trembling and troubled

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Surpreendentemente morar sozinha tem suas vantagens, é surreal como o silêncio do meu lar ecoa profundamente na paz da minha alma. Minhas regras, meu espaço, meus horários. 

Depois de um dia longo de trabalho, chegar em casa é minha maior satisfação, poder simplesmente tirar meus calçados, deitar meus pés para cima no sofá de minha pequena sala, e observar a sacada entreaberta do apartamento, a tarde partindo e o anoitecer se aproximando, só eu e minha companhia. 

Incrível pensar que em apenas 3 meses minha vida tomou um rumo completamente inimaginável. Emprego novo, lar novo, colegas novos, mas... um amor antigo, e insistente nos meus pensamentos. Suspiro. 

Sinto leves sintomas de uma fome abrupta chegando. A janta não se fará sozinha se permanecer-me estirada aqui... Hora de levantar.

Eu duvido você cozinhar sozinha em casa sem um belo som de plano de fundo. Pois digo que sou incapaz. Ligo minha caixa de som, deixando rolar minha playlist, a cortar os temperos, meu pensamento viaja aleatoriamente pelos devaneios de meu mundo. 

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- Até a próxima aula, gente. Não se esqueçam do trabalho, vai valer nota. 

O professor se despede. Levanto-me ajeitando meus materiais na bolsa e me direciono para o corredor. Antes da próxima aula, um intervalo de 25 minutos, o suficiente para comer algo, ir ao banheiro, separar os materiais da seguinte matéria, descansar e voltar prontamente para mais lições. Ufa, cansativo.

No final do corredor desse bloco, tem um banheiro pouco movimentado, ótimo para mim, dá para fazer as necessidades, enrolar um pouco longe da sociedade e sair sem ser notada. Caminho para lá, como de costume, entro na cabine, encosto a porta e me sento no vaso fechado, somente para ouvir os áudios confusos da cabeça ainda mais confusa de Larissa, que desde que solteira, não para de se lamentar...

~ barulho~

- Alguém ai? - me levanto rapidamente ao escutar um barulho.

Esquisito. Guardo o celular, e sem respostas, decido abrir a cabine, como naqueles filmes de suspense, onde a porta se põe a ranger. 

Em um segundo, surpreendo-me com uma mão a tampar minha boca e me empurrar de volta a cabine apertada do banheiro. Sem sucesso ao gritar, tomada pelo susto e tentando entender a situação, escuto sua voz ao pé de meu ouvido:

- Até quando vai me evitar?

Ao ouvir o timbre de sua voz dominante e quase que em um sussurro, meus olhos se fecham arrepiando até os fios de meu couro cabeludo. Sua outra mão, que não a que calava minha boca, orientada sem hesitação, no fecho de meu sutiã, seu toque gelado, faz meu corpo contorcer levemente, soltando uma sonora arfada.

Tentar impedir? Não. Meu corpo queria, minha razão já não respondia por mim, meus lábios clamavam...

- Bianca...

Nesse segundo, sua mão habilidosa deixa livre meus seios imediatamente rígidos, sua outra mão já não cala minha boca, ambas palpam meus seios com muita sagacidade, impossível não soltar ligeiros múrmuros cada vez mais ofegantes e sedentos por mais. A esse instante, tento ficar minimamente sã, e avaliar com muita cautela seus movimentos. Bianca com suas roupas pautadas de professora sisuda, suas unhas pintadas de preto, seus cabelos amarrados em um rabo de cavalo alto, e seu perfume de aroma exclusivo, me excitava a cada minuto mais, tateando minha barriga somente com as pontas das unhas, seus lábios preenchiam meu pescoço com beijos, que logo viravam lambidas no ápice de minha orelha, desorientando meus sentidos de equilíbrio. 

- Não aguento mais ficar um minuto longe de você... - A morena falava entre beijos e palpadas firmes em meu bumbum contra sua cintura.

Completamente submissa a seus toques, refugo qualquer resposta. Era explicitamente prazeroso ouvir sua voz, seguida de seus toques de novo, tão perto de mim. Bianca baixa minhas calças até o calcanhar, me deixando somente de calcinha, desloca para o lado e passa dois de seus dedos em mim, evidenciando meu tesão escorrendo sem permissão. Suspiro manhoso, observando ela, levar tua mão em direção a teus lábios e por assim lamber seus dedos com meu líquido. 

Meu coração palpita, meu corpo estremece inteiro com a cena:

- Fala o que quer, Martinez - provoca incitante.

