34. Wounds.

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| Hairi pov's.

- Kaiser? - Meus olhos se arregalaram. - O que você quer? - Falo de forma seca.

- Ora, depois de tudo que já passamos e fizemos. Você é assim comigo, quem acha que é? - Docinho, é assim que aquele pé no saco te chama não é?

- Cala boca, você é um louco! Já deixei bem claro que nunca mais queria vê-lo em minha frente. - Kaiser dá um passo brusco para dentro do apartamento.

- Louco? - Ele solta uma risada. - Hairi! Porra. Esse é o único "louco" que você teve por anos. Que te ajudou, eu salvei você de si mesma. Você deve isso a mim! - Ele me olha com desdém, vindo até mim. Eu me afasto mais o mesmo garoto que eu conheci com dez anos me empurrou com força no chão.

Com o impacto brusco que senti, me sinto tonta. Acaricio minha cabeça, sinto ela estranha. Olho para minha mão.

estava vermelho, minha cabeça estava sangrando.

- Tem razão, Michael. Você foi o único que eu tive por anos. Mais, você tem que aceitar. Eu achei um louco mais doido que você. - Falo de forma irônizada. O ódio em seus olhos era muito perceptível. Sua feição se encheu de raiva.

- Entendi. Vamos ver qual é mais louco? - Ele diz. Vindo até mim, pegando a gola de minha blusa e levantando ela me arrastando junto, sem estabilidade no chão e a pressão, ao poucos minha própria gola me sufocava devagar, começou a me faltar a cada segundo que se passava. Parecia um milênio, uma eternidade. Pelo visto, ser sufocada por sua própria blusa parece meio contraditório.

- Kaiser, me solta! - Falo tentando me soltar de suas mãos. Começei a me desesperar com a respiração curta e ofegante. - Eu te imploro, me solte. - Minha visão se tornava cada vez mais, ótimo. Morrerei sufocada por meu ex-namorado tóxico e agressivo.

Isso. É. Tão. Ridículo.

Em imaginar que estou pensando isso enquanto acho que possívelmente vou morrer.
Já não existe mais ar em meus pulmões, não entendo mais o que Kaiser fala. Apenas consigo observar o teto com uma visão ruim e um zumbido terrível ouvinte, agora é aquela parte chata pra caralho que minha vida inteira passada diante de meus olhos?

- Super golpe salvador de vidas do Bachira! Atacar! - Gritou. Rapidamente com os últimos sentidos que tenho, observo Meguru dando um golpe com taco de basebol na cara de Michael. Eu caio no chão imediatamente.

- Ai, caralho. Eu estava prestes a morrer. - Falo recuperando meu ar desesperadamente.

- Desculpe, docinho. Não se livrará de mim ainda, e nem seu ex-namorado extra, mega, muito, ultra, inacreditávelmente tóxico vai conseguir isso. - Ele diz vindo até mim, acariciando meu rosto. - Agora, essa batida na cabeça aí parece bem feia. Vamos para o hospital, deixa esse filhote de rato mal amado.

Depois que recupero meu senso de localização, vamos para o hospital. Não foi uma batida péssima. Não tive nenhuma concussão.
Mais tenho que ficar no hospital por enquanto. Em observação. E Bachira ficou ao meu lado, todo tempo.

- Quando chegarmos em casa, você faz chocolate quente pra mim? - Ele questiona, enquanto fazia cafuné em sua cabeça.

- Faço sim. Os médicos disseram que só ficarei até amanhã de manhã para que me deem alta.

- Tá bom. - Ele fala se aconchegando mais.

- Bachi. Está ficando tarde, não é melhor ir para casa? - Pergunto preocupada.

- Eu vou dormir com você! - Indagou agarrando minha cintura.

- Ah, não vai não. Não vou deixar você dormir desconfortávelmente. Já fez muito por mim.

Começarei a me sentir culpada. Bachira me salva de todas as enrascadas que me meto. Você continua a mesma criança tosca de antes não é mesmo, Hairi? Sempre tendo alguém que te tire de suas confusões por escolhas idiotas e falas imprudentes.

- Ou eu fico aqui, ou você vem comigo. - Entre tantas brincadeiras, havia um pingo de seriedade na fala do meio loiro.

- Há. Como se você fosse me arrancar dessa cama de hospital. Você vai dormir confortável hoje, e amanhã estaremos juntos. Fica deboa, você não vai me carregar até minha casa só pra dormir comigo. - Falo de forma compreensiva.

Meguru se levanta, passando um de seus braços por minhas costas e outro por minhas pernas.

Ele vai me carregar até minha casa mesmo? Não creio.

- Vamos para casa, docinho! - Ele assim que me estabiliza em seus braços, o mesmo abre a porta do quarto. Eu ria diante da situação. Uma enfermeira vem falar com ele dizendo que ainda não recebi alta.

- Moça, você não tá entendendo é que eu preciso da sua paciênte. Agora. - Ele dizia de forma embaraçada.

- Moço, não! Ela ainda não recebeu alta. - Falou a enfermeira irritada.

- Então dá alta pra ela! Olha moça, me desculpa mais você é muito chata!

Depois deles discutirem um pouco. A enfermeira mesmo não tendo permissão para isso, se força a me dar alta. Depois se resolveria com seus superiores.

Ele pede um Uber e então nós vamos para minha casa. Chegando lá, entramos em meu apartamento e vamos para meu quarto.

- Eu não acredito que discutiu com a enfermeira. - Começo a rir. - Queria tomar meu chocolate quente mais cedo, não?

- Claro! E por quê seu ex-namorado maluquinho conseguiu estragar todo o nosso programa! - Ele fala, então me jogo em minha cama. Me vêem lembranças á tona. Mais antes que possa me aprofundar nelas, Bachira pulou em cima de mim. Segurando a maior parte de seu peso para não me machucar. Começamos a rir juntos.

Eu preciso amadurecer, nunca mais vou deixar que algo assim me aconteça novamente. E muito menos, que coloque Bachira em risco.

Continua...




𝑃𝐑𝐄𝐓𝐓𝐘 𝐵𝑶𝒀, 𝑀𝑒𝑔𝑢𝑟𝑢 𝐵𝑎𝑐ℎ𝑖𝑟𝑎Onde histórias criam vida. Descubra agora