Neste capítulo teremos a continuação das suspeitas da morte de Estêvão, uma revelação muito importante... e hora do primeiro tijolo da construção do primeiro grande momento do romance...
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A revelação sobre a verdadeira causa da morte de Estêvão Martínez — de que não fora uma morte natural, e sim assassinato — pegou a todos na mansão de surpresa; especialmente os recém-chegados à casa, Valentim e Ralf.
Os três herdeiros se fecharam dentro do escritório, para falar sobre o assunto, por um motivo simples: Stéfano lembrou-se instantaneamente de algo que estava escrito na carta deixada pelo pai quando foi lido o inventário.
Havia outra pessoa no escritório, também acompanhando a conversa: Evandro Donato, que esteve ao lado de Estevão durante todo o período e tinha uma proximidade muito maior para conversar sobre o assunto.
- Meu pai falou alguma coisa sobre ser ameaçado, se tinha alguém atrás dele?
- Você está considerando isso por conta da carta... Sobre as tais "ameaças" e alguém querer a M.Bahia no "lixo". Sim, ele tinha preocupações, principalmente nos últimos meses. Mas ele nunca me mostrou a profundidade desses problemas. Só pediu que eu ficasse de olho.
- Eu tenho certeza de que alguma coisa aconteceu, porque nós vimos o caso dos fornecedores enviando e-mails questionando porque nós não iríamos pagar o que estávamos devendo. Alguém estava falando mal da gente, queimando a empresa, uma mentira, porque sempre honramos nossos débitos.
- Então isso é óbvio: alguém estava ameaçando Estêvão, e de uma forma grave, porque... Agora, depois dessa revelação, está provado que ele sabia que poderia morrer. Agora, como é que ele foi envenenado dentro da M.Bahia? - foi a vez de Valentim especular. Ele parecia em seu modo advogado, mesmo com toda a sua carreira dentro da sala de aula. - Até onde eu me lembro na época em que estagiava na empresa, ele recebia sempre muitas visitas e almoçava por lá mesmo. Geralmente pegava um delivery.
Evandro replicou, fazendo "sim" com a cabeça:
- Nunca mudou. Ele passava muito tempo no escritório, especificamente no horário da manhã. No começo da tarde, ele vinha para a mansão, passava umas horas, cochilava um pouco... ele já vinha mudando um pouco a rotina dele, nos últimos anos estava deixando várias coisas para você, Stéfano. — indicou o herdeiro com a mão estendida. — Em anos anteriores, ele era capaz de ficar o dia inteiro.
- Pra mim não fazia muita diferença... ele se trancava naquela sala. Eu não sabia se ele tinha ido ou voltado.
- Não era bem assim, Stéfano. Ele tinha um horário pra sair. Sempre uma da tarde, uma e meia, ele tava saindo
- Então isso significa que ele almoçava lá.
- Isso mesmo, Valentim: ele pedia uma comida no delivery, sempre as melhores refeições dos melhores restaurantes. Diferente de nós, pobres mortais, que muitas vezes pedimos no delivery do fast food mais próximo hamburger, batata frita, refrigerante...
- Fiquei pensando agora... — Ralf levou a mão à cabeça e penteou os cabelos lisos com os dedos. — Há quanto tempo exato você percebeu que ele estava preocupado e tenso com algo, se sentindo ameaçado?
- Mais ou menos uns seis meses.
Os quatro se entreolharam, envoltos nas próprias suspeitas e reflexões.
Em outro canto da casa, Marieta tomava um chá para tentar se acalmar, sendo apoiada pela neta. Sarah dava vários beijos na testa da idos,a enquanto Ramon parecia reflexivo olhando para a janela dos fundos da mansão, que dava para um grande jardim, além de à distância, ele perceber as casas dos outros funcionários da mansão.
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Três Desejos
RomanceValentim, Ralf e Stéfano. Três homens de personalidades distintas, e que muitas vezes rivalizam entre si, mas com duas coisas em comum: o mentor dos dois primeiros e pai do terceiro, Estêvão Martinez; e um pedido estranho do patriarca quando este é...