CAPÍTULO XLI - DUQUINHA

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Ângelo acordou emaranhado nos lençóis e braços de Theo naquela manhã quente de dezembro, então sorriu ao ver o ruivo completamente largado na cama, roncando. Ele não sabia que roncava, e Ângelo não seria o doido que contaria.

Viu as horas no relógio de cabeceira e, antes que aquela situação virasse algo constrangedor quando Theo acordasse, se levantou e vestiu as roupas do dia anterior. Depois observou um pouco mais o rapaz, que estava dormindo profundamente.

Quando se levantou de vez, cobriu o corpo nu de Theo por completo com o lençol, e fechou as janelas adequadamente, coisa que tinha esquecido de fazer à noite. Sinceramente, Ângelo tinha coisas muito mais importantes para se preocupar durante a madrugada.

Porém, naquele momento, precisava voltar para sua casa. Foi até a cozinha e passou um café, enchendo a garrafa térmica de Theo, além de deixar torradas e uma porção de ovos mexidos prontos.

"Querido Theo,

Bom dia, lindo. Precisei ir embora, espero que o café esteja gostoso e os ovos não tenham passado do ponto. (Me sinto uma esposa fazendo isso para você, aprecie).

Com muito carinho, Ângelo"

Escreveu em uma nota autocolante e a deixou do lado da comida, então finalmente foi embora para sua casa. O dia mal tinha amanhecido, era por volta das cinco e meia quando chegou.

Ao entrar pela porta dos fundos, deu de cara com Pri na cozinha, tomando café sozinha.

- Tá fazendo o que acordada? - Perguntou, antes mesmo de deseja-la um bom dia.

- Não consegui dormir. - Disse, suas olheiras estavam denunciando o fato - E você, dormiu no Theo?

- Como você sabe? - Franziu a sobrancelha, se servindo com uma xícara de café sem açúcar também.

- Sei lá, suposição. - Deu de ombros, dando um gole na bebida - Como foi ontem?

- Bom, bem bom. - Afirmou - Bati no barman, mas fora isso, foi ótimo. - Pri arregalou os olhos.

- Que? Por que? - Questionou.

- Ele falou algumas merdas do Theo e eu não posso aceitar uma coisa dessas. - Respondeu - Aquele cara estava tentando me provocar, Pri.

- Ah sim, entendo. - Concordou, já entendendo tudo. O homem provavelmente estava querendo algo com Theo e Ângelo não aceitaria isso jamais.

- Era um tal de Eduardo, Theo me falou dele depois, disse que eles já... - Travou e começou a pensar por alguns segundos - Já foram amigos há um tempo atrás.

- Eduardo? - Pri se lembrou de Duca, seu amigo que às vezes trabalhava como barman - E como ele era?

- Sei lá, Pri. - Deu de ombros - Feio igual o diabo. - Riu, Priscila apenas deu um sorrisinho para não deixa-lo sem graça - Moreno, do tamanho do Theo mais ou menos.

E então percebeu que era realmente Duquinha, o seu amigo mais antigo.

Os dois continuaram a conversar por mais um tempo, mas Pri não tirava aquilo da cabeça. Por que Duca falaria algo ruim de Theo? De todos, justo ele?

Ângelo não a contaria a história completa, mas sabe que Eduardo a contaria, então decidiu gastar algumas horinhas do domingo para ir até sua casa.

O tempo passou devagar e, após o almoço, Pri avisou Ângelo que iria sair e voltaria mais tarde. Então, depois de um ano sem entrar em um ônibus, foi para a casa de Duca.

Ele morava sozinho perto da antiga casa de Pri, visitar aquele lugar a dava calafrios intensos.

No ônibus, conseguiu se sentar no fundo, então colocou seus fones de ouvido conectados ao seu MP3 e foi o percurso todo ouvindo Discovery, do Daft Punk. Queria ouvir Britney, da Britney Spears, mas Lilian gostava demais dela e isso simplesmente estragou a experiência.

COSMOS E CHAOS - Uma história sobre amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora