CAPÍTULO XII - MADRUGANDO

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- Alô? - Ângelo atendeu o telefone, minutos depois de deixar Theo em casa. Era sexta-feira e só Deus sabe o quão cansado ele estava, queria relaxar em sua cama.

- E aí, Ângelo? - A voz foi reconhecida na hora, era uma menina enjoada do ensino médio cujo ele não se lembra de ter passado seu número - É a Letícia.

- Eu sei. - Respondeu, seco - Como você conseguiu meu número?

- Ah, o Lucas me passou. - Ela provavelmente não percebeu a total falta de interesse de Ângelo - Vai rolar minha festa de aniversário amanhã, queria saber se você quer ir.

Ângelo pensou em negar na hora, mas lembrou de Theo dizendo o quanto queria sair naquele fim de semana e bem, ele podia fazer uma forcinha para ver o amigo feliz por uma noite.

- Eu posso levar um amigo?

- Poxa, não sei não...

- Então eu não vou, tchau. - Estava prestes a desligar, mas a garota berrou ao telefone.

- Espera! Eu abro uma exceção para você, tudo bem? - Ele deu um sorrisinho.

- Ok, me passa o endereço e o horário então. - Ela respondeu e ele anotou rapidamente em um guardanapo.

- Te vejo lá, beijos Ângelo. - O homem nem se deu trabalho de se despedir, desligou na cara da garota e terminou seu trajeto para casa.

A primeira coisa que fez ao subir para o seu quarto foi ligar para Theo, que atendeu no primeiro toque.

- Já está com saudades? - Theo brincou, estava largado no sofá-cama de seu apartamento.

- Idiota. - Não pôde conter um sorriso - Você me disse que queria sair no fim de semana, não é?

- Disse sim. - Afirmou.

- Então, eu arrumei uma festa para a gente. - O ruivo arregalou os olhos, pensando em como conseguiria lidar com Ângelo fazendo suas vontades a todos os momentos.

- Que? Sério?

- Uhum.

- Onde?

- É a festa de uma colega minha, é aniversário de dezoito dela. - Explicou - É no Morumbi, perto daqui de casa.

- Ah sim, e como eu volto para casa? - O lugar que Theo morava era um pouco longe e um pouco perigoso durante a noite, isso é inegável.

- Ué, eu te levo! - Respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Você e esse carrão passeando por aí de madrugada? Você é burro? - Brincou, Theo estava começando a ter a personalidade um pouco ácida de tanto passar tempo com Ângelo.

- Você parece minha tia falando. - Revirou os olhos, por mais que ainda não conseguisse tirar o sorrisinho do rosto.

- Obrigado, meu maior sonho era ser comparado com uma cinquentona brega.

- Disponha. - Riram.

- Mas é sério Ângelo, não tem como eu ir. - Ele parecia estar realmente triste com isso.

- Por que você não dorme aqui em casa? - O estômago de Theo gelou, ele vinha notando o comportamento cada vez mais doce e manso de Ângelo e suspeitava do que vinha a seguir.

- Eu não vou atrapalhar?

- De jeito nenhum, vão adorar te receber aqui. - Tranquilizou o amigo, agora ansioso com a ideia.

- Você tem certeza?

- Claro, seu besta! Se fosse atrapalhar eu nem convidaria você.

- Idiota. - Bufou, sorrindo - Então fechou, você me busca aqui que horas?

COSMOS E CHAOS - Uma história sobre amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora