CAPÍTULO XL - GAROTO DE IPANEMA

10 1 44
                                    


- Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça. - Ângelo cantarolou, enquanto saía do carro para abrir a porta para Theo.

- Deixa de ser bobo. - Resmungou, porém com um sorriso leve nos lábios - Quanto cavalheirismo, o que aconteceu?

- Não posso mais agradar o meu namorado? - Theo revirou os olhos, fingindo se irritar, mantendo o sorriso.

- Não somos namorados. - Relembrou, mesmo sabendo que Ângelo apenas estava o provocando.

- Okay. - Entrou no carro e ergueu as duas mãos em redenção - Posso agradar o meu amigo que me beija?

- Melhor. - Riram - E não pode, deve.

- Bem, se é assim... - Abriu o porta-luvas e começou a revira-lo, em busca de algo que tinha guardado - Espero que isso te agrade. - O estendeu um cd de Vespertine, da Björk. Theo abriu uma longa expressão de gratidão, segurando o presente em mãos.

- Agradou, e muito. - Olhou para Ângelo, que também tinha uma expressão prazerosa no rosto, feliz de ter deixado Theo feliz - Obrigado. - Se esticou e selou rapidamente seus lábios.

- Não me agradeça, lindinho. - Brincou - Podemos ir? Ou devemos?

- Devemos. - Disse, colocando o cd para tocar no rádio da Maserati, então Ângelo deu partida.

Ao chegarem, repararam que festa era maior do que parecia, com diversas luzes e música muito alta.

- Essa pessoa comprou a vaga igual você. - Theo brincou, recebendo um soco fraco no braço.

- Quem tirou mais no vestibular? - Retrucou.

- E quem tirou nota máxima na redação? - Ângelo não esperava essa resposta, então apenas bufou e se calou, terminou de estacionar o carro e se locomoveu diretamente para a porta de Theo, onde a abriu - Obrigada, gentleman.

- Por nada, madame. - Theo revirou os olhos mais uma vez, sem ligar muito para as mãos se esbarrando o tempo todo enquanto caminhavam.

Entraram e, no primeiro momento, já pensaram em pegar bebidas. Theo por querer se soltar e Ângelo por ser um alcoólatra em potencial.

Pelo menos Ângelo tinha um bom senso de direção, se não já teria morrido dentro daquela Maserati de tanto que dirige bêbado. Não era contra a lei e não viria a ser pelos próximos seis anos.

Porém, a festa já começou infeliz para o casal, visto que o barista era a pior pessoa para estar trabalhando naquela festa.

Theo o viu primeiro, e imediatamente gelou. Em seguida, Eduardo o viu e sorriu, e Ângelo estava avulso à essa interação.

Não tinha mais como ignorar, estavam perto demais, Theo só torcia para que Duca não se lembrasse mais.

- Theo, e aí? - Infelizmente, ele se lembrava perfeitamente de Theo - Quanto tempo!

- Oi. - Sorriu forçado, tentando fingir uma empolgação ao vê-lo também.

- Quem é esse? - Ângelo finalmente percebeu algo errado, então franziu as sobrancelhas.

- Sou o Duca, muito prazer. - Esticou a mão, com um sorriso simpático. Ângelo estava pronto para apertar, mas uma avalanche de memórias o atingiu. Apenas desviou o olhar lentamente para Theo e arqueou todo o rosto, confuso e enciumado.

- Vou ao banheiro. - Anunciou, depois deu as costas, deixando Theo e Fica "sozinhos", rodeados de pessoas.

O ruivo até tentou impedir, mas foi impossível.

- Eu fiz alguma coisa? - Duca perguntou, confuso. Theo escondeu o rosto entre os dedos

- É meu namorado. - Admitiu - Ele sabe sobre... nós. - Intercalou seu dedo indicador entre os dois.

COSMOS E CHAOS - Uma história sobre amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora