COSMOS E CHAOS - Uma história sobre amor.

CAPÍTULO XVI - PRAIA

- Lilian, vamos logo! - Ângelo berrava da sala, num mau humor matinal horrível. Ele, Lilian, Priscila e Theo estavam indo à praia, na casa do litoral de Katia.

- Eu já vou, caramba! - Respondeu, descendo com duas malas e uma mochila - Vamos?

- Graças a Deus. - Pri brincou, unindo as mãos em forma de oração.

- Ha,ha,ha! Super engraçada você. - Ironizou, soltando um bocejo em seguida - Cadê o Theo, ein?

- Nós vamos buscar ele agora. - O rosto de Ângelo se iluminou ao lembrar que veria o amigo, se levantou às pressas e sorriu, ajudando Lilian com a bagagem.

Enquanto o mais velho ia na frente, as duas garotas trocaram olhares confusos e apenas carregaram suas coisas até o porta-malas do carro de Katia. Ângelo não queria ir com o seu próprio carro com medo de arranha-lo, então decidiu usar o da tia, que não ia para a viagem.

- Posso colocar o CD agora? Por favorzinho. - Lilian perguntou, cutucando o primo, que só soltou um sorriso e permitiu.

Há dois dias, os quatro haviam se reunido muito seriamente em uma reunião, onde eles montariam um CD para tocar na viagem.

Deram partida, chegaram na casa de Theo, que estava com uma mochila e um macarrão de piscina na mão.

O ruivo entrou no carro depois de colocar suas coisas no porta-malas, logo fez uma careta indignada.

- Ah não, eu não acredito nisso. - Olhou irritado para Ângelo, que franziu o cenho.

- O que foi? - Lilian trocou um olhar arregalado com Priscila quando ouviu a voz aveludada e doce que Ângelo falou com Theo.

- Você acha que...? - Pri articulou em silêncio, Lilian apenas concordou com a cabeça.

- Vocês estavam ouvindo o CD sem mim, entendi. - Cruzou os braços, brincando.

- A gente não tem culpa que o bonito não quis dormir lá em casa. - Ângelo retrucou.

- Você sabe que eu tenho que trabalhar. - Se justificou.

- Você é prostituto, é? - Lilian provocou - Trabalhando de madrugada, não sei não.

- É, sua mãe me contratou para um pernoite ontem. - Theo tinha a língua afiada, Lilian gostava disso nele.

- Ai, credo! - Fez cara de nojo e um barulho de vômito - Mas o que você faz?

- Eu trabalho com design gráfico, mas eu sou freelancer. - Explicou.

- Ah, que legal! Eu tinha um colega que era freelancer também. - Pri disse.

- E ele fazia o que? - Theo perguntou, bebendo um gole de água.

- Eu não sei, mas acho que ele ajudava um dentista.

- Dentista? - Lili perguntou, cruzando os braços.

- É, ele me disse que trabalhava na boca às vezes. - Theo ameaçou cuspir a bebida, Ângelo imediatamente botou a mão em seu rosto.

- Não cospe! Não cospe! - Dirigia com uma mão - Se você cuspir eu te jogo para fora do carro. - Theo respirou fundo e engoliu a água, só assim tendo sua boca livre novamente.

- Ai, Pri... - Lilian se recuperava da crise de riso, secando os olhos - Boca é o ponto de tráfico.

- Ah. - Algo pareceu fazer mais sentido na cabeça dela agora - Nossa, como eu não sabia disso?

- Porque você é apenas uma princesa inocente. - Apertou sua bochecha.

- Ai, Lili! Me solta! - Reclamou, fazendo carinho na própria face depois - Você é muito felicia!