Cap 25.1| Viver algo bom

325 32 13
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Piper

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Piper

Droga.

A mulher de coque baixo me olha esquisito em repreensão quando me ouve soltar um palavrão um pouco mais pesado do que “droga”. Ela se apressa em pegar os papéis em cima da bancada e sai da sala de impressão enquanto eu ainda estou presa na batalha contra a impressora. Sinceramente, pleno século vinte e um e estou tendo que lidar com esse filho de Gutemberg aqui. Só porque foi um pedido especial do cliente: queria ver a nossa proposta de projeto e o script da reportagem no papel, sendo que nas nossas salas de reunião temos uma TV enorme e tablets para todos acompanharem a apresentação. E o pior, só fico sabendo disso quarenta minutos antes da tal da reunião.

Respiro fundo, tentando me acalmar. Não quero que a impressora sinta o cheiro do meu medo ou da minha pressa. Aí que ela trava de vez. Tento, pela milésima vez, conectar meu laptop através do bluetooth, mas aparentemente o ódio da impressora por mim se estende aos meus pertences tecnológicos, pois ela apenas finge que nada existe. Olho de novo para meu relógio no pulso, esperando que, de alguma forma mágica, os ponteiros não houvessem se mexido.

“Você não está conectado”, é a mensagem que aparece no visor do monstrinho.

– Chega, – falo, sozinha na sala.
Fecho meu laptop com raiva e saio da sala, meus saltos ecoando mais altos no corredor pela pisada firme raivosa. Tem que haver outra impressora nesse prédio enorme, alguma cujos ancestrais não tenham jurado destruir a minha linhagem. Pego o elevador até o andar de cima, departamento de design. Se alguém deve ter uma impressora que preste, vão ser eles.

A impressora deles se mostra apenas uma prima mais evoluída e ainda mais zangada comigo. Olho as horas: vinte minutos para a reunião.

– Nereu está te fazendo sofrer?

Me viro tão rapidamente em direção à voz na porta que não tenho tempo de me recompor e a mulher desconhecida ri do desespero, frustração e ódio no meu rosto. Ela caminha até mim, confiante e leve em sua postura de dançarina, usa uma saia longa solta e colorida e um cropped preto. Cabelos curtos bem cacheados na altura do queixo. É tão linda que por um segundo esqueço do quão chateada e atrasada estou. Droga, esqueço da existência de impressoras e da invenção do próprio pai da prensa. Mas logo ela está ao meu lado e sorri paciente pra mim.

Take it Lightly | au Percabeth Onde histórias criam vida. Descubra agora