Ahm...olá? Tem alguém lendo isso? Bem, eu espero que sim. Olá, caro leitor, eu sou...ora, isso importa? Eu não sei quem você é, não há necessidade de você saber quem sou também! De qualquer forma, sente-se e aproveite a linda história de amor que eu tenho para te contar.Se sentou? Posso começar? Ótimo.
Tudo se inicia no dia 08 de agosto do fatídico ano de 1984, com o nascimento da criança mais aguardada do Brasil, filha de Katia Duarte. Primeiro devemos contextualizar quem foi Katia, eu acho.Katia Duarte foi uma das mulheres mais influentes do seu país, era radialista, apresentadora de televisão e empresária, queridinha da mídia da época por se abster sobre a situação complicada pela qual o Brasil passava e era extremamente carismática, uma boa distração dos tempos difíceis, do mais rígido coronel até o artista mais revolucionário. Engravidou aos 35 anos de um homem misterioso, que nunca chegou a aparecer.
Lilian nasceu numa noite agitada de sábado na Zona sul de São Paulo, a noite já refletia como seria sua personalidade inquieta. Era o bebê mais lindo já visto, com seus fiozinhos loiros e olhos tão azuis que eram quase uma ofensa. Em menos de uma semana, já era modelo de roupas para recém-nascidos.
A garota era um charme, cresceu com um carisma natural, até chegou a apresentar o programa de sua mãe aos oito anos, num especial de dia das crianças, tê-la em seu comercial era a garantia que seu produto iria bombar, independente do que fosse.
Cresceu linda, famosa, modelo, rica, livre para fazer o que queria, sem medo de nada e, consequentemente, muito arrogante, sem nem imaginar o que estava acontecendo em um bairro próxima ao seu.
Priscila Sousa de Machado, uma imigrante portuguesa nascida em 1985 na cidade de Porto. Fugiu com sua mãe de seu país após o assassinato de seu pai por dívidas, por isso retirou o “de Machado” de seu nome. Vieram para o Brasil no ano de 1996.
Sua mãe, Rosa Sousa, era uma mulher horrível e muito doente, incapaz de trabalhar ou de fazer qualquer coisa, então desde os onze, Priscila trabalha feito condenada, sem parar para descansar.
Estudava pelas manhãs em uma escola péssima, trabalhava num bar de tarde e em um restaurante pelas noites. Era alta, então fingiu que era mais velha e conseguiu esses empregos facilmente, já que nada se nega para um rostinho bonito.
E que rostinho bonito, meus amigos, que rostinho lindo!
Pri tinha cabelos castanhos longos que cascateavam pelos ombros, a pele morena e brilhante, olhos cor de mel e corpo esguio, sardinhas por suas bochechas e ombros, com curvas muito delicadas. Há quem diga que Priscila é a mulher mais bonita do Brasil.
Sempre estava um pouco cansada, então as olheiras eram presentes, seu cabelo estava sempre bem preso em rabo de cavalo, sem maquiagem alguma e roupas largas para não marcarem seu corpo.
Vocês devem estar se perguntando algo tipo “tá, e o que essas duas têm a ver?”. Eu te respondo, leitor.
Nada! Nada...e tudo.
Afinal, todo espírito livre precisa de regras, e todas as regras merecem uma exceção. Vocês vão entender o que eu quero dizer mais para frente.
Mas enfim, deixando Lilian e Priscila de lado, quero falar um pouco de dois rapazes que também alteram o rumo dessa história.
Ângelo Albuquerque nasceu em 1981, em Blumenau, Santa Catarina. É primo de segundo grau de Lilian e passou a morar com ela depois de completar doze anos, em 1993. Mesmo sendo mais velho, eles se davam bem na maioria do tempo.
Ângelo, diferente do resto de sua família, nunca gostou de holofotes e da mídia, preferia viver sua vida mais privada, mas era um pouco impossível. Ele era o sonho de qualquer menina da sua época de adolescência, com seus cabelos pretos, olhos azuis e corpo impecável.
Sempre visou direito na USP, então desde cedo estudou para passar e ser um grande juiz, afinal, era um mesquinho, não um burro.
Ah, sim! Se lembram o que eu disse sobre a arrogância de Lilian? Tripliquem. Ou melhor, multipliquem por um milhão. Ângelo era arrogante, materialista, sedento por poder, além de ser totalmente controlador. Lilian tinha sim seus defeitos, mas tinha sentimentos também.
Não que ele não tivesse.
Theodoro Rodrigues, ou melhor, só Theo, é um caipira que morava no nada e se mudou para a cidade grande aos 17, em 1999, porque passou na USP em direito. Ele era um moleque qualquer, mas muito bonito sim. Tinha cabelos ruivos que ameaçavam encaracolar, olhos verdes sempre cobertos por seus óculos com grau, era magricelo que dava dó e devia ter cerca de 1,80.
Nunca quis ser advogado, juiz ou promotor, na verdade sonhava em trabalhar com arte, mas fez o que fez para deixar sua família orgulhosa e, ao longo dos anos, ele se acostumou com esse mundo e já nem fazia mais diferença, até gostava do que fazia.
A história começa de verdade em 2000, Lilian estava no auge da adolescência, Ângelo estava realizando um sonho, Theo estava deixando de ser o “Chico Bento”, como costumavam o chamar, para finalmente se adaptar ao ritmo da cidade e Priscila...essa estava trabalhando mais que nunca.
A música do momento era ...Baby one more time e a artista era a Britney Spears, Ângelo tinha um Maserati lindo, novo e preto que era o grande amor da vida daquele homem.
Sinceramente, acho que ele gostava mais daquele carro do que dos próprios parentes. Curiosamente, sua banda favorita era Queen e seu integrante favorito era Roger Meddows-Taylor, “I’m in love with my car” deveria ser sua música favorita, mas isso aí eu já não sei.
Mas bem, agora que todos (ou quase todos) estão apresentados e meus queridos companheiros e leitores estão contextualizados sobre o que estava rolando, acho que já podemos partir para os acontecimentos, não é mesmo?
Então...vamos começar!
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COSMOS E CHAOS - Uma história sobre amor.
Ficção Adolescente!EM HIATO! +16 Cosmos, definição grega de perfeição, de que tudo está onde deveria estar, funcionando em seus eixos. Você nasce com um propósito, só então encontra seu lugar no Cosmos. Lilian, uma modelo teen na virada do milênio, achou seu lugar no...