DENIZ
Inicialmente, nossa conversa com os pais de Zeynep foi bastante difícil, especialmente com a mãe dela, que se mostrou bastante rígida e autoritária. O pai dela foi mais complacente, mostrando empatia para conosco, apesar de não detalharmos o porquê da nossa separação, da ida de Zeynep para Milão e da demora na percepção da gravidez.
Eu não queria, que Zeynep se estressasse, além do que o estritamente necessário, pois ela já teve o suficiente, com as pressões de Vicenzo e nossa separação. Meu desejo era, que ela tivesse um final de gestação tranquilo e saudável.
Nosso retorno foi mais silencioso, Hakan estava chateado com algumas posições dos pais e verbalizou isso.
...
H: Papai foi mais ameno, mas mamãe pegou pesado. Procure ignorar alguns comentários, não estrague sua paz com isso, Zeyno. Ninguém tem o direito de se meter na vida de vocês, que são maiores, independentes e casados. - Comentou incomodado.
Z: Para te dizer a verdade, apesar do estresse inicial e do jeito duro da mamãe, eu considero que foi melhor do que eu esperava. Eles são de outra geração, nasceram numa cidade pequena, cheia de tradições e costumes e, mesmo que tenham vivido numa cidade grande, abrindo a mente, é difícil para eles lidarem com esse tipo de coisa, como estar grávida e solteira. Eu juro, que os compreendo. Na cabeça da mamãe, ela se culpa por não ter me "ensinado direito". - Conjeturou. Eu olhei para ela, peguei sua mão e beijei a palma.
D: Verdade Hakan! Eles têm uma visão diferente das coisas. Não podemos condená-los. - Reforcei.
Y: Com certeza, meus pais seriam piores, apesar de serem de Istambul, seguem mais as tradições, que seus pais. - Completou. - Você já esqueceu, como foi com Kyraz? Papai não queria deixá-la morar com Yalin, antes do casamento daqui, mesmo eles tendo se casado em NYC. - Ele suspirou cansado.
H: Prevejo que teremos problemas! - Comentou. Vi quando Yildiz franziu a testa e deu de ombros, como se questionasse o que ele queria dizer com aquilo. - Precisamos nos cuidar, como papai sugeriu. - Ela deu um tapa no braço dele e fez uma careta, chamando sua atenção. - Aí amor, porque você ficou tão irritada? Como você acha que essas garotas ficaram grávidas? Não foi com beijo na boca, certamente! - Nós nos entreolhamos, segurando o riso.
Y: Mas precisa ser tão indiscreto?! Você não é assim. - Afirmou.
H: Você me mudou... - Falou insinuante.
Y: Eu?! - Indagou com certa indignação.
H: Não fique brava comigo! Eu só quero que todos saibam, que você é só minha. - Falou encarando-a, deixando-a totalmente desconcertada.
Z: Hakan... - Ralhou com ele. - Pára com isso. Você não percebe que a está deixando encabulada?! Não a pressione. - Eu ri. - E você também! Do que está rindo?
D: Pronto. Sobrou para mim! - Exclamei. - Estou rindo do jeito de vocês e... - Fiquei na dúvida se deveria continuar.
Z: E?! - Questionou.
D: Nada... Fiquei pensando no quão enérgica você será, como mãe! - Completei.
Z: Se for necessário, serei sim. Criança precisa de limites... - Explicou.
D: Hummm, olha a herança da dona Selma! - Comentei. Todos rimos.
Z: Quem puxa os seus não degenera! - Suspirou. - Sua mãe também parece ter sido bem durona com vocês.
D: Ela não dava moleza mesmo, mas na adolescência era adepta de uma boa conversa. Se bem que éramos tranquilos. - Conjecturei.
H: Nós também éramos. Zeynep era traquinas, mas nada que acarretasse grandes problemas... - Sorriu, olhando para Yildiz.
Y: Verdade! Hakan sempre foi muito responsável e bom aluno. - Confirmou. - Zeynep também.
Z: Você e Kyraz também. - Comentou. - Nenhum de nós deu trabalho, para nossos pais.
H: Como você sabe essas coisas sobre mim?! - Perguntou olhando para Yildiz.
Y: Digamos que eu sou bastante observadora! - Ele riu. - O quê? - Ele balançou a cabeça em negação.
...Deixamos ambos na casa de Hakan, após um breve dilema, pois Yildiz queria ficar na casa dela... Até Hakan definir, sendo incisivo.
H: Deixem-nos na minha casa, eu a levo depois. - Falou olhando firme para ela, que acabou cedendo.Nos despedimos rapidamente, pois Zeynep estava visivelmente cansada e ansiosa por chegar em casa.
No caminho fomos conversando e rindo de algumas situações do dia.
...
Z: No final, achei que foi melhor do que eu esperava! - Eu assenti.
D: Sim! Agora só precisamos definir a data. - Confirmei.
Z: Você acha que nos casamos, com esse barrigão, ou esperamos os bebês nascerem? - Questionou.
D: Eu acho melhor casarmos o mais breve possível! Apesar de já estarmos mais do que casados. - Brinquei.
Z: Está bem! - Concordou.
Chegando em casa, nos banhamos, comemos algo leve e nos deitamos, exaustos.
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Quando o amor acontece - a história de Deniz & Zeynep - Caminhos Cruzados
RomanceEssa é uma história adjacente ao livro Caminhos Cruzados. Deniz é o filho caçula de uma família abastada, proprietários de uma das maiores construtoras da Turquia. Ele é arquiteto e designer, trabalha na empresa com os pais e tem sua própria empresa...