🎴| Hairi's point of the view.
Nunca gostei do meu sobrenome, pelo contrário de meus pais. Que o veneram. Mas afinal é uma escolha que não se faz, às vezes penso que não queria ter nascido como Nishida.
Desde criança sempre fui apaixonada por futebol, vivia jogando com meus amigos na rua. Tudo condizente com esse esporte. A bola, o campo, o gol. Sinto que tudo isso foi feito para mim.
Um dia ensolarado e com uma brisa fresca, eu joguei futebol com meus vizinhos na rua. Meu time sempre ganhava, a sensação de se unir com a bola, é maravilhosa. Mas eu era totalmente solitária. Nunca precisei de amigos. Desde que eu pude jogar bola, não importava. Ou melhor, totalmente solitária não. Eu tinha o monstro. Que jogava comigo.
Devia ter uns 9 anos, alguns dos garotos da rua não ligavam pelo fato que eu era uma menina e jogava futebol escondido dos pais, mas não era assim com todo mundo. Lembro que um garoto soltou algo assim: "futebol é coisa de menino! Você não pode jogar com a gente, Hairi".
Aquilo me irritava profundamente, principalmente porque eu não entendia o porquê."Mas, porque não posso jogar com eles? O que eles tem que eu não tenho?" Essa pergunta consumia meus pensamentos diariamente. Até que em algum momento, a resposta que se escondia bem abaixo de meu nariz parece ser mais clara que nunca.
Futebol não é coisa de meninas, Hairi. Bote isso na porra da sua cabeça e esqueça esse sonho.
Não.
Não sou fácil de desistir. Se eles não querem me aceitar por isso, posso eu mesma obrigá-los, serão forçados a admitir meu talento, eles queiram ou não.
A teimosia já vem de família.
Meus pais têm uma ótima renda financeira, até demais. Eu não entendia, não percebia na época que existem diferentes classes sociais e financeiras na sociedade, não ligava. Eu não me importava. Só queria poder jogar futebol.
Só queria alguém pra jogar comigo.
Meus pais nunca me apoiaram, apenas me pressionaram a assumir a empresa deles. Mas meu sonho não era ser nenhuma empresária que fosse ficar assinando papéis até desmaiar de cansaço.
Eu quero ser jogadora.E não sou de desistir, nenhuma pressão iria reconstruir minha mente.
Não podia deixar o meu desejo de estar na copa do mundo. Eu cresci esse desejo ainda mais. Cada dia, hora, minuto e até segundo: "Quero vencer, e todos vão assistir meu sucesso!"
E agora estou aqui, jogando um futebol medíocre, nos jogos regionais para ver se passamos no nacional. Como vim parar aqui?
Ah é, para as garotas é terrivelmente mais difícil conseguir uma carreira no futebol.
Este jogo que menciono está sendo realizado neste momento. Nenhuma opinião importa agora, o que preciso é dar um estouro na cara deste goleiro quase dormindo em meio a partida. Então falo:
— Acorda pra vida, gatinho! — E chuto a bola na cara do garoto com toda a minha força, não é o melhor jeito de repreender alguém. Mas com certeza, não me arrependo disso. Foi hilário.
Na mesma hora a falta é cobrada. Levo um cartão amarelo imediatamente.
- Ah, qual é juiz! Já viu o estado letárgico que o arrombado estava!? - Disparei irritada. Eu sei que ele está certo, mas eu não sou de admitir nada.
Continuamos o jogo, o time adversário se aproximava de mim para tentar roubar a bola, ah é, eu esqueci de avisar. Eu jogo com garotos. O que é um pouco... Hm, sucetível a discriminação e machismo.
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𝑃𝐑𝐄𝐓𝐓𝐘 𝐵𝑶𝒀, 𝑀𝑒𝑔𝑢𝑟𝑢 𝐵𝑎𝑐ℎ𝑖𝑟𝑎
Fanfiction𝒜𝘲𝘶𝘦𝘭𝘢 𝘳𝘶𝘪𝘷𝘢 𝘴𝘰́ 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘦𝘨𝘶𝘪𝘢 𝘱𝘦𝘯𝘴𝘢𝘳 𝘦𝘮 𝘧𝘶𝘵𝘦𝘣𝘰𝘭. 𝘌𝘳𝘢 𝘢 𝘶́𝘯𝘪𝘤𝘢 𝘤𝘰𝘪𝘴𝘢 𝘤𝘰𝘮 𝘲𝘶𝘦 𝘳𝘦𝘢𝘭𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘦𝘨𝘶𝘪𝘢 𝘴𝘦 𝘪𝘮𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢𝘳, 𝘥𝘦𝘪𝘹𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘥𝘦 𝘭𝘢𝘥𝘰 𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴. 𝘔�...