O som dos seus saltos batendo contra o chão frio daquela capela, soavam como os trambores do purgatório toda vez que uma nova alma chegasse.
E talvez ela estivesse se direcionando à um. Mas diferente daquilo que acreditava, Eunkyung não teve a chan...
Eu juro que quando comecei a escrever esta história, o plano era escrever algo curtinho ( vinte capítulos no máximo ) e agora estamos chegando no trigésimo capítulo :-)
Este capítulo será uma memória na perspectiva de Jackson e Eunkyung. Eu poderia apenas fazer a Eun contar o que aconteceu, mas nós gostamos de emoção e muito drama.
⚠️ Pode conter gatinhos ⚠️
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Seoul, 1925
Os gritos estavam se tornando cada vez mais altos, Eunkyung não conseguia simplesmente ignorar e tentar voltar a dormir. Ela conseguia ouvir a voz de sua mãe tão alterada quanto a de seu pai, e no meio delas, a mais abalada era a de Jackson. Segurando a sua pequena manta, Eunkyung desceu da cama sentindo o chão frio sobre os seus pés, ela tinha certeza de que sua mãe não gostaria de a ver descalça por isso abriu a gaveta de seu armário e tirou o seu par de meias com desenhos de coração.
Ainda segurando a manta, Eunkyung abriu a porta e caminhou em direção as vozes. Ela sabia que Jackson estava com problemas, ela o viu beijando o filho do pastor, mas prometeu que não contaria nada aos seus pais. Eunkyung não via nada de mal em seu irmão gostar de outros garotos, por isso não entendia o porquê de seu pai se alterar com tão pouco.
No momento em que ela viu o pastor Kim parado frente a porta de casa exigindo ver o rapaz que desviou o seu filho, ela soube que seu pai espancaria Jackson outra vez e ninguém o impediria de mandar o próprio filho para longe.
— Hayoon já chega, para com isso.
A voz de Hyemin surgiu vinda do final do corredor. Eunkyung tremeu ao ouvir o barulho já conhecido por si, o barulho do chicote entrando em contacto com a pele de alguém. Sua mãe parecia estar chorando, implorava a Hayoon que deixasse Jackson em paz, que não matasse o seu filho, mas ele estava cego demais, tentando castigar a alma de seu filho.
Tentando castigar a sua própria alma.
Tal como o seu pai fazia.
Eunkyung parou no meio do corredor vendo Jackson deitado no chão, sangue escorria pelas suas costas, enquanto Hyemin agarrava Hayoon por trás. Eunkyung correu na direção do seu irmão, tocou no seu rosto e tentou o ajudar a levantar.
— Está tudo bem. — ele disse forçando um sorriso, havia sangue em sua boca também. — Nós vamos ficar bem.
— Levanta. — ela pediu puxando o seu braço. — Você precisa se trancar no quarto, ele vai te machucar ainda mais.
Jackson negou se levantando pouco a pouco. Ele estava farto de viver sobre as regras impostas por Hayoon, ele estava farto de se esconder no quarto esperando que sua mãe conseguisse acalmar a fúria de Hayoon.