Me recuso a falar, para que ela continuasse seu ato, sabemos o que quero. Ela, por sua vez, insiste que eu suplique por ela dentro de mim, leva tua mão em meu pescoço apertando-o moderadamente. Solto um gemido. Não me lembrava de Bianca tão atuante dessa maneira, sua dominância feroz tinha um gostinho irresistível de quero mais. 

- Fala... - persiste.

- Você... Dentro... - falo sem mais enrolações.

Subitamente introduz seus dedos indicador e médio em mim, com precisão e força, da medida certa. Em movimentos de vai e vem, cada vez mais rápidos mas mantendo a força, continuo a gemer baixinho próximo a teu ouvido, com aquele temor por mais alguém no banheiro que pudera entrar a qualquer momento. Aquela sensação do proibido, deixavam as coisas ainda mais quentes e gostosas entre nós. 

- Fala que não me esqueceu - ela continua a interromper o momento. 

Obviamente eu não havia esquecido, cogitei talvez em algum momento não recordar sequer da sua voz, mas seria mentira dizer que tudo não voltou a tona no segundo em que me foi apresentada como professora da turma. Meu corpo pulava no ritmo de suas investidas, meus seios pulavam livremente e ela aproveitada para chupa-los sem o mínimo de vergonha. 

Minhas pernas ali limitadas devido ao jeans travando-as ao fim de minhas pernas, deixavam minha entrada ainda mais apertada, o que proporcionava ainda mais prazer, Bianca fazia de um jeito único, me tocava como ninguém jamais nunca tocou, estava entregue a ela mais uma vez.

Sentia meu clímax se aproximar, segurei seu braço para que entendesse que não parasse, e assim o fez, intensificando ainda mais as dedadas que me levavam a loucura. Instantes depois, alivio meu corpo, soltando meu gozo em suas partes em mim, sem evitar um grunhido alto e de alívio. Deito minha cabeça sobre seu ombro, ainda ofegante, recompondo-me. Ela tira sua mão de minhas partes, levando-a carinhosamente em minha cintura, sela meu rosto com um beijo doce, sem nem parecer que a minutos, transava comigo como um animal selvagem. 

A essas horas eu nem raciocinava que meu intervalo já devia ter acabado, e que por consequência o dela, como professora também... Mas nada importava, eu podia sentir os batimentos de seu coração pulsando quase que para fora de seu peito. Levantei meu olhar ao dela, fechando meu sutiã, sem deixar de encara-la. 

- Como sabia que eu estava aqui? - perguntei, dando uma leve mordiscada eu meu lábio inferior.

- Você é a única capaz de me fazer colocar em jogo o emprego dos sonhos no lugar dos sonhos... - responde não retornando minha pergunta. 

Balanço a cabeça em negação, sorrindo sorrateiramente. Ergo minha calça e a fecho. Bianca observa com malícia, assim que termino de me ajeitar, pressiona-me contra a parede, fechando aquele momento com um beijo demorado, e obviamente retribuído. 

- E a partir daqui... ? - questiono assim que selamos o beijo.

- Nem eu sei - responde, sinto que algo a embaraça - só sei que... temos que resolver isso, como duas adultas que somos, não é? 

Ergue teu olhar a mim, fazendo um leve carinho em minha bochecha, assinto com a cabeça em silêncio. A insegurança toma conta de mim mais uma vez, será que servi somente para um escape seu, como na última vez, um ato impensado e sem significados... ou agora seria diferente?

- É melhor irmos - me sela nos lábios - você... me deixa maluca. 

Completa sua frase, saindo da cabine. Pude notar que para rapidamente no espelho do banheiro para ajeitar seus cabelos, e retocar seu batom, por sinal, sem um borrão, ergue teus seios os ajeitando no sutiã e sai como se nada tivesse acontecido, sem me dar tempo de alguma resposta. 

Por mais insegura e estremecida que eu estivesse, sinto que estou madura e focada e independente de qual for o jogo dela, não me envolveria facilmente. É inexplicável o que sinto agora, o cheiro do sexo que toma conta do pequeno banheiro me alucina e me deixa duvidosa se foi real ou somente um sonho. Sinto minhas pernas bambas, mas tenho que continuar meu cronograma, talvez meio sem rumo, mas ainda tenho um longo dia de estudo e trabalho pela frente. 

Volto a sala de aula, que por coincidência, é comandada por Bianca. Entro e me guio até minha carteira, me sento abrindo meu material normalmente. Ao olhar a frente, a professora me observa, dá uma leve piscada por cima de seus óculos pouco abaixo de seus olhos me desestabilizando novamente. Essa aula, vai render. FOCO MARTINEZ. 

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