A portas fechadas

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Desculpa o atraso gente!

Aliás, amando as teorias de vocês sobre o "carteiro". Vamos ao capítulo, que terá... Coisas...

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- Qual é o nome desse carteiro falso?

- Bem... Caçando pelos bancos de dados... Matias Nogueira.

Stéfano, Ramon e Evandro encontravam-se no escritório da M.Bahia, observando na tela grande de uma televisão pendurada na parede da sala um quadro com informações. A projeção vinda do computador mostrava informações a respeito da pessoa que eles estavam procurando – o falso carteiro.

Matias Nogueira era investigador particular. Contudo, não era qualquer um, de acordo com o advogado.

- Eu tive que fazer alguns pagamentos e algumas ligações, porque esse cara é um dos melhores. Ex-polícia federal, ex-ABIN, ainda trabalhou um tempinho na Interpol. Ele tá na lista dos melhores entre os melhores, e a especialidade é achar pessoas. Eu só consegui o nome porque quem me passou os dados foi alguém que o recomendou quando a filha foi sequestrada pelo ex-marido e acabou vivendo durante seis meses escondida nos Estados Unidos. Aqueles casos de divórcio belicoso, o pai não gosta que a guarda ficou com a mãe e decide fugir, levando o filho... Foi Matias Nogueira quem achou.

- Pelo que eu entendi, é um homem muito bem pago para fazer um trabalho que me parece normal. Mas... Por que ele seria contratado para ir atrás de alguém que não está sumido?

O questionamento de Ramón chamou a atenção dos outros dois.

- Porque no fim das contas, meu querido tio... – Stéfano foi pouco lisonjeiro com o "querido" - todo mundo por um bom preço se vende.

Encontrar Matias Nogueira também era complicado, até porque era o tipo de homem cujas informações eram divulgados em círculos restritos e de maneira discreta; e ele era silencioso. Por isso, o trio decidiu repassar a descoberta para a polícia, sem informar que eles estavam fazendo uma investigação particular – e sim...

- Fomos informados por nossa equipe de segurança sobre a presença de uma pessoa estranha a nós, um carteiro, visitando todos os dias a empresa antes do horário de serviço dos carteiros... E mesmo de nossos colaboradores... Exceto Estêvão. – iniciou Stéfano, de óculos escuros e a aparência contrita de quem parecia ter descoberto algo surpreendente há pouco tempo.

O policial Marcos, que investigava o crime, cruzou os braços, não esboçando outra reação.

- Verificamos que esse homem não é dos Correios, e eu acabei reconhecendo a pessoa em questão graças a um amigo meu. – continuou Evandro, com as mãos nos bolsos. – O nome dele é Matias Nogueira, e o cara é um investigador particular.

Com o extenso currículo de Nogueira em mãos, além das informações passadas pela dupla, o policial sabia o que fazer, mas precisava ser mais discreto do que Matias Nogueira para evitar uma possível fuga se ele desconfiasse de algo.

A estratégia foi: Marcos decidiu pedir o apoio dele para investigar o desaparecimento da filha ricaça de um milionário baiano que havia ido para o Chipre e não voltara. Como a especialidade dele era achar pessoas que sumiram, Matias Nogueira seria uma espécie de "consultor alternativo" da polícia, incluindo a PF.

Tanto que, quando Matias entrou na delegacia de polícia, não parecia muito preocupado com o que viria a seguir. Muito educado, elegante, bem-vestido, de terno e gravata, alto, magro e esbelto, de ombros largos e os cabelos raspados a máquina um, tinha a aparência quase militar, bem diferente da imagem projetada pelas câmeras de segurança do carteiro de boné, meio baixo. "Um ator", avaliou Stéfano, sentado a uma cadeira dentro de uma das salas, cujo vidro da janela dava a possibilidade de ver o que ocorria no corredor.

Três DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora