Segredos do falcão

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O final de semana era a melhor época para os casais aproveitarem programações a dois: restaurantes, uma saída noturna para dançar, se divertir... ou talvez o final de semana em um hotel de alto padrão em Salvador cuja vista para a baía de Todos os Santos e uma piscina de borda infinita faziam do descanso o mais agradável possível.

Inesquecível.

Aquela era a sensação vivida por Marieta Alves, que aproveitou a oportunidade para além de relaxar e descansar um pouco, passaram um tempo a sós ao lado de Ramón, os dois se conhecendo melhor, agora em uma nova situação: eles já se conheciam há anos, mas não da forma que estavam ali naquele hotel. Entre taças de vinho, pratos elaborados...

- Claro que não chega aos pés da comida de minha neta, mas pode colocar no top 5! – comentou a governanta, entre risos.

... E conversas na varanda, além de passeios rápidos pelo Mercado Modelo e o Pelourinho (tomando cuidado com os perigos que ambos sabiam existir em pontos turísticos da cidade), Marieta e Ramón descobriram não apenas o que gostavam ou não – comidas, músicas, manias – mas se descobriam em momentos mais íntimos dentro do quarto, uma suíte presidencial com dois ambientes e uma varanda ampla e elegante, retrô. O que já possuíam nas conversas e nas pequenas carícias apenas se aprofundavam.

As mãos que se uniam, fechadas uma na outra, apertando-se à medida que Ramón a penetrava, os movimentos do quadril se aprofundando, os olhos de Marieta fechados, abrindo-se à medida que as investidas se tornavam mais profundas, e os lábios se entreabriam revelando ligeiros gemidos, música para os ouvidos dele.

O corpo de Ramón se colou ao de Marieta, e a mulher segurou os cabelos dele com firmeza usando a mão livre – enterrou os dedos, puxou, enquanto as investidas eram mais fortes, e ele respondeu, gemendo no ouvido de Marieta, que respondeu apertando ainda mais a mão agarrada à dele.

Uma investida mais firme fez Ramón grunhir no ouvido de Marieta, e ela suspirou longamente, um suspiro agudo, quase um gemido, que fez mãos e corpos relaxarem, por fim, e se abraçarem, tornando-se um só.

Não havia sido a primeira vez naquela noite.

- Você já fez algum tipo de comparação... sabe, sexual... – Ramón fez círculos no ombro nu de Marieta, enquanto ela repousava a cabeça na almofada. – parecido com o que você fez a respeito da comida do restaurante?

- Do que você está falando, amor? – ela franziu o cenho. Depois, ensaiou um meio sorriso, virando o corpo para ficar com as costas na cama. - Está da querendo saber se eu já fiz comparações sobre como você é na cama em relação aos outros homens que eu já tive? Achei que tinha um pouco mais de confiança no próprio taco... - Marieta deu um ligeiro murro no peito do executivo, que sorriu.

Ele beijou a mulher e ela se aninhou junto ao corpo de Ramón, e ele a abraçou, mantendo-a mais perto de si.

- Gosto de comparar minha performance, Mari. Na verdade, sei que tenho um excelente desempenho, mas eu queria saber se agradei você.

- Digamos que você está no top 3. Só não vou dizer a posição, porque o senhor já foi suficientemente arrogante com essa conversa de "excelente desempenho". Seja mais humilde, Ramón Martinez. – ele a observou, marcando cada face do rosto, e os dois se beijaram. Como ele não poderia se apaixonar pelo senso de humor, pela vivacidade e inteligência de Marieta? Uma mulher tão melhor, tão mais justa e eloquente, que poderia recusar a presença de um homem tão solitário e egoísta, e que após tantos anos sozinho, Ramón entendeu finalmente o que era ter alguém ao seu lado.

Se dependesse dele, não sairia daquele casulo de amor nunca.

Contudo, a vida real os esperava, e a primeira coisa que aconteceu assim que os dois pisaram no hall de entrada da mansão Martinez foi encontrar o advogado Evandro Donato com notícias sobre a investigação da morte de Estêvão.

Três DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora