Capitulo 18 Na casa de quem?!

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Nandi ficou mais uma semana comigo, e nós nunca mais fomos até uma boate, nem um show. Fomos ao clube nadar, fizemos corridas, e eu não encontrei Ulysses nenhuma vez, somente o seu irmão, Pedro. Ele havia comentado algo como o irmão ter ido ver os pais.
Não estava mais tão chateado com o acontecido com o garoto, mas ainda sim estava tenso pelo que havia feito.
Estava em uma plena quinta feira, sentado na sala e assistindo tv. Meu pai havia saído com Joana para comprar algo para ela, parecia que eles tinham um jantar formal ou algo do tipo.
Quando eles chegaram, meu pai entrou ja gritando com Bruno.
- Eu te avisei pra não falar aquelas coisas para a sua irmã, agora você esta de castigo! Não vai no jantar.
- Mas pai, eu ja tinha dito para Carol que eu ia!
- Não me importo. Hector, vai se arrumar, você vai jantar conosco. Preciso levar um dos meus filhos, e Bruno está de castigo.
- Nos levamos Cecilia então! - falou Joana assim que meu pai falou sobre eu ir ao jantar.
Ah, claro, Joana estava sempre querendo me excluir. Bem, eu não queria ir mesmo.
- Não vai rolar! Eu tenho um jantar com o Alam hoje, ele trabalhou duro para me levar no japa mais caro da cidade. - disse minha irmã saindo da cozinha com o cabelo recém escovado e o rosto cheio de creme.
- Cancele e marque para outro dia. - insistiu Joana.
- Um ano de namoro não vem todo dia. Levem Hector.
- Mãe! Convence o pai de me levar! - choramingou Bruno.
Levantei uma sobrancelha.
Quanta criancice. Não sabia quem era pior, a mãe ou o filho. Vendo-os discutindo, eu percebia o quanto eles eram pequenos.
- Hector, vai se arrumar, coloque algo formal, se quiser algo emprestado é só falar. - falou meu pai.
Quem era eu para negar.
- Hm, pode deixar.
Me levantei do sofá e subi as escadas sem olhar para trás, não queria ser fuzilado de frente pelo meu irmão e madrasta.
Podia não admitir, mas os dois me davam calafrios.
A única coisa que eu sabia sobre esse jantar, era que ele iria ser bem chique, e que o homem que estava o dando era seu chefe. Meu pai estava muito orgulhoso de ter sido convidado e estava mais feliz ainda pelo motivo de achar que seria promovido.
Lambi meus lábios e fui diretamente para o meu banho.
Nandi havia ido embora, mas lá estava o seu shampoo caro. Eu sabia que ela iria esquece-lo e eu a avisei sobra isso, porem Nadine Takeru era Nadine Takeru.
Sorri ao pegar o seu shampoo e esfrega-lo sobre o meu cabelo. Depois eu lhe dava a embalagem vazia com um laço pregado nele.
Quando eu terminei de tomar banho, me vesti com a roupa mais galante que eu tinha no meu armário, porém não era assim tão formal. Mas eu sabia muito bem como me tornar formal se assim precisasse. Eram muitas reuniões frequentadas junto com a minha mãe, ela fazia questão de me levar as festas de gala e festivais em São Paulo.
Coloquei a minha calça jeans mais escura e uma camisa branca com os primeiros botões abertos. Sapatos sociais de couro e um blaser cinza fosco para completar.
O meu cabelo parecia indomável, as ondas escuras se espalhavam graciosamente em torno do meu rosto quadrado.
Se mamãe me visse assim, eu acho que ela teria orgulho.
Enquanto eu descia as escadas, dobrei ligeiramente as mangas do meu blaser, aqui em Goiás era muito quente para simplesmente se usar tão peça de roupa.
Meu pai ja estava pronto, sentado no sofá com as pernas dobradas. Ele usava um terno comum e uma gravata vermelha.
Quando ele me viu, ele virou um pouco o rosto e assentiu.
Me sentei ao seu lado, e ele comentou que Joana estava chegando do cabeleireiro em alguns minutos para podermos irmos.
Eu não estava muito ai para onde nós iríamos, mas tomara que tivesse alguma comida que valesse a pena.
Fiquei fuçando no meu celular até Joana chegar em casa, e quando ela o fez, seus olhos foram que nem imas até mim.
É claro que ela tinha que achar defeitos.
- Onde está o terno? Que calça é essa? - disse ela indignada vindo em nossa direção - prefiro não ter nenhum dos garotos conosco do que levar esse elemento mal vesti...
- Joana, ele está ótimo. E ele é o meu filho, eu vou leva-lo comigo você fazendo chilique ou não. - disse meu pai se levantando.
- Fernando! - ela reprimiu a duas vontades de sair gritando até o carro, onde entramos e nos sentamos calmamente.
- Esse jantar é muito importante, os Benacci vão estar todos lá, e eu acho que até aquele garoto que eu insisto em apresentar para Cici. - falou Joana me ignorando no banco traseiro enquanto eu ignorava-a também.
- Como chama mesmo o sobrinho dos Benacci? - perguntou meu pai dando partida no carro e acelerando.
- Lulian Bald Benacci, a mãe da Carol disse que ele é uma graça.
Arrepiei quando ouvi a mulher falando aquele nome... Lulian. Eu segurei a vontade de falar que ela estava pronunciando o nome do garoto errado, mas o que eu poderia falar?
Eu torci para que eles não fossem para o caminho de seu condomínio, só que não deu muito certo, pois alguns míseros dez minutos depois estávamos na portaria esperando a autorização da entrada.
Lulian.
Lambi meus lábios quando meu pai parou na porta da sua casa, a enorme mansão de tijolos e trepadeiras, que apesar de parecer de outro tempo, eu sabia que internamente ela era toda moderna.
Eu definitivamente queria ver o garoto de novo, mas definitivamente não na frente de meu pai e Joana.

Correndo (Romance gay) Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora