Capítulo 69

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Eu olho para Harry enquanto ele andava pelo quarto, falando com alguém no telefone. Sua mão passa através de seu cabelo encaracolado desde que ele fala com uma voz suave, mas existem momentos na conversa em que seus olhos se escurecem e ele começa a gritar com a pessoa do outro lado.

"Eu quero que você encontre o ultimo, eu não me importo se isso vai levar uma semana ou um mês. Apenas encontre essa pessoa."

Eu bocejo, deitando na cama e esfregando os olhos. Seus olhos verdes se viram em minha direção, suas características se suavizam. "Eu te ligo de volta."

Desligando, ele caminha em minha direção e se senta no colchão. "Você parece mais cansada do que o habitual." Ele comentou, afastando os cabelos louros para longe de meu rosto antes de pressionar um beijo em meus lábios. "Tem algo te incomodando? Você sabe que você não precisa se preocupar com a polícia se te encontrar, porque eles nunca vão te encontrar enquanto eu estiver por perto."

Eu balanço a cabeça. "Eu estou bem Harry, apenas um pouco sonolenta." Era verdade, são quase duas das manhã, eu fiquei até tarde apenas para esperar por ele. Ele gentilmente traçou o dedo indicador um pouco abaixo dos meus olhos e franziu a testa. "Suas olheiras estão ainda mais escuras."

Gemendo, eu empurro a mão dele e o puxo pelo pescoço. "Shh... Fique quieto e não me diga sobre o quão cansada eu pareço." Eu murmuro, enterrando meu rosto em seu pescoço. Eu pressiono meus lábios contra a pele e ele passa os braços em volta da minha cintura. Ficamos em silêncio por um momento, o som do crepitar da lareira sendo ouvido.

"Nós ainda temos que conversar sobre o que aconteceu essa manhã." Ele sussurra, se afastando um pouco para me olhar nos olhos. Antes que eu pudesse começar a protestar, ele cobre minha boca com a palma da sua mão, me silenciando. "Nem sequer comece a raciocinar por que eu não deveria."

Eu suspiro e me afasto dele, ficando de frente para o canto escuro do quarto. "Eu estou bem, Harry. Não há mais nada que eu possa dizer sobre o que aconteceu esse manhã. Eu acho que apenas tive um ataque de pânico." Ele segura meu queixo e me faz encará-lo mais uma vez, me olhando atentamente. "Um ataque de pânico? Você não está falando sério, certo?" Eu gemo mais uma vez, cobrindo meus ouvidos. "Você pode, por favor, apenas não falar sobre o que aconteceu há algumas horas atrás? Eu estou cansada."

Eu esperava que ele me batesse e dissesse que eu sou uma puta. Mas ele não faz isso. Em vez disso, ele coloca a palma da mão fria em minha testa antes de me puxar para seu peito. Deixo escapar um suspiro e vou para mais perto dele enquanto ele traça diferentes padrões em meu braço. "Ok, ok. Eu vou te soltar. Porém, com uma condição."

Claro que há sempre um porém.

"O que é?" Eu resmungo, afastando os cachos de seu rosto. Ele pega minha mão antes de mordiscar suavemente a palma da mão. Era delicado, mas eu luto contra a vontade de rir desde que meu estômago ainda está doendo. "Eu quero que você me diga o que está te incomodando. A primeira coisa amanhã."

"Ok." Eu murmuro e fecho meus olhos, querendo me acolher no sono. "Eu estou tão fraca." Eu sussurro suavemente, mais para mim do que para ele.

"Todos os seres humanos são fracos, Lucinda, experiências e dificuldades os deixam mais fortes. Fazem de você uma pessoa mais forte, mas há momentos que é o contrário. Olhe eu como um exemplo, o resultado de dificuldades. Olhe para mim agora. Um monstro."

Abro os olhos, encarando ele por alguns segundos antes de plantar um beijo em seu queixo. "Eu acho que você só precisa de alguém para guiá-lo. Boa noite Harry."

Hex |h.s| traduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora