CAPÍTULO X - ALMOÇO

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- Nossa, que chuva horrível. - Theo observou a janela, arrumando as coisas para irem embora da faculdade.

Ângelo estava de saco cheio, era sábado, meio-dia, estava chovendo feio e Theo estava com um humor péssimo. Queria sua casa, ver um filme na televisão. Pânico 3 tinha lançado recentemente em DVDs e claro, ele correu para comprar.

- Eu estou com fome. - Reclamou, falando mais consigo do que com o outro.

- Eu também. - Começaram a andar pelos corredores, sem pensar muito. A vontade que Ângelo estava de ir para casa diminuiu quando pensou em uma ideia melhor, levar Theo até um restaurante para almoçarem juntos.

- Que tal a gente ir almoçar? - Sugeriu, olhando para o rosto do garoto.

- Eu não tenho dinheiro aqui, mas fica para uma próxima. - Seu rosto murchou, mas Ângelo parecia confuso.

- Como assim? Para que você precisa de dinheiro? - Perguntou casualmente, Theo deu um sorrisinho indignado e só então se lembrou a discrepância na criação e condição entre os dois.

- Como você quer que eu pague sem dinheiro? - Ironizou, por mais que desejasse muito aceitar.

- Você é meu convidado, o mínimo que eu devo fazer é te pagar um almoço. - Trocaram sorrisos – Para de drama, Theo. - Pediu, passando um dos braços pelos ombros do amigo.

Era a primeira vez que se tocavam afetuosamente. Ângelo tinha braços fortes que pesavam nos ombros um pouco estreitos de Theo, era exatamente o tipo de homem que o ruivo gostava. Maluco, rico, confuso e gostoso.

Theodoro não era um anjo, era um pequeno demônio, na verdade. Gostava de caras como Ângelo porque conseguiria o que quer e ainda o deixaria mais quebrado do que quando o encontrou.

- Bem, se é assim, eu aceito. - Não precisou de rodeios, para que negar, afinal? - Aonde vamos?

Caminharam até o carro, estacionado na primeira vaga do estacionamento.

- É uma surpresa. - Theo arqueou as duas sobrancelhas, entrando na Maserati, seguido de Ângelo.

- Adoro surpresas. - Por algum motivo, o moreno guardou isso na cabeça. Inconscientemente, queria surpreendê-lo muitas vezes para o agradar sempre.

Theo sabia muito melhor o que estava correndo dentro de Ângelo do que o próprio, que não fazia ideia no buraco que estava se metendo, e talvez fosse melhor não saber.

Um lapso de desejo passava por todo o corpo de Ângelo todas as vezes que olhava para o amigo, mas a ficha ainda não tinha caído, as peças ainda estavam longe de se encaixar. Albuquerque pode ser um homem muito inteligente, mas para o amor era um recém-nascido.

E bem, ele teve o azar de sua confusão ser um ruivo que só quer se divertir.

Após tirar o carro da vaga, passou a dirigir tranquilamente. Deixaram a música do rádio tocar hoje.

- Ângelo. - Chamou a atenção do colega, o tirando de seus devaneios.

- Ahm?

- Por que você mora com sua tia? - Foi direto, o olhando. Queria o aproximar de si, porém não fazia a mínima ideia de amolecer um pouco mais sua barreira.

- Ah, nada demais. - Deu de ombros – Minha mãe faliu meu pai depois de se divorciarem e sumiu com todo o dinheiro. - O ruivo arregalou os olhos, pela história e pela naturalidade que era contada – E aí minha tia falou para sairmos de Blumenau e virmos morar com ela por um tempo.

- Entendi... - Ainda estava um pouco chocado, mas ficou feliz de Ângelo não ter entrado na defensiva pela primeira vez na vida - Então seu pai mora com você?

COSMOS E CHAOS - Uma história sobre amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora