R.I.P Mrs. Dom

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Desde meu retorno ao campus da NYU, fui muito bem recebida pelos meus colegas antigos, alguns (que eu particularmente não chamaria nem de colegas) me olharam um pouco torto, como se estivessem desaprovando a volta de uma retardada numa universidade requintada... A eles, o meu sincero foda-se, já que eu estou muito bem comigo mesma. 

Frank, meu amigo insubstituível, não me deixava sequer um segundo quieta, era um garoto preocupado, mesmo que eu insistisse em convence-lo de que já não estava doente (óbvio, a doença estava hibernando dentro de mim, e por assim se estenderá).

- Você sabe que não precisa ser meu guarda costas vinte e quatro horas por dia, né? - O olho tentando mais uma ver o despistar - eu to legal, juro. 

- Eu sei que está, mas eu não quero correr o risco de te perder de novo, além de que... tem gente que só tá esperando eu vacilar pra vir te encher novamente - ele revira os olhos os direcionando para uma silhueta desfocada um pouco atrás dele, mais conhecida com Aisha.

- Ela não é nem louca de vir falar comigo, depois de ter ido em casa, deve ter entendido que não temos mais nada a ser falado. 

Ele concorda mas não alivia, seguimos para a aula. 

Se completa um bimestre inteiro que voltei, os professores não mudaram desde então, eram os mesmos mas em diferentes matérias, a senhorita Clifford já não está tão no meu pé, como no começo, quando ela ficava sentadinha do meu lado pelo menos duas aulas inteiras do dia para me vigiar. Hoje, ela só vem uma vez a cada quinze dias para falar com os professores e eles fofocarem de mim, risos. Ah, lógico... Ela também me dá um oi. 

Bom, nessa aula de Neuropsicologia, como de costume... encontraríamos o professor Dom, para os que não conhecem, Dominic Gates, mas, por alguma razão, entra uma substituta na sala. Apesar de já sermos adultos, na teoria, a classe não se porta como tal na presenta de professores não agregados da faculdade, então... vira-se uma enorme zorra de falatório no lugar do aprendizado. 

A professora, muito calma, pega um canetão vermelho de sua bolsa, escreve seu nome na lousa, e a seguinte frase "Não somos o que sabemos, somos aquilo que estamos dispostos a aprender", se virou e sentou-se em sua mesa. Para mim, foi um tremendo tapa na cara daqueles que não estavam atentos de que a aula iria continuar. Em minutos, a sala foi se aquietando e ela com um sorriso e mantendo sua voz calma se levantou discursando:

- Achei que seriam inteligentes para entender a frase, muito bem - assentiu com o olhar - bem, me chamo Dana Mc'valley, vou substituir o professor Gates.

- O que houve com ele? - um aluno aleatório perguntou 

- Bem, o professor Dom sofreu um acidente na madrugada

A sala toda ficou pausada em um "ó", demonstrando surpresa e susto. 

- Mas ele está bem professora? - foi a vez de Jean perguntar.

- Ainda não temos muitas notícias, mas acredito que ele ficará bem em breve. - forçou uma tosse, para direcionar outro assunto. Meu palpite? Ela sabe de algo mais - enfim, vamos focar na aula, as provas semestrais se aproximam, e temos que ter foco. 

Mc'valley se vira para lousa com seus canetões e começa sua aula, escrevendo sem parar no quadro, creio eu, para que não tivesse chance de interrupção e mais perguntas. 

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Saindo da aula, vários já comentavam sobre o acidente do professor, ele é muito querido entre seus alunos e pela própria instituição, então, é de se esperar uma baque forte ao saber de uma notícia assim, ainda mais sem muitos fatos esclarecidos. O ponto é, que... muitos rumores começaram a surgir, desde amputamento de membros até sua morte. Eu, particularmente prefiro pensar nele somente seu uma das pernas ou braços. 

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