa estava certo, até Hayoon desconhecia o que havia em sua mente. Os seus pensamentos nunca eram claros, por isso, confiava mais no seu coração, mesmo que este sempre escolhesse caminhos atribulados.
— Sabes que podemos fugir, não é? — a esperança ainda era presente na sua voz.
Hayoon quis gritar.
— Ele nos encontraria. — sussurrou. — Ele sempre me encontra.
Tentou desviar quando o seu pulso foi segurado, porém Jinhwa não permitiu. Hayoon podia tapar o seu corpo com quantos tecidos desejasse, podia tentar se esconder do mundo e até mesmo de Deus, mas Jinhwa sempre o veria tal como ele era.
Jinhwa sentiu as cicatrizes, sabia que haviam muitas mais espalhadas pelo corpo dele. Algumas feitas pelas lindas mãos de Hayoon, e outras feitas pelo seu pai.
— Ele ainda usa o chicote?
— Poucas vezes, apenas quando bebe demais e precisava culpar alguém pela sua vida miserável.
Jinhwa não soube o que dizer, nunca sabia quando se tratava de Hayoon e seu pai.
O barulho das ondas se chocando tomou conta do espaço. Não havia salvação para dois condenados ao inferno, ambos sabiam disso, mas, apenas um estava procurando salvação.
Hayoon chorava, sentindo que estava sendo castigado por cada ato promíscuo cometido.
