Quando o amor acontece - a história de Deniz & Zeynep - Caminhos Cruzados

Capítulo 14 - Jantar em família

DENIZ
Nosso final de semana foi maravilhoso, voltamos os quatro juntos no mesmo vôo na segunda-feira, almoçamos juntos, deixamos Zeynep no trabalho e depois fomos direto para a empresa.
Kyraz e Yalin estavam finalizando o material do Nova Era e eu estava bastante atarefado, com a agenda lotada.
Yalin conseguiu organizar seus compromissos, adiou sua passagem por um mês e ficaria até Kyraz ir para Galápagos.

No final semana fomos para Agva e foi uma delícia, como sempre. Nos divertimos e namoramos muito, como dois casais apaixonados, que somos.

Mamãe e papai estão felicíssimos com o adiantamento de sua viagem e, claro, com o relacionamento dele com Kyraz. Como assumimos nossos namoros, resolveram oferecer um jantar, para a família de Kyraz e o irmão de Zeynep, que foi representando sua família.
Formalizamos nossos namoros, diante das famílias e notei, que o único que não pareceu feliz foi Hakan. Não por eu e Zeynep, mas por Kyraz, de quem ele não tirou os olhos. Ele chegou a ser grosseiro com Yildiz, que ficou visivelmente abalada e de olhos perdidos, num canto.

A noite transcorreu conforme o planejado. Depois que todos se foram, nossos pais se recolheram, eu e Yalin falamos sobre tudo. Ele estava muito feliz.
D: Feliz? - Falei batendo em suas costas.
Y: Muito! Estou aliviado de nos dar esse tempo e poder validar nossos sentimentos. -Ele afirmou. - Ela tem de estar em Galápagos em 20 dias e estamos combinando dela ficar uns dias em NYC comigo.
D: Muito bom! Fico feliz!
Y: Ela não sabe, pois farei uma surpresa, mas irei para Galápagos fazer um trabalho. Então, ficaremos juntos boa parte de sua estadia por lá.
D: Que ótima notícia. - Falei feliz. - Está vendo? As coisas vão se encaixando. O universo conspira! - Ele assentiu sorrindo.
Depois de um breve silêncio, ele falou.
Y: Seu cunhado estava estranho hoje! Você não achou? - Eu assenti.
D: Sim... - Confirmei apreensivo. - Vou te dizer uma coisa, mas não tenho certeza e nem comentei sobre isso com Zeynep... Acho que ele tem um amor platônico por Kiraz.
Y: Também achei isso... Um homem sente, quando outro cara está interessado na sua mulher. Mas, acho que Kiraz nem desconfia.
D: Provavelmente não... Eu acho também, que Yildiz gosta dele! - Ele me olhou pensativo.
Y: Será? Bom, eu a achei triste, mas não tinha pensado sobre isso... Faz sentido!
D: Eu vou deitar, pois tenho um dia cheio amanhã. Boa noite. Você não vem?! - Indaguei.
Y: Daqui a pouco! Boa noite.
Antes de dormir, troquei mensagens com minha amada, desejando boa noite.

