32. Flashbacks.

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Hairi pov's.

Ah, é mesmo. Eu nunca mencionei, eu tenho um ex-namorado.
Michael Kaiser.

Mas, se vou mesmo explicar isso. Tem que ser do começo. Quando era criança meus pais me proíbiam de sair de casa, para qualquer coisa. Nunca podia sair de casa, para nada. Mamãe e papai achavam que eu não devia receber tantas distrações que poderiam acabar com meu futuro como por exemplo: Crianças.

Eu tinha 10 anos quando conheci Michael, seus pais tinham uma boa condição e o filho era um "astro" que tinha um inacreditável talento com o futebol. Nossos pais nos apresentaram, acreditavam que seria promissor se dessemos certo como um casal no futuro. No começo eu odiava ele.

| Flashback

- Filha, esse é Michael Kaiser. Achamos que seria legal se fizesse amigos, esperamos que se dêem bem. - Disse minha mãe, pedindo para os pais do garoto os acompanhar para o escritório para a reunião que teriam.

Eu observava o rosto emburrado do menino, era mais alto que eu. Tinha cabelos sedosos loiros com as pontas azuis e olhos que pareciam um imenso oceano.

- Oi. - Falo me aproximando do menino que tinha seus braços cruzados e uma cara nada receptiva.

- Olha garota, eu não tenho a intenção de ser seu "amiguinho". Vê se me deixa em paz. - Argumentou Kaiser, fazendo uma careta.

- Por tem que ser tão estúpido? Você não é mais especial que ninguém, se não quer ser meu amigo pelo menos não me desrespeita, porcaria.

- Calma aí, você é bem esquentadinha né? Não achei que ia bater de frente.

- Pois bem, achou errado.

Não suportava a ideia de ser amiga dele naquela época, pois ele era uma estúpido arrogante. Não podemos negar que tentei ser amigável.
Depois daquele dia, nossos pais viviam se encontrando e quase toda semana eu via Michael. Nós éramos a definição de "Enemies to Lovers". A verdade era que eu o achava demais, mesmo aparentando exatamente o contrário. Ele era o garoto mais lindo que já tinha visto, e um dos primeiros.

Depois de meses, quase todos os dias sendo obrigados a se ver. Encontrando-se sempre, alguma hora iríamos acabar cedendo. Mas, viver diáriamente com suas provocações dúvidosas e seu ego inacreditávelmente alto, era complicado. Com o passar do tempo, viramos rivais mas. Bom, como explicarei isso...

Sabe como é uma amizade colorida, não? Era tipo isso, mas ao contrário. Em vez disso, tínhamos uma rivalidade colorida.

Não estranhe, era exatamente o mesmo contexto mas, em vez de uma linda e fofinha amizade entre dois filhos de pais ricos que acabaram se beijando por atração e para "fortalecer a amizade". Éramos bem diferentes disso, vou esclarecer isso. Todos os dias, eu e Michael só pensávamos em como desconcertar o outro, de qualquer modo. Eu tinha 14 anos quando aconteceu.

| Flashback

- Hey, perdedora! Fazendo o que hoje? Cansou de ser inútil e decidiu ser boa em alguma coisa? - Questionou o de cabelos loiros e azuis mostrando a língua.

- Na verdade, descobri algo que sou boa sim. Kaiser. - Respondo confiante.

- É mesmo? O que aprendeu a fazer, pentear o cabelo? - O garoto fala rindo.

- Eu sei pentear o cabelo, idiota. Mas não vem ao caso, eu descobri uma coisa que sou muito boa! - Falo animada.

- Desembucha. - Rebateu.

- Eu sei jogar futebol, melhor que você. O "prodígio" desse esporte. - Argumento em um tom firme, com sinceridade na fala. O garoto debocha rindo de minha cara.

- Você? Acha que é melhor que eu no futebol. Conta outra! - Ele caí na gargalhada novamente.

Me aproximo irritada do garoto, chegando a centímetros dele. Indignada, como pode ser tão idiota e me substimar tanto?

- Você não é ninguém para debochar de mim. Não é por que sabe jogar que é o melhor de todos. Cala boca e não me subestime. - Falo firme.

- Onw, ficou estressadinha? Parece até um pinscher, cuidado para não me passar raiva. - Irônizou.

- E você para não me passar carência
Se gaba tanto do seu talento, mais na verdade só quer um pouco de atenção dos seus pais. - Rebato cruzando os braços.

Ele trava por um instante. Logo solta um sorrisinho arrogante, e vem até mim. Então, rapidemente me preensou contra a parede com seu braço ao lado da minha cabeça.

Antes que eu pudesse reagir o garoto pousa seus lábios nos meus, escorando nossos narizes levemente. Roçando seus dedos em meu braço. Ele adentra a sua língua como se fizesse isso a anos. Mas, não era um beijo romântico. Era um beijo necessitado, irritado e não indentificável de seus ideais. Até ele descolar seus lábios dos meus com necessidade.

- Por quê fez isso? - Questiono irritada.

- Porque não calava a boquinha. Fiz esse favor para você. Até mais, perdedora! - Ele se despede mandando um "tchauzinho" com as mãos e fazendo uma careta ao ver minha feição corada.

Toda vez que nos víamos sempre estávamos nos beijando, provocando e irritando ao outro. E alí tínhamos criado uma "rivalidade colorida". O que é bem incomum.
Eu e Kaiser, depois de meses nos pegando. Nos declaramos um ao outro. E até hoje lembro de suas palavras.

"Porra, Hairi. Eu gosto de você, por que não paramos com essa história ridícula de rivalidade logo e você me beija, do mesmo jeito que fazemos isso há meses?"

Mechem comigo até hoje quando lembro. Nada não entrarei muito em detalhes a partir daqui. Serei breve.
Depois disso, Michael me pediu em namoro. E eu aceitei meus sentimentos por ele, e o namoro. Era incrível. Nossos pais estavam contentes, éramos felizes e não falta nada a nós. Mas, depois de um ano namorando ele ficou distante e controlador.

Eu não podia fazer tal coisa, não podia ver minhas poucas amigas, não podia nem cogitar a ideia de ser jogadora de futebol. Mas, eu era inocente demais para saber que o relacionamento que era saudável e divertido, virou uma merda de relação tóxica e abusadora.
Eu relevava, "ele só ficou com raiva, não devia ter feito tal coisa. Eu mereço isso, Kaiser não tem culpa." Pensava, pensava nisso todas as santas vezes que ele era grosso e controlador. Isso até, ele me dar um tapa. Foi um tapa, e quase relevei também. Mas não sou imprudente e idiota a esse ponto.

Logo terminei tudo, irritada. Gritei com ele muito, muito até que aceitasse que nunca mais queria vê-lo em minha frente. Mas, Kaiser nunca aceitou esse fato. Tive que mudar meu número de celular, senhas do Instagram, e outras coisas. E agora parece que ele me achou novamente.

Continua....



𝑃𝐑𝐄𝐓𝐓𝐘 𝐵𝑶𝒀, 𝑀𝑒𝑔𝑢𝑟𝑢 𝐵𝑎𝑐ℎ𝑖𝑟𝑎Onde histórias criam vida. Descubra agora