CAPÍTULO XI - CLUBE

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Era sábado de manhãzinha, Priscila se irritou com o telefone tocando sem parar, então se levantou toda descabelada e foi obrigada a atender.

- Alô. - O tom de voz impaciente e sonolento assustou quem estava do outro lado da linha.

- Oi, Pri. - Do outro lado da linha, Lilian estava procurando uma roupa boa para praticar hipismo, já que sábado era dia de clube.

- Ah, oi Lili. - A voz se aliviou, a morena acabou abrindo um sorrisinho mínimo ao poder ouvir a voz da amiga - O que houve?

- Nós vamos ao clube, você consegue chegar aqui umas dez da manhã? - Perguntou, pegando um conjunto de blusa polo lilás e saia branca.

- O que? Eu nem tenho roupa para ir ao clube. - Arregalou os olhos, reclamando.

- Mas eu tenho, e você vai. - Afirmou novamente, separando um segundo conjunto que combinava com o seu - Chega às dez ou não?

- Lili... - Foi interrompida.

- Chega ou não? - Repetiu, com o tom mais firme.

- Lili, olha... - Foi interrompida mais uma vez.

- Vou estar te esperando aqui, beijos linda. - Desligou na cara de Priscila, que revirou os olhos, por mais que gostasse da teimosia de Lilian.

Ela ia, fazer o que? Era sábado mesmo. Pegou uma camiseta preta de uma banda de rock e uma calça jeans larga, fez a rotina da manhã e preparou o café de Rosa, que ainda dormia.

Saiu de casa rápido e esperou cerca de cinco minutos no ponto de ônibus, batendo o pé, usando a técnica de "esperar mais rápido".

Não demorou nada para chegar na casa de Lilian, que esperava ansiosamente no portão, como sempre fazia. Pri achava a maneira em que Lili esperava por ela todos os dias adorável.

Ela estava linda, com os cabelos em uma trança boxeadora e vestindo suas roupas sempre tão chamativas. Lilian também usava rímel e um gloss rosado que destacava seus lábios naquele sol aleatório que aparecia em certos dias de outono.

O outono havia começado há pouco menos de um mês, era a estação favorita de Priscila. A brisa leve, o sol tranquilo, o tempo ameno, os suéteres saindo das gavetas, era tudo de bom.

- Pri! - Saiu para abraçar a amiga, exalando um cheiro doce de shampoo com perfume. Priscila a abraçou de volta, passando seus braços finos em torno de sua cintura, apoiando sua cabeça no ombro da loira.

- Oi, Lili. - Cumprimentou, a soltando.

- Vem, vou te mostrar a roupa que eu separei para você. - Foi puxada para dentro pela mão. Priscila não pôde deixar de reparar como a palma de Lilian era macia e hidratada, a sua já era um pouco mais calosa.

Pri se perguntou se aquela roupa caberia em seu corpo, já que sabia bem das manias de combinação de peças e acessórios de Lili e, além do mais, Lilian tinha muitas  coisas na frente que ela não tinha.

Entrando na casa, Priscila viu pela primeira vez quem ela supôs ser Katia, uma loira de cabelos curtos e roupas de zebra.

- Mamãe, essa é a Pri! - Apresentou, entusiasmada. Katia levantou o rosto para a filha e deu um sorriso doce.

- Ah, muito prazer querida. - Estendeu a mão - Lilian fala muito de você.

- Muito prazer, senhora Duarte. - Cumprimentou, apertando sua mão - É uma honra conhecer a senhora.

- Para que tantas formalidades, garota? - Brincou - Pode me chamar de Katia.

- Tudo bem, desculpe. - Sorriu, constrangida.

COSMOS E CHAOS - Uma história sobre amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora