Revelações

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(este é um capítulo fofo... porque o da semana que vem será... mais... quente)

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- Eu não acredito que você fez isso... Sarah é uma moça inocente!

- Por favor, Valentim, eu não forcei nada disso! Eu não sabia que era o primeiro beijo dela! Além do mais, foi... foi um impulso, foi tão natural.

- Vocês não vão começar a discutir algo que no fim das contas, é fundamental. Nós precisamos ter um tempo saudável, leve e informal com Sarah. Até porque quando nós conversarmos com dona Marieta, ela precisa saber que nossas intenções são as melhores.

Valentim, Ralf e Stéfano confidenciavam a situação ocorrida no escritório da M.Bahia no quarto do professor, e o primeiro estava ainda espantado com a revelação do filho de Estêvão Martinez. Tanto que Valentim deixou de lado até mesmo a caneta e o papel que ele estava usando para anotar algumas informações referentes aos temas das próximas aulas no curso.

- Concordo com você, Ralf. E... apesar de estar bastante chateado contigo, Stéfano, eu entendo. Você estava conversando sobre um assunto importante, que fazia sentido, vocês trocaram ideias, estiveram juntos de maneira informal... E ó que coisa boa, você ouviu outra pessoa, esqueceu seu elitismo, arrogância e soberba. Sarah realmente é um anjo.

- Tirando a parte que você mandou a garota ir até o escritório para entregar o seu almoço todo pronto e dividido dentro de uma bandeja de prata, tampada e numa caixa... bem humilde.

- Eu não sou um homem de marmitas.

- Realmente a soberba é uma segunda pele para você.

- Olha quem fala, o homem que usa uma bengala prateada. Que cafona.

Ralf revirou os olhos.

- Independentemente dos gostos e manias de vocês, nós temos uma nova missão. Precisamos ter um momento com Sarah, mesma forma que Stéfano teve. Um momento agradável, leve, que a faça rir e ter mais confiança ainda conosco, até para quando tivermos a situação que estamos esperando, Sarah não fique tão assustada.

De fato, Sarah ainda tentou manter a calma após ter sido beijada pela primeira vez. Sempre achou que o primeiro beijo seria dado no dia do próprio casamento, como fora criada e educada dentro da estrutura repressiva de sua família e da comunidade religiosa onde crescera. Nunca achou que o primeiro beijo seria dado com tamanha naturalidade, simplicidade. Era um pouco diferente do que lia nos livros, do que via na televisão... Mas foi bonito do mesmo jeito. Às vezes ela se via na cozinha enquanto mexia o feijão, levando os dedos aos lábios, se lembrando da doce pressão vinda dos lábios de Stéfano. O curioso era que ele não era um homem doce, e ele sempre dizia isso; mas naquele momento ele foi diferente. Foi gentil, e Sarah se percebeu rindo, como se ouvisse uma anedota que só existia em sua mente; e um sorriso vindo de maneira repentina, de uma jovem que preservava tanto os sentimentos, chamou a atenção das colegas de trabalho.

- Tá pensando no que, Sarinha?

- E-eu... Oi? Alice, o que foi?

- Nada. É porque você está aí, toda sorridente, que parece até que viu passarinho verde... Ou você está com um paquera.

- Ah, que lindo! A tartaruguinha finalmente saiu do casulo! - Comentou Eduarda, a camareira.

- Quem é, é algum colega lá do curso de inglês?

- Deve ser o tal de Rubião, o amigo dela lá do grupo dos chefes de cozinha!

- Oxe, gente! Eu não estou namorando... e não tenho nada com ninguém não! - Sarah tentou desconversar, retornando a mexer no feijão e logo depois indo até a frigideira de frango.

Três DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora