Capítulo 56

8K 695 788
                                    

"Lucinda, você está louca?"

"Quer morder?"

"V-Você é real?"

"Esteja melhor logo amor, mal posso esperar para puni-la."

"Quem é Harry?"

"Então você é a menina que desapareceu por dias?"

"Eu vou matar você!"

"Do que você tem medo?"

Morte. Apenas o pensamento ou mesmo a menção do que pode transformar seu mundo inteiro. É a agonizante verdade, quando a vida é uma bela mentira. Algumas pessoas odeiam a idéia, enquanto outros aceitam, que a morte está escrita em seu destino. Na Bíblia, o preço do pecado é a morte. Mas por que pessoas inocentes morrem todos os dias, enquanto as más e injustas estão lá fora, vivas e causando caos? Por que não morrem em vez dos inocentes?

Por que não pode ser como os contos de fadas em que os bonzinhos sempre ganham e os vilãos sempre perdem? A resposta é simples, a vida não é um conto de fadas.

Quando eu era menor, meus pais nunca deixavam eu sair de casa, dizendo que lá fora o mundo é perigoso. Eu nunca acreditei neles, pensava que eles estavam exagerando ao dizer isso para que eu não colocasse um pé para fora de casa. Agora? Eu acredito neles, desejo ter escutado eles antes que fosse tarde demais. O mundo é perigoso.

"Lucinda".

Eu sentia que a escuridão me envolvia em um abraço apertado, me dando boas vindas enquanto continuava caindo no vazio sem fim. Nunca deveria ter ficado com a louca da minha mãe, em primeiro lugar, deveria ter ficado com meu pai. Minha sanidade estaria a salvo. Não deveria ter desafiado um demônio, deveria ter ido embora quando tive a chance, mesmo minha mãe querendo que eu ficasse. Estava no inferno. Isso não deveria ter acontecido, nada do que aconteceu deveria ter acontecido.

"Lucinda, acorda."

De repente, paro de cair na escuridão, que parece ter sido por muito tempo, até que me sinto ser puxada para trás por uma força invisível. Uma luz brilhante aparece de repente em cima de mim, me cegando até eu ser puxada em sua direção. Meus lábio se separam quando sinto algo quente entrar pela minha boca, enchendo meu corpo.

Era a vida.

A primeira coisa que senti foi dor. Dor em cima de mim, especialmente em meu ombro. Lentamente abro meus olhos, sentindo as pálpebras pesadas enquanto examinava meu redor. Estava escuro, o chão estava úmido e cheirava como se alguém tivesse morrido aqui. Eu já não estava sob a água gelada. Foi quando tudo voltou, era como ser atingida por uma bola de vôlei. Matt, arma, sangue e uma cabeça flutuante.

Lembrando a imagem horrível, posso sentir a bile subindo na minha garganta. Ver a cabeça de Matt flutuando acima de mim era algo que não conseguia apagar da minha mente. Eu quero sentar, mas não consigo. Tento mover meu braço ou minha perna, mas nem mesmo meus dedos se movem. Parece que foram paralisados. A batida do meu coração aumenta quando ouço um rosnado.

Que merda foi essa?

Outro rosnado surgiu, desta vez mais perto, meus olhos arregalaram em alarme, já passei por muitas coisas, mas ainda me fazia tremer de medo. Se alguém me perguntasse o que é medo, eu poderia dar uma resposta certa e direta.

"Pensei que estivesse morta."

Saio para fora dos meus pensamentos, meus nervos saltam quando ouço uma voz. "Q-Quem está aí?" Questionei, os olhos fixos no escuro, à espera de alguém, ou alguma coisa aparecer. Ouço outro rosnado, e desta vez, escuto passos leves. Engasgo lentamente quando vejo algo iluminar acima de mim, era quatro velas. E se iluminaram sem nenhum fósforo.

Hex |h.s| traduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora