25 | Que comece a turnê

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19 de setembro de 2017

Catherine

O dia estava nublado enquanto eu dirigia para o aeroporto, não podia negar que sentia uma ansiedade monstruosa, minhas mãos estavam gélidas e um certo palpitar no coração se fazia presente. Afinal, hoje seria o dia em que eu sairia em turnê com Harry, era até louco pensar nisso.

Como seria passar quase um ano com Harry? Eu iria sobreviver? Talvez.

Como combinamos, o jato particular do Harry partiria para São Francisco as oito horas da manhã. E sendo precisamente pontual chego ao aeroporto faltando quinze minutos para as oito. Espero não ser a mais atrasada.

— Catherine — diz uma voz atrás de mim assim que finalizo todos as exigências para o embarque. Giro a cabeça e encontro Jeffrey me esperando, com uma espécie de carranca em seu rosto — Sou Jeffrey.

— Eu sei, me lembro de você no lançamento do álbum.

— Ótimo. Se puder me acompanhar, por favor, vou te levar até o jato.

O jato particular é enorme, e Jeffrey sinaliza para que eu embarque antes dele. Subo a escada e percebo que se pode de fato ficar de pé dentro do avião, como se fosse num avião desses de voos internacionais. No entanto, nenhum avião onde eu já tenha estado tem uma fração do luxo que tem este aqui. Veludo, couro, revestimento de mogno, enfeites dourados, monitores de última geração adornam o interior. Tudo uma coleção de extravagâncias nesse grande e incrível brinquedinho de um rockstar. As poltronas estão organizadas em áreas que se assemelham a pequenas salas de estar, e nesta primeira seção há quatro assentos de couro marfim, maiores do que um assento de primeira classe. Dois deles estão ocupados por Harry.

Ele ainda não havia me notado, estava distraído com seu celular. Um calor inesperado se atira diretamente em minha corrente sanguínea ao vê-lo sentado tão despreocupado. Uma perfeição glamurosa, espalhado no espaçoso banco de couro.

Meu coração dá um pulo selvagem.

— Harry quer que você fique com ele aqui na parte da frente — diz Jeffrey. E não posso deixar de notar que ele soa como se não gostasse nada disso.

Engolindo em seco, deslizo inquieta pelo corredor do avião. No momento em que ele olha pra cima, seus olhos capturam os meus. Acho que os vejo brilhar, ele sorri enquanto atentamente observa minha aproximação.

A luz do sol bate em seu rosto pelo ângulo correto, iluminando os olhos, os cílios espessos, emoldurando as duas piscinas verdes que me sugam pra dentro.

— Você chegou! — Harry abriu os braços e me envolveu. Suas mãos espalhadas nas minhas costas, o seu cheiro me cercando, o calor proveniente do seu peitoral era receptivo até demais. Rendi-me ao prazer de envolver o seu abdômen com os meus braços, unir minhas mãos em suas costas. Ele então me abraçou ainda mais apertado.

Tocar Harry, sentir seus braços ao meu redor, fez o ar desaparecer dos meus pulmões e o meu coração bater na boca. Era tão bom. Tão gostoso que poderia passar horas abraçada a ele. Abaixei o rosto e o pressionei em seu peitoral.

Harry apoiou as mãos nos meus ombros e me olhou de cima, sorrindo.

— Animada para a turnê?

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