Quando o amor acontece - a história de Deniz & Zeynep - Caminhos Cruzados

Capítulo 21 - Escolhas...

Algumas semanas depois...

DENIZ
Inicialmente, minhas conversas com Zeynep eram diárias, mas nas últimas semanas estão cada vez mais espaçadas, seja pelos meus compromissos, ou pelos dela.
Entramos na primavera e, apesar do clima ainda ser frio, permite saídas noturnas, happy hours, especialmente próximo aos finais de semana. Sei, que a rotina dela é intensa, pois faz o curso das 8 às 13 horas e trabalha das 14 às 20 horas, sendo que muitas vezes tem trabalhos, para fazer em casa. Mesmo assim, ela e Esra vivem organizando programas, sem falar das viagens nos finais de semana.
Eu estou aqui na minha rotina, que também é intensa, mas não é como a dela, cheia de novidades. Tudo novo, amigos, trabalho, país... Mesmo em tão pouco tempo, sinto que ela mudou, amadureceu muito. Ela está mais segura de si, acredito que pelas conquistas e pela remuneração, que é bastante generosa. Percebi, que ela, não fica mais apreensiva de viajar, sair, ou comprar roupas e acessórios, como ficava antes, preocupada com o orçamento. Notei, pelas fotos, que ela está se vestindo com maior cuidado e elegância. Ela e Esra fizeram amizade com um pessoal do curso de fashion design, rendendo algumas looks para elas, já que servem de modelos, ou cobaias...
O grupo fez uma imersão, num final de semana prolongado, na escola de Firenze do Istituto. Os cursos lá, tem um viés mais voltado à arte, com produção de peças, inovação, tendências, estudos de materiais e texturas.
Depois disso, Zeynep passou a investir cada vez mais na criação de peças para adorno e de mobiliário inteligente, do que na elaboração de ambientes e decoração.

#video chamada on#
Depois de 3 ou 4 dias, sem nenhum contato, decidi ligar para ela e Esra atendeu.
E: Oi Deniz. Tudo bem? - Atendeu animada.
D: Tudo e você? - Ela fez sinal de positivo. - E Zeynep?
E: Espera, vou te mostrar... - risos. Ela estava de roupão, com uma toalha na cabeça e as mãos na massa...
D: Oi? Você viu a minha namorada por aí?! - Brinquei.
Z: Oi?! - Sorriu. - Estou fazendo um pão...
D: Ah é?! Você tem amor a vida, Esra?! Vai arriscar? - Cutuquei.
E: Não fala assim! Ela cozinha melhor do que eu! - Defendeu.
Z: Não é verdade. Você só não arrisca fazer coisas novas! - Respondeu.
D: Eu sou suspeito, porque eu gosto e estou com saudades do tempero dela. - Ela me olhou nos olhos insinuante.
Z: Eu também gosto do seu! - Falou aproximando o rosto da câmera. Mandei um beijo.
D: Você tem conversado com Kyraz? - Ela assentiu. - Eu vou vê-la bastante nos próximos dias.
Z: Algum problema com o Nova Era? - Perguntou.
D: Temos de resolver algumas coisas, relacionadas aos desdobramentos do projeto. Mas, o mais importante é que vamos começar a reforma do apartamento deles. - Ela sorriu.
Z: Jura?! A danadinha não me contou nada! Vou puxar a orelha dela... - Ela deixou a massa descansar, lavou as mãos, pegou o telefone, sinalizou para Esra e foi para o quarto. - Você está bem? - Eu dei de ombros. - O que houve, você está diferente.
D: Um pouco cansado, rotina... tensão. - Respondi evasivo.
Z: Se fosse mais perto, eu iria fazer uma massagem, para você relaxar... - Eu sorri.
D: E como estão as coisas no trabalho? Novidades? - Ela assentiu, como quem não quer dar continuidade ao assunto. - Quando terminam as aulas? Você já tem previsão da data de retorno?
Z: Acredito que meados de junho, mas temos de apresentar os trabalhos de conclusão. - Comentou.
D: Você já definiu o seu? - Indaguei.
Z: Não! Pode ser uma peça de adorno, mobiliário, ou projeto de um ambiente, com descritivo. Eu tenho algumas peças expostas na Stelle, mas Vicenzo, Francesco e Enzo recomendaram que eu criasse algo específico. Especialmente, após o curso em Firenze. Eles acham, que como eu tenho habilidade com artesanato, poderia utilizar esse conhecimento de técnicas, texturas e materiais, que eu aprendi recentemente, e empregar na produção de algo mais exótico e exclusivo.
D: Legal! E o Vicenzo? - Ela torceu o nariz...
Z: Ele faz alguns comentários e insinuações, mas nada declarado ou invasivo. Eu me esquivo, me faço de desentendida e vou levando. - Argumentou.
D: E você volta logo após a apresentação do TCC? - Ela assentiu sem convicção, mudando totalmente o clima de camaradagem. Eu fiquei apreensivo e senti um aperto no coração. Foi um balde de água fria...
Z: Conte um pouco de você? - Mudou de assunto.
D: Eu estou cuidando das coisas da construtora, da minha empresa e do projeto do apartamento do Yalin, com a mamãe. - Respirei fundo.
Z: Tem saído? - Questionou.
D: Sim. Agora, por exemplo, estou de saída para o encontro da turma da faculdade. Temos um grupo no WhatsApp, que está fervendo nos últimos dias... - Para cutuca-la. 
Z: Onde vocês vão? - Perguntou.
D: No restaurante de um amigo nosso, em Bebek. - Sorri e suspirei. - Está certo! Você está ocupada. Nos falamos depois. - Eu queria fugir...
Z: Está tudo bem, mesmo? Você está frio, distante... - Eu assenti.
D: Tudo bem. Eu vou indo... Estou atrasado. Só liguei para falar oi. Beijo.
Z: Beijo. - Ela esboçou um meio sorriso.