Se você ama alguém verdadeiramente, não espere que conversas difíceis não terão de acontecer. E porque amo Bianca, conversamos seriamente sobre seus últimos comentários e atitudes que me deixavam desconfortáveis. E não somente por amor a ela, mas primordialmente por me amar e respeitar a mim mesmo.
Esse diálogo foi proveitoso, e serviu para nos unir ainda mais. Estávamos bem, e planejavamos verdadeiramente nossa viagem juntas. As ideias fluiam naturalmente, Maldivas era um belo lugar para curtir as vibes do mar e agregados, mas conseguimos chegar a um consenso de visitar Paris. Clichê? Muito. E quem disse que essa história não é sobre clichês?
Eu e Max, já nos acostumamos de novo a nossa rotina, e apesar de não sermos mais crianças, nossa conexão era pura e indecifravelmente forte. Max se tornou um homenzinho muito respeitoso e facilmente apaixonante pelas garotinhas do colégio, foi quando chegou para conversar:
- Ju, somos amigos, certo? - sentou do lado direito da cama de sua mãe onde eu repousava relaxada.
- Claro! - baixei o celular para prestar atenção no ruivo.
- Você sabe que eu to crescendo e tal - gesticulou de uma forma engraçadinha - e ai, vocês tão querendo fazer a viagem, e eu não sei exatamente se estou muito animado para ir...
- Hum... Não está animado? Fale mais sobre.. - me sentei redobrando atenção ao garoto
- Lógico que seria muito maneiro ir com vocês, ainda mais vendo como minha mãe ta feliz... Mas é que...
- É que... não me enrola não senhor Maxwell
- É que, uns amigos meus me chamaram pra ir numa festa bem no final de semana da viagem... e a Gabi vai estar lá..
- Gabi?
- É, uma amiga minha sabe?
Sorrio para Max já entendendo onde ele queria chegar.
- Aaaaah ta, uma "amiga" - faço aspas com as mãos, sorrindo
- Juu - reclama todo envergonhado - é sério...
- Ta bem, não faz mal! Mas onde eu entro nisso?
- Ah, você sabe que a mamãe ficaria muito chateada se eu falasse que não queria ir, massss... se você falasse, talvez ela ficaria menos irritada e me deixasse ficar - juntou suas duas mãos em "oração" pedindo gentilmente - por favor, é só dessa vez...
- Ai ai Max.. - olhei para ele com o coração já amolecido e convencido de ajudar, afinal, quem nunca teve essas paquerinhas com essa idade, que atire a primeira pedra - Ta bem, eu falo com sua mãe, mas só se fazermos um combinado
- Ta ta! Qualquer coisa - responde animado
- Na próxima viagem, você vai com a gente sem falta, hum?
- Claro! Lógico, eu vou amar, prometo.
- E outra coisinha... - sorrio - vai me falar se conseguiu uns beijinhos com a tal amiga
Sua pele clarinha fica totalmente rosada de vergonha
- Para Ju, é só minha amiga - se levanta ainda acanhado - to vazando... Valeu, beijo!
Continuo sorrindo no quarto vendo o garoto se distanciar. É cada uma que esse menino me apronta... Mas acredito que não vai ser difícil domar a senhorita Mitchell, nada que uns bons amassos e um banho quente juntas não amoleça seu coraçãozinho de aço.
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Na janta, conversávamos sobre as aulas de Max, nós três sentados a mesa da copa, comendo um belo banquete de comida japonesa. Max termina sua refeição e vai lavar seu prato na cozinha. Logo retorna:

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PsicoLove.
Roman pour AdolescentsJullie Martins, atualmente com 18 anos, passa por poucas e boas em uma clínica psiquiátrica. Foi diagnosticada, aos seus 14, com transtorno bipolar e infantilismo. Sua situação nunca foi das melhores, mas as coisas tomam um rumo diferente, momentos...