Cap 32.2 | Te ver feliz

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Annabeth

Me obrigo a fechar a porta atrás de mim pra não ficar como uma abobada encarando o carro dele ir embora. Isso seria um pouco demais. Percy e eu sempre estivemos muito à vontade um com o outro, mas agora que realmente jogamos as tentativas de manter distância pro ar, vejo o quanto posso me perder na companhia dele. Um jantar e risadas infinitas até ele me deixar na porta de casa. Ele não estava brincando quando disse que queria saber tudo e fazer o pacote completo. Flores, vinho e beijo na porta.

Adentro a casa sem prestar muita atenção onde vou, na semipenumbra. Semi porque tem um adolescente acordado jogando videogame no sofá, mesmo sendo quase meia-noite de dia da semana.

– Perdeu a hora, David?

Meu filho leva um susto, a mão no peito dramaticamente enquanto a boca evoca santos que eu nem sabia que ele conhecia.

– Mulher, você quer me fazer ter um troço do coração? Aparecer que nem uma assombração na casa.

– Eu achei que estaria dormindo, fantasminha.

Ele olha o relógio e arregala os olhos. Sorrio, enquanto descalço os saltos.

– Eita, – ele me olha confuso. – Achei que não fosse voltar pra casa.

– Como é?

– Você sabe, primeiro encontro e tudo mais.

– David, – o corto imediatamente. Entendi muito bem o que ele está insinuando e quero fazê-lo parar antes de ficar vermelha demais. – É uma terça feira, pelamor. Amanhã você tem aula, todo mundo trabalha…

– Ah, por favor, não se prenda por mim. – Agarro a almofada mais próxima e jogo na cabeça dele sem cerimônia quando vejo seu sorriso sapeca. Ele só ri mais ainda. – Nunca atrapalharia o amor dos pombinhos.

– Vai dormir, David! Só ta falando besteira.
Estou rindo também, enquanto o ataco repetidamente com a almofada e ele se divide entre proteger a cabeça com as mãos e imitar sons de beijos. De repente estou jogada no sofá com ele, lhe dando vários beijos acompanhando os sons que imita. E então, ficamos assim, por um tempo, recuperando o fôlego das risadas.

– Obrigada, David.

– Pelo que?

– Por deixar minha vida mais leve. E por estar do meu lado agora.

Ele franze a sobrancelha do jeito que sempre fez a vida toda, as sobrancelhas mais familiares do mundo pra mim.

– Eu que peço desculpas, sabe, de ter complicado as coisas no começo.

– Não, não, – digo rápida, correndo meus dedos pelos seus cachos loiros. – Nós dois estávamos passando por processos e precisávamos viver nossos processos no nosso ritmo. Podemos viver nossos processos juntos, não? – Ele balança a cabeça e lhe dou mais um beijo na bochecha. – Ótimo. Agora você precisa mesmo ir dormir e eu também, vamos.

David desliga a TV e se levanta. Fico mais um segundo no sofá o observando fechar a porta do quarto, apenas aproveitando a sensação de me sentir bem.

📱 Annabeth

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