Capítulo 3

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Catharina

Ela esfregou com o pano úmido a mancha de molho sobre a mesa até voltar ao marrom amadeirado

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Ela esfregou com o pano úmido a mancha de molho sobre a mesa até voltar ao marrom amadeirado.

__ Você não tem que me ajudar, não é o seu trabalho, e você não irá receber mais por isso. Vá para casa e descanse.- Margot diz enquanto torce o pano.

Ela está um pouco ranzinza, Catharina imagina o porquê.

__ E cu-lpa s-sua, eu me a-acostu-mei em i-irmos embo-ra juntas. - responde, e finaliza a higienização de mais uma mesa; coloca as cadeiras para cima.

Os funcionários revezam entre eles quem ficará para limpar o estabelecimento, hoje foi o dia de Margot e uma mulher baixinha de cabelos curto e pintado de vermelho. Catharina não a conhecia muito, começou no trabalho aquela semana. Soube que o proprietário contrária novas pessoas por ter abrido mais um restaurante, e que alguns funcionários dali seriam transferidos.

A negra torceu que não fosse ela ou a amiga, havia adaptado com a rotina. Os clientes eram quase os mesmos e com conhecimento de sua gagueira, e raramente à importavam.

Novos rostos atribuia um desconforto na jovem, as pessoas são curiosas.

Como pode cantar tão lindamente e ser gaga?

Catharina olhou para o moreno que passa por ela carregando um saco de lixo para fora do restaurante.

O observa por um dos vidros laterais.

Fernando é mexicano e chefe de cozinha; alto, forte, cabeça raspada, um risco na sombracelha e roupas largas.

Ele é Margot são namoradas, um namoro peculiar, pois terminam todo o mês. A outra diz que não tem nada demais, e que o sexo de reconciliação é selvagem.

Margot se atrai por homens brutos...

Catharina olha para o homem musculoso, de rosto fechado que parou para fumar.

... Fernando é um brutamontes.

Ele parece andar bravo, para o terror dos que trabalham na cozinha. E o máximo que já falou com ela foi um comprimento, isso quando não estar dando ordens ou xingando alguém.

__ Eu terei que rever meu conceito de amizade, ou vou acreditar que nossa relação é tóxica. - Margot diz a Catharina; seus olhos estão no namorado. - ele quer que eu conheça sua mãe. - ela comenta.

__ N-ão é o que ca-sais f-fa-zem? Conhe-cem a-a fa-mí-lia um d-do
o-outro? - pergunta ficando ao seu lado, ambas fitam o cozinheiro.

__ Sim, o problema é que não somos um casal normal. - fala, seu tom é seco e pesaroso.

Fernando sopra a fumaça pela boca, e encara a rua entediado.

Talvez as coisas não corram uma maravilha como a outra transparece, eles brigam, todos sabem disso. Até porque eles não se preocupam que as pessoas ouçam suas discussões. Ela pensou que esse fosse o normal dos dois.

__ O-o que f-foi? - pergunta e toca os ombros de Margot o que faz a amiga olhar e devolver um sorriso entristecido.

__ Eu fiz algo que estava evitando; pensei no futuro. Fernando e eu não  somos exatamente um encaixe de família feliz. - diz.

Catharina entendeu, seus próprios pais apesar de amarem  um ao outro, se destruíram.

O amor sozinho não sobrevive.

A moça não é adequada a dar um conselho, ainda mais quando nunca viveu algo do tipo, mas disse:

__ Vo-cês tem per-sona-lidades fortes e-e que as ve-zes en-trará em conflito.  A-apren-da a con-ver-sarem, se-ria hor-rível pre-senciar du-as p-pe-ssoas que se a-amam se-para-das pe-lo orgulho. - a garota aconselha e volta ao trabalho.

Ela não precisava limpar o lugar, sua função era cantar. Mas gostava de ajudar a amiga e conversar bobagens. E a cidade a noite podia ser perigosa para uma jovem sozinha, então aguardava a outra terminar o seu turno e ir para casa acompanhada, e Fernando as levava quando estava de carro.

Catharina reparou que Margot olhou o namorado por alguns instantes antes de voltar a limpar o chão.

" Estúpidos"

Que sorte ela teria com alguém a amando, os caras tendem a afastar assim que as palavras entrecortadas são emitidas.

Elas acabam o serviço em silencioso, e quando Margot a perguntou da entrevista que teve de manhã, ela disse que foi tudo bem. A outra tinha seus problemas, Catharina não falou como todos pareciam robos e nem do homem bonito com quem esbarrou.

Fernando deu carona para elas, o clima dentro do carro estava horrível, pelo menos entre os namorados.

Como o avô dormia, ela foi direto para o seu quarto depois de dispensar Agatha, tomou um banho e deitou.

As sete no dia seguinte ela acordou, e ao mexer no telefone e gritou de felicidade com E-mail que a enviaram. 

Catharina havia sido contratada.

Capítulo pequeno.

Até amanhã.😚




Coração de gelo - Amores ImprováveisOnde histórias criam vida. Descubra agora