~ mensagem de texto ~
"Não consigo parar de pensar no que rolou, tem como a gente se ver longe do campus?"
Número não identificado, mas é lógico que eu estava ciente de quem escrevera. Observo o teto branco de meu quarto, balançando meus pés cruzados repousados em cima da cama.
A merda já tinha acontecido, o que mais eu tinha a perder? Além de voltar a ter crises, desfocar nas matérias, perder o semestre? Acho que nada, não?!
Penso muito, mas nem tanto, para que então tome o celular pelas mãos e digite freneticamente em seu retorno:
"Lógico..."
Apago.
"Não sei se seria boa ideia..."
Apago novamente... Mais uma tentativa
"Você é maluca?"
Deletado e não enviado. Talvez a maluca seja eu. Assim, resolvo não enviar uma mensagem naquele momento, me levanto despindo minha camisola de seda para adentrar em um banho estupidamente quente e relaxante.
Já não era de se esperar que tudo o que aconteceu iria me deixar confusa. Mas de maneira geral esse sentimento estava me proporcionando uma sensação maravilhosa de explorar meu corpo pensando nas mãos de Bianca a estremecer cada parte da minha pele.
Como foi bom senti-la de novo, apesar de ter sido em um ambiente nada atraente, senti que teve mais do que somente tesão envolvido naquele mix de gemidos e orgasmos.
Já mencionei como morar sozinha tem suas vantagens? Masturbar-me sem peso na consciência era mais uma dessas.
~ celular a tocar ~
- Merda.
Penso alto, quase chegando em meu ápice do prazer solo. Respiro tentando focar somente no que meus dedos estavam me fazendo sentir desviando a atenção do toque do celular maldito.
--
Ao terminar e poder respirar, enrolo-me na toalha e pego em cima da pia o aparelho que quase me atrapalhara. 5 ligações perdidas, não está pra brincadeira não?
Era Lucy. Se conheço bem a Lucy, deve ser algo bem importante ou completamente banal, é 8 ou 80, sem meios termos.
Retorno a ligação... Chamando...
- Oi, Ju. Tá ocupada? – ela atende já questionando.
- Oi, agora não... – mordisco meus lábios inferiores repensando momentos antes – o que houve?
- To precisando muito sair. Não sei mais o que fazer sem a Lari, ela me faz uma falta imensa e você disse que eu poderia te ligar pra tudo e...
A interrompo
- Calma! Respira. Lógico que pode me ligar pra tudo. O que quer fazer? Vamos comer alguma coisa e conversar?
- Sim! Por favor... – ela implora – Você é a melhor!
- Te encontro no Snack, pode ser? As 8.
Nos despedimos confirmando o encontro e deito na cama novamente tomada pelos devaneios maliciosos. Respondo?
Não. Seja uma boa amiga e esqueça essa mulher, Jullie!
--
~ já no Snack...~
Lucy me recebe com um abraço muito apertado e deveras desesperado, posso dizer. Retribuo e logo nos sentamos.
Tocava um som ao vivo, algo na vibe Coldplay, e posso afirmar que nos agradava. Pedimos uma porção e começamos a conversar sobre o que estava a angustiar a vida dela.
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PsicoLove.
Teen FictionJullie Martins, atualmente com 18 anos, passa por poucas e boas em uma clínica psiquiátrica. Foi diagnosticada, aos seus 14, com transtorno bipolar e infantilismo. Sua situação nunca foi das melhores, mas as coisas tomam um rumo diferente, momentos...