XVII. Prenúncio

40 5 59
                                    

No meio daquele caótico ciclo, Aurora ainda mantinha dúvidas sobre o foco de seu parceiro para a multidão. Ao tentar acompanhar seu olhar, não consegue enxergar nada mais que um mar de pessoas.

Um gentil cutucão chama sua atenção, ao se virar percebe que finalmente encontrou Sadh, ou melhor, ele a achou. Um grande sorriso e um soco no ombro foram os gestos de comemoração por parte dela, que não demora para mostrar seus incríveis tesouros.

— Oi Sadh! Olha o que comprei! — Aurora diz empolgada, mostrando todos seus magníficos sabões aromatizados. — Tem esse de camomila, esse de hortelã, esse de...

Aurora no meio de sua fala percebe o que Sadh carregava, diversas frutas, legumes, grãos e um peixe. Instintivamente compara os bens que os dois possuíam, notando a discrepância de volume e valor real entre as duas compras. Não pode disfarçar a perda da sua empolgação, já que não teve as melhores ofertas.

Sadh nota a reação dela, ele já desconfiava que ela não faria um bom negócio com o dinheiro, entretanto foi pior do que pensava, venderam alguns sabonetes ao preço de dezenas para a leiga e inocente garota.

— Nossa, que legais! — Sadh tenta suavizar a reação da jovem. — Não vamos ficar fedidos por um tempo.

— Obrigado... — Aurora parece se animar um pouco.

— Agora que já temos alguns mantimentos, para onde vamos? — Sadh pergunta tentando não ser puxado pela multidão.

— ... Vamos passar mais uma noite por aqui. — Wem responde desviando o olhar de seu foco anterior.

— Mais uma noite? Não quero dormir encostada naquelas pedras de novo... — Aurora protesta.

— Amanhã cedo partiremos... não podemos ir embora por hora, ou seremos encontrados.

— Do que estamos fugindo realmente? — Sadh pergunta receoso.

— Do contra império.

— C-contra império? Por que ele está atrás de nós? — Aurora pergunta gélida, sabendo uma possível resposta, a qual Sadh não poderia descobrir.

— Por mim. — Wem responde.

Com a resposta, Aurora dá um suspiro de alívio.

— Faz sentido, eu acho. — Sadh responde.

— Mas como você sabe que eles não virão aqui nessa vila? — Aurora pergunta.

— Estamos em uma vila pequena e esquecida, além do fato que só existe uma entrada possível, se eles vierem, nós fugimos pela floresta. — Wem responde enquanto caminha para a igreja.

— Então estamos seguros aqui! Mas para onde vamos depois?

— Estamos nos aproximando de Sunderland, mas é arriscado ir para lá. — Wem cessa os seus passos e começa a olhar aos arredores. — Vamos procurar na placa de avisos.

— Mas por que não devemos ir para Sunderland? — Aurora pergunta ingenuamente.

— Lá é uma fortaleza do contra império, a segunda cidade mais importante depois da Capital. — Sadh responde como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Ata... olha ali está a placa! — Aurora aponta tentando desviar o foco.

Era um lugar bem menor que o da Capital, entretanto, estava abarrotada de folhetos pregados em suas tábuas. Uma multidão se reunia ao redor deles, olhando e conversando sobre os procurados do novo governo, com muitos discutindo como capturar alguns dos alvos, visando a sua recompensa.

Cursed DreamsOnde histórias criam vida. Descubra agora