33 | É difícil ser paciente

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Harry

Catherine me encara com os olhos brilhantes quando separo nossas bocas, ela está ofegante. Meu amor então exibiu para mim seu sorriso amplo e adorável. Eu mal conseguia descrever a sensação de ter aquele sorriso dirigido só para mim. Era com toda certeza a mulher mais linda que já tinha visto na vida.

Eu olhei para ela. E ela me olhou e esqueci do contrato. Esqueci que Camille existia. Simplesmente existi. Amo existir com ela. Amo estar com ela. Amo seu cheiro. Seu jeito de sorrir, como se não quisesse sorrir, mas não consegue evitar. Seus beijos, com toda aquela paixão raivosa dentro dela. A maneira como amolece em meus braços.

Ela beijou meu rosto e uma risada me escapou. Uma batida de leve na porta nos distraiu, mas eu não estava disposto a interromper o que fazia. Quando Catherine soltou um ruído satisfeito, corri de leve a ponta da língua até a garganta dela, e depois mordi seu queixo. Foi quando a porta se abriu por completo. Assustado, levantei a cabeça para ver Jeffrey entrando no quarto.

— Jeffrey... você me deu um puta susto! – digo com uma risada.

— Hum, desculpe. Eu sei que vocês dois estão... Hum, preciso falar com você, Harry.

— Escolheu uma hora ruim — Ele lançou um rápido olhar para mim antes de tornar a desviar os olhos. Senti Catherine se agarrar a mim com mais força; ela estava envergonhada e sei que os dois não se davam muito bem.

— Desculpe... Mas você vai me agradecer pela escolha daqui a mais ou menos alguns minutos.

— Sério, Jeffrey, será que isso não pode esperar, tipo assim, uns dez...— Catherine me cutucou as costelas. Quando olhei para ela suas bochechas estavam rosadas, mas ela exibia um brilho travesso nos olhos. Virando-me outra vez para ele, mudando minha resposta —... Vinte minutos?

— Camille está atrás de você — O tom de Jeffrey era direto, sinistro, e suas palavras ecoaram pelo quarto. Por que Camille tinha de aparecer logo agora? Ela era a única pessoa que precisávamos que ficasse longe dali — A menos que você queira que essa noite se torne ainda mais... interessante, você precisa ir para seu quarto e fingir que esteve esse tempo todo comigo.

— Valeu... — O sorriso que Jeffrey me deu foi triste.

— Viu só? Eu sabia que você iria me agradecer.

Eu sabia que Catherine estava em pânico. Eu estava quase pirando. Mas coloquei as mãos nos ombros dela, para acalmá-la. Camille não ia descobrir tudo naquela noite.

— Está tudo bem... vai ficar tudo bem — A puxei para um beijo que deixou nós dois sem fôlego, e só então a soltei.

A porta se fechou com um estrondo quando sai do seu quarto. Eu não tinha certeza se aquilo eram os meus nervos ou algum tipo de prenúncio. Agora que Jeffrey e eu estávamos sozinhos no corredor, o ar pareceu mais pesado. A tensão aumentou entre nós. Eu sabia que ele estava olhando para mim, podia sentir seus olhos esquentando meu rosto.

Olhar para a porta de Catherine desejando poder voltar não ajudava em nada, então eu respirei fundo e me virei para encara-lo. Ele cruzou os braços sobre o peito e ergueu uma sobrancelha.

— Que foi? — perguntei, embora soubesse muito bem qual era o seu problema comigo. Deixando escapar um pesado suspiro de desaprovação, ele sacudiu a cabeça.

— Você foi incrivelmente descuidado e sem juízo Harry! Camille está atrás de você feito uma louca.

Meu estômago se contrai.

— Ela desconfiou de alguma coisa?

— É claro que desconfiou, ela não é nenhuma menininha boba. No que você estava pensando? Catherine? Sério? — Não pude deixar de notar que o nome de Catherine foi pronunciado num tom muito mais hostil que o normal. Jeffrey parecia chocado, como se não esperasse realmente nos pegar daquele jeito. Porém, mais do que chocado, ele ficou indignado — Que diabos estava acontecendo lá?

Ever since Veneza | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora