Catharina
A garota descascava algumas batatas por mais turbulento que estivesse por dentro, tão concentrada que nem notou quando o loiro tatuado entrou. Mas congelou assim que escutou a voz grossa.__ Guarde na geladeira. - Mason entrega uma torta para a mais velha das mulheres, trazida por algum de seus familiares.
Mas os olhos azuis não saem de Catharina, a sua testa tem um finco e ele parece detestar vê-la, para a angústia da menor. Ela constata algo que temia com a incapacidade de segurar o contato visual com o outro, ela ainda o acha o homem mais bonito que já viu, como se sente tímida em sua presença.
Reformulando, a negra gosta dele como não devia.
Uma sombra grande paira sobre ela, a cozinha está derrepente muito quieta. Olha para cima, ele está em sua frente.
__ O que faz aqui? - questiona irritado.
__ Eu n-ão ent-endo senhor... - fala confusa.
__ Hoje é sábado, não era pra estar aqui. Quem disse que podia faze-lo? - o loiro pergunta com um tom duro.
A menina olha para as duas mulheres que os observa e como a negra não entendendo o que está acontecendo.
__ Mas Alba... - ela nem termina, porque uma risada escapa da boca do outro.
__ Claro que sim, até imagino de quem veio a ordem. - o homem masssagea as têmporas e respira fundo, como se estivesse tentando se acalmar.
__ Senhor, desculpe me intrometer... -
Deisy está sem jeito.__ Fale. - ele a fita.
__ A Catharina não se sente bem, mas a sua mãe disse que ela deve servir a vocês. Talvez seja melhor ela está na cozinha, as mãos dela estão trêmulas, pode derrubar a comida. - fala muito rápido ao tomar coragem para dizer.
Catharina olha incrédula a colega, e balança as mãos perguntando o que ela está fazendo sem pronunciar algo. A outra apenas pisca, o outro não percebe pois olha a negra com intensidade.
__ Que fique esclarecido, a minha mãe não tem poder algum sobre essa casa. Vocês respondem a mim, da próxima vez venham me perguntar antes de obedecer qualquer coisa que ela diga. - avisa.
As três mulheres assentem imediatamente, ele suspira nitidamente não tendo paciência pra aquilo tudo. A negra diria que ele é o menos interessado no almoço que terá na casa, ele a encara novamente e fica alguns segundos em silêncio.
Ela sente como se ele pudesse ver sua mentira.
__ O que têm? - pergunta simplesmente.
Por mais que as palavras sejam ásperas, há um pouco de preocupação no rosto sério. As bochechas de Catharina ardem com a atenção do outro.
__ E-u não co-mi de ma-nhã, f-foi só uma fra-que-za. Me sin-to bem a-ago-ra. - a sua gagueira estendeu a frase, mas ele escutou e esperou que terminasse em seu tempo.
As pessoas ficam agoniadas com a lentidão que as palavras eram pronunciadas, que a interrompia ou completava o que a moça ia dizer. A calma com que ele a ouviu a agradou imensamente.
_ A sua amiga está correta, não saia da cozinha. Eu não posso lidar com isso agora, mas volto depois para a levar em casa. - Mason diz, mas os olhos dela vão para as mãos que sobe a manga da blusa até seu cotovelo, mostrando mais das tatuagens.
Ele não veste terno, mas o preto está presente em suas roupas como as cotidianas.
__ Não é ne-ces-sário s-se-nhor, eu pe-ço um táxi. - diz, mesmo sabendo que não o faria, ela pegaria um trem. Porque o seu dinheiro estava contado.
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Coração de gelo - Amores Improváveis
RomanceCatarina é uma garota inocente, atrapalhada, e que tenta ser independente. E que terá que lidar com experiências novas e sentimentos confusos ao trabalhar na casa de Mason.