SÖGULL
Organizei um jantar com as famílias das namoradas dos meus filhos, para nós nos conhecermos melhor. Carlo conhece Onur, desde criança, nos encontramos algumas vezes, durante o namoro e no início do casamento com Emine, mas não nos víamos há muitos anos. Tanto que não conhecíamos suas filhas e nem eles os nossos. Foi na nossa festa, que soubemos que nossa funcionária Yildiz, era filha deles. Carlo encontrou Onur, por acaso, há alguns meses e voltaram a se falar, com maior regularidade. Estou muito animada, que meus filhos estejam namorando moças de boa família e que todos se dão bem. Eu tinha uma preocupação muito grande, que as escolhidas de meus filhos, não fossem amigas, o que poderia causar um mal estar na família. Além disso, eu estou muito feliz com a possibilidade desse relacionamento trazer Yalin de volta para casa.
Estava perdida em meus pensamentos, terminando de verificar os últimos detalhes, para servir o jantar, quando Zeynep se aproximou.
Z: A senhora precisa de ajuda?
S: Não, minha filha. Está tudo sob controle. - Afirmei.
Z: Muito obrigada por nos receber em sua casa, D. Sögull! Está tudo uma delícia e de excelente bom gosto.  Elogiou.
S: Saiba que é um grande prazer tê-los aqui! Fico feliz que as namoradas dos meus filhos sejam amigas! Eles são muito amigos e companheiros... Gostaria que continuassem assim.
Z: Quanto a isso, fique tranquila! Eu e Kyraz somos como irmãs, crescemos juntas e sempre fomos muito amigas e cúmplices. - Eu sorri. - Eu sempre digo a Deniz, que eu acho linda a relação dele e Yalin. Adoro a cumplicidade deles...
S: Que bom! Eu sempre quis que meus filhos se apaixonassem e construíssem uma família amorosa, como a nossa. Eu e Carlo, jamais tentamos influência-los, buscando casamentos arranjados, ou por interesse. O importante é que sejam felizes e estejam juntos, se apoiem.
Z: Que bom! Nós não somos ricas, mas estudamos, trabalhamos e tivemos uma boa educação. A família de Kyraz segue mais as tradições, que a minha. Mesmo assim, seus pais são muito amigos dos meus e os considero, com se fossem da família.
S: É o suficiente para mim, especialmente que sejam moças de boa índole. Eu e Carlo nunca quisemos, que eles casassem com socialites, ou moças fúteis, sem objetivos na vida. Claro, queríamos que tivessem uma boa educação e uma formação, mas principalmente, que os amassem e os fizessem felizes... Confesso a você, que eu estou muito feliz, de ver que eles estão felizes. - Reafirmei.
Z: Fico feliz. Eu gosto demais do seu filho. Ele é um homem muito educado e gentil, além de lindo. - Falou em tom de confidência, corando.
S: Eu sou suspeita, pois acho meus filhos lindos e muito educados. Acho que fizemos um bom trabalho. - Falei orgulhosa.
Z: Fizeram sim! - Deniz se aproximou desconfiado, passou o braço pela cintura de Zeynep e perguntou.
D: Posso saber o assunto?
S: Você e seu irmão! Minhas duas joias... e suas adoráveis escolhas... - Nós rimos. Kyraz se aproximou.
K: Precisa de alguma ajuda? - Perguntou dirigindo-se a mim.
S: Tudo sob controle. Posso servir? - Chamamos os outros e fomos para a mesa.
Após o café, conversei um pouco com Emine e ela pareceu feliz com os relacionamentos de Kyraz e Zeynep, a quem se referiu como a uma filha. Ela trouxe um doce maravilhoso, para a sobremesa e trocamos receitas. Não posso dizer que somos amigas, mas certamente seremos.
A noite foi excelente, vejo que meus filhos estão felizes e apaixonados, o que me faz muito feliz.
Quando eu e Carlo nos recolhemos, conversamos sobre a noite.
S: Gostei muito da nossa noite! Gostei das moças e das famílias. - Confessei.
C: Eu estou feliz, por nossos filhos. Gosto muito de Onur e Emine, são pessoas sérias e trabalhadoras, que se esforçaram muito para dar uma boa educação e formação, para suas filhas. Especialmente, após o "golpe" que sofreram do sócio... - Falou pensativo. - Sobre Zeynep, pareceu uma boa moça, assim como seu irmão. Ele é mais fechado, mas pelo o que Onur me contou, é um bom rapaz. Ele não permitiria essa amizade, entre Kyraz e Zeynep, se não gostasse da família.
S: Verdade! - Suspirei. - Eu estou muito animada, por todos serem amigos e pela possibilidade de termos Yalin de volta...
C: Tudo está caminhando para isso, ainda melhor do que pensávamos. - Eu o abracei e ele beijou o topo da minha cabeça. - Que eles sejam tão felizes, quanto nós!
S: Insalah!

