2000 durou anos, a vida de Priscila virou de ponta cabeça em questão de meses, mas isso não era algo ruim.A mansão Duarte estava lotada, fogos de artifício esperavam ansiosamente explodir nos céus, a festa estava linda. Era por volta de dez e meia quando Pri observava a festa.
Comidas deliciosas, decoração colorida e brilhante, música boa e bastante gente, um clássico das festas de Kátia.
Pri buscava por Ângelo, estava preocupada com o amigo, que andava para baixo há dias. Ela não sabia que ele não tinha planos de sair do quarto naquela noite.
- Qual calcinha você está usando? - Lilian chegou atrás da amiga do nada e perguntou, causando um susto na mesma.
- Quer me matar, por acaso? - Colocou a mão no peito, brincando - Não sei, acho que rosa.
- Rosa, é? - Sorriu - Tá procurando um namorado?
- Sai fora, Lili. - A deu um tapinha, rindo - Você sabe que não.
- Eu estou com uma calcinha azul, preciso de tranquilidade na minha vida. - Passou um dos braços pelos ombros de Pri, que sorriu e segurou sua mão.
Estava cada dia mais difícil negar para si mesma que estava gostando mesmo de Lilian. Era cansativo se policiar o tempo todo, porque necessitava de seus lábios e de sua atenção sempre.
Lilian estava apaixonada por Priscila, mas era muito boa disfarçando, até para si. Como não se apaixonar por aquele jeitinho adorável e rostinho lindo?
Em tantos momentos quiseram admitir isso para a outra, mas nunca tomavam coragem, porque tinham medo de perderem sua amizade.
Lilian era tudo o que Priscila tinha, sem ela era um nada, e isso era um pouco depressivo.
Lili foi fazer outra coisa na festa e deixou Pri pensando consigo mesma. Não tinha mais nada...
Não podia estar apaixonada por Lilian, porque ela era sua família inteira. Tudo o que a restou, porque o resto foi tirado dela.
No começo desse mesmo ano, era uma mera garçonete que trabalhava por doze horas por dia, chegava em casa de madrugada e cuidava da mãe doente, não tinha um tostão no bolso e mal tinha tempo para pensar no amor.
Mas então, como um anjo, Lilian veio.
Agora ela trabalhava com o que amava, sempre em casa e sem precisar tomar conta de ninguém ou ser humilhada, saindo da miséria e sendo uma das pessoas mais ricas do Brasil e pensando muito sobre o que sentia em relação a sua melhor amiga.
Porra, Priscila estava perdidamente apaixonada por Lilian e não sabia como lidar com isso.
Pri subiu para o ateliê, a fim de ficar um tempinho a sós, precisava de apenas sua companhia para colocar os pensamentos no lugar.
Lilian a irritava tanto, a deixava louca de ódio porque não era e talvez nunca seja dela. Isso sim a deixa puta da vida.
Lilian Duarte e aqueles vestidos bonitos, Lilian Duarte e sua risada exagerada, Lilian Duarte e aquele maldito jeito louco, cativante e magnético! Priscila amaldiçoava a loira por todos os cantos de sua mente.
Fechou a porta e se sentou, pensando no que fazer com aquele sentimento que a comia viva. A princípio, nada poderia ser feito.
Se perguntava todos os dias se sua melhor amiga estava flertando ou só era muito doce e simpática, e isso a deixava confusa.
Por que ela não podia simplesmente ser direta igual Malu? Ia dar muito menos trabalho.
Não percebeu quanto tempo ficou ali sozinha, apenas olhando para o nada e pensando em sua própria vida, refletindo coisas que estava evitando pensar há meses. Só sabe que, em um determinado momento, tirou o vestido que a pinicava e pegou um par de roupas suas que estava jogado na cadeira do ateliê.
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COSMOS E CHAOS - Uma história sobre amor.
Ficção Adolescente!EM HIATO! +16 Cosmos, definição grega de perfeição, de que tudo está onde deveria estar, funcionando em seus eixos. Você nasce com um propósito, só então encontra seu lugar no Cosmos. Lilian, uma modelo teen na virada do milênio, achou seu lugar no...