Capitulo 31 Please, don't punk me!

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Acabou que na minha euforia toda, Nandi acabou me levando para uma roubada do tamanho do mundo. O restaurante que ela escolheu, era até que bonito, para falar a verdade, era muito mais do que chique e dourado dos pés a cabeça, até os garçons eram perfeitos.

Fiquei animado quando me sentei na mesa e fizemos os pedidos, mas quando parei para observar, todo mundo que chegava animado saia incrivelmente irritado. 

O motivo, eu entendi bem, mas somente quando a nossa comida foi chegando. Eram pratos extra pequenos, com porções de comida - se isso se pode chamar 'porções' - extra menores ainda. Eu já tinha uma ideia de que iriamos comer pouco, mas isso já era demais. 

Fiz como minha mãe me ensinou, calei minha boca e comi tudo educadamente. Mas o que mais foi frustrante, era que igualmente as comidas não tinham gosto de nada. 

Sai de lá com a cabeça erguida depois de pagar com um grande sorriso, mas iria me lembrar de não parar nem perto da porta desse restaurante novamente. 

Já Nandi, eu sabia que não havia gostado nenhum pouco da comida também, ela era tão glutona e gulosa quanto eu. Mas pelo simples motivo de ter pego o numero do garçom que falava inglês já havia animado a sua saída de lá. 

- Agora, você vai me seguir mocinha, seu péssimo gosto quase me fez jogar o prato na cabeça do cozinheiro. - falei irritado marchando enquanto pedia um cachorro quente em uma barraquinha singela. 

- E eu lá ia saber que só vinha aquelas 'bostinhas' no prato? - perguntou ela arregalando os olhos pra mim e esticando o papel com um numero - Eu aproveitei bem, não saímos perdendo. 

- Querida, você vai fazer sexo, eu não. Sai perdendo feio nessa historia, e ainda estou morrendo de fome. - comentei ranzinza enquanto pegava os cachorros. 

Fomos até a beirada de uma fonte estilo 'Itália' que estava a poucos metros, era uma boa vista, com uma boa musica proporcionada por um violoncelista jovem que arrecadava dinheiro. Sentamos e comemos, e começamos a conversar. 

- Vamos fazer um jogo? - perguntou Nandi ficando animada. 

- Sei não ein, o que eu ganho com isso? - perguntei mordiscando o meu canudo do suco de uva e olhando para de forma desdenhosa e brincalhona. 

- O que você ganha? - a ultima pergunta ela fez com a voz grossa imitando um cara bombado - Ficou loucão tio? Perdeu a noção do perigo?! 

- Nossa, que macho agressivo! - fingi estar assustado e a arregalei meus olhos - Manda ai Ricardão, que brincadeira é essa? 

Nandi revirou os olhos e pensou um pouco. 

- Já que você quer ganhar algo com isso, senhor 'I need something' - (Eu preciso de algo) - então digamos que quer errar vai ter que pagar um mico escolhido pelo ganhador. - ela disse sorrindo diabolicamente. 

Arregalei os olhos, quando Nandi fazia essas caras, até mesmo Deus teme. Eu já sabia que ela estava aprontando antes mesmo de eu dizer:

- Não, eu to fora disso ai, to ligado que vou perder de você. - respondi balançando a cabeça. 

- Ah, para de ser arregão darling! - reclamou ela me dando um tapa no ombro - Nem te falei o que é ainda o que vamos fazer! 

Apontei o dedo no meio da cara dela, tão perto dos olhos que ela teve que enverga-los para olhar. 

- Você, querida, ta aprontando que eu sei.

- Mas que bixisse! Olha, vamos ver, eu escolho alguém, e você tem que conseguir o numero da pessoa por tudo e o mesmo você faz comigo. 

Olhei bem para a cara dela, e ela estava eufórica, talvez queria somente fazer alguma coisa fora do normal para poder tirar meu desanimo pela comida mal paga que ela fez eu pagar. 

- Pode ser qualquer um? - perguntei com os olhos cerrados. 

- Isso mesmo. - respondeu ela piscando. 

- Ok, então eu escolho primeiro. - falei olhando ao redor. 

Achei uns caras mais velho com aquelas pochetes grudadas no corpo, um deles estava com uma camisa de flores laranjas, um shorts curto até demais e um tênis de corrida. Ele era um daqueles turistas escrachados que somente víamos em desenhos animados.

Apontei para o cara com o rosto e falei:

- O cara da blusa laranja e pochete.

Ela me olhou indignada com uma cara de quem iria me socar até a morte, mas foi ela mesma que havia dito que queria jogar, então bora. 

- Você me paga. - disse levantando e indo em direção aos senhores. 

Eu vi ela gesticulando e tentar falar com eles, mas pelo que eu entendi, já que estava longe, os caras não falavam nem inglês, nem português e muito menos espanhol, que eram as suas únicas línguas. Mas como Nandi era implacável, gestos vem, e gestos vão e os velhotes já estavam em torno dela entregando seus números na boa vontade. 

Quase engasguei quando o senhor tentou por a mão nela. O velhote estereotipado não perdia uma ein. 

Ela veio e se sentou do meu lado já com o celular posto para apagar os números dos velhos tarados. 

- Ah, nem vem, eu sei que você gosta de um bom velhinho. - falei rindo. 

Nandi me empurrou com uma força bruta enquanto resmungava. 

- Você me paga, seu idiota. 

- Pago nada. - falei - Manda ai o meu desafio, criança. 

Olhei em volta com ela enquanto analisávamos. 

Ela não perdeu tempo e apontou para um grupo de caras punks. Os caras eram enormes e totalmente tatuados, três deles tinham cabelos coloridos e um com o cabelo preto. O de cabelo preto estava de costas, mas dava para ver que ele era bem macho, igualmente os outros. Isso é, eles tinham cara de que nunca iriam pegar um cara. Ainda mais por que, um deles estava assobiando e meio bolinando toda moça que passava perto dele. 

Quase engasguei. 

- Eu quero o numero do de costas. 

- Ta