ZEYNEP
A noite foi maravilhosa e eu parecia estar num sonho. Eu estava apaixonada por Deniz e nosso relacionamento, já envolvia as famílias.
Eu estava ciente, que as estrelas da noite eram Yalin e Kyraz, que tudo estava andando mais rápido, por conta das agendas e da distância, que moravam. Eles tiveram de formalizar a relação, por não terem como adiar tal decisão, já que ele morava em NYC e ela estava indo para Galápagos, por cerca de 4 meses, no mínimo, para realizar sua pesquisa de doutorado.
Deniz aproveitou o ensejo e quis assumir nossa relação, perante a família também. Eu ainda estava insegura, quanto a isso, pois estávamos juntos há pouco tempo, e ele poderia enjoar de mim, inclusive diante de sua fama de mulherengo.
Eu não duvidava do que havia entre nós, mas nos desdobramentos, diante da rotina.
Como se não bastasse isso, assombrando minha mente, meu irmão estava muito estranho. Então, assim que entrei em casa, o questionei.
Z: O que houve com você? Eu o achei tenso, irritado, sem falar da grosseria com Yildiz. - Ele revirou os olhos.
H: Estava no meu modo normal, irmãzinha. - Respondeu debochado.
Z: Se este é o seu modo normal, confesso que não o reconheço. - Pressionei.
H: Como você queria, que eu me comportasse, vendo a mulher que eu amo, desde a adolescência, se comprometendo com outro, me diga?! - Perguntou alterado, me encarando.
Z: Já falamos sobre isso e ela nunca te deu qualquer esperança. Eles estão apaixonados... - Ele me interrompeu com furia.
H: Isso nunca vai dar certo! Esse cara, vai seguir a vida dele e a deixará vendo navios. Almofadinha mimado. - Esbravejou.
Z: Yalin pode ter sido mimado, mas não tem nada de almofadinha, ele saiu cedo de casa, conquistou suas coisas e, mesmo que você não admita, ele está visivelmente apaixonado por Kyraz. - Respirei fundo e continuei. - Eu conheço minha amiga e sou sua confidente, garanto que ela também está muito apaixonada. - Parei observando a reação dele. - Você precisa seguir em frente, procurar uma relação de verdade. Como você pode ter certeza, se nunca a beijou, ou teve qualquer coisa com ela?! - Suspirei. - O que você sente, é algo platônico e unilateral.
H: Eu já tentei namorar com outras garotas, mas não a esqueço. Um dia ela vai me enxergar... - Eu suspirei cansada.
Z: Está bem, continue se iludindo. - Então, mudei o foco. - E a grosseria com Yildiz? Pode me explicar? - Questionei.
H: Ela sempre fica com aquele olhar pidão, me tratando cheia de zelos. Ela me cansa... Eu sei que ela me quer, mas eu não a quero. - Curto e grosso.
Z: Percebe, que ela está sendo tão insistente, quanto você?! Você poderia tentar vê-la com outros olhos... - Ele me interrompeu.
H: Como um prêmio de consolação... - Ele riu com desdém. - Você acha mesmo, que podemos inverter as coisas assim?! Me poupe. Vou dormir, que eu ganho mais... Boa noite.
Eu suspirei e fui para o meu quarto.
Eu olhei para minha imagem no espelho, pensando no quanto minha vida havia mudado em tão pouco tempo. Na minha relação com Deniz e no curso em Milão, para onde eu iria em pouco menos de um mês.
Eu me perguntava, se o nosso relacionamento sobreviveria a essa distância, especialmente considerando o pouco tempo, que estamos juntos.
Tudo parecia rápido e perfeito demais. Lembrei da minha conversa com D. Sögull e do seu desejo de harmonia entre os filhos e noras.
Então, conjecturei, que se por acaso, Kyraz cassasse com Yalin e eu me separasse de Deniz, teríamos de nos encontrar para sempre, mas reuniões de família... - Suspirei.
O telefone soou com aviso de mensagem, era Deniz me desejando boa noite... Eu respondi e fui dormir, já que não tinha qualquer controle dos fatos.