Capítulo 21

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Catharina

Catharina fechou os olhos com a pontada mais forte em sua cabeça que estava sendo ocasionada por sua ansiedade e fez mais uma tentativa de levar a sopa na boca do avô que fazia birra.

__ Porque aquele homem está comendo a minha comida? - Joseph resmungou e olhou para o outro com uma cara ruim.

__ E-le é o seu fi-lho, já fala-mos disso.- ela suspirou, porque mais uma vez ele desvia da colher e enruga a testa.

__ Ele não é o meu filho, eu só tive você Valéria. Não gosto dele, chame a polícia para tirar esse folgado da minha casa. - ele fita de rabo de olho o negro. - Ele está acabando com a comida da geladeira. - reclama.

Nisso a garota concorda, o tio não faz nada além de comer e assistir televisão. Não fez questão de se aproximar do pai nesses três dias que está na casa. Catharina observou o circulo no anúncio de jornal em cima da mesa que rabiscou, dizia estar precisando de faxineira em uma empresa de investimentos. Como havia circulado outros cinco anúncios de emprego.

Arrumou uma desculpa para não trabalhar ontem e anteontem. Mas percebeu que o tio não ia embora tão cedo, e dessa vez não recorreu a Camila. Ela não sabia quanto o homem ficaria e algo a dizia que se saísse, Roger faria alguma estupidez.

Depois de muito trabalho e paciência, ela conseguiu que Joseph comesse e o levou para o quarto para o mais velho tirar um cochilo. Quando voltou, a pia com o prato do tio, ela o olhou com raiva e o lavou pensando como o negro era um folgado.

Ainda limpava a cozinha quando a campainha tocou e foi atender porque Roger não moveu do lugar. Camila segurava um pote e sorriu ao vê-la.

__ Bom dia vizinha, você teria um pouco de açúcar? - ela pede, mas como a porta está aberta, seus olhos sã o atraídos para o seu tio no sofá.

O outro a olha com interesse e seus olhos a fitam de cima a baixo com um sorriso malicioso e Roger pisca para Camila que afasta para o lado de modo que ele não a veja.

__ Você tem visitas? - sua voz é incerta.

__ E o me-u tio, espe-re um minu-to, eu vou pe-gar o açú-car. - a outra a dá o pote e rapidamente Catharina vai a cozinha e o enche de açúcar e o entrega.

__ Obrigada. - Camila agradece. - O meu marido comentou que te viu de manhã ontem, e hoje você está aqui... tudo bem com o seu avô? - questiona preocupada.

__ O vo-vô está bem, Lara se demi-tiu. Então eu estou fican-do com ele até encon-trar outra enfer-meira disposta a ficar tantas horas. - não diz toda a verdade, não quer que as pessoas se envolva demais. E sem contar que tem medo que ao ser confrontado, Roger machuque alguém.

__ Eu sinto muito, e quanto ao seu emprego?

Catharina engole em seco

__ O restau-rante está em refor-ma, de qual-quer forma os fun-cionárias não vão traba-lhar nas próximas sema-nas. E quanto ao outro... eu falei com o meu chefe, ele me deu alguns dias. - as suas bochechas avermelham ao se referir ao loiro.

Mesmo com os problemas, ela continua a pensar no outro. A negra se perguntou se Mason percebeu que Catharina não estava na mansão e depois se achou tola porque provavelmente ele bem havia de ter notado a sua falta.

Não era de tudo mentira, ao menos não sobre o restaurante. Margot ligou a falando das obras que o novo dono faria no local e que as ordens eram para os empregados ficarem em casa. Ela pensou imediatamente que esse cara com muito dinheiro, se tratava do irmão de Mason. Mas ficou calada, porque era apenas uma suposição.

__ Você tem sorte de trabalhar com alguém compreensivo, eu não lembro de ter trabalhado para uma pessoa tão boa. - ela rir e a negra acompanha, não por achar engraçado, mas sim porque Mason não é um homem compreensivo ou paciente. - Bom, eu estou indo. Moramos pertinho, qualquer coisa e só chamar... - seu olhar vai para a porta, aparentemente Roger não tinha causado uma boa impressão na mulher.

Coração de gelo - Amores ImprováveisOnde histórias criam vida. Descubra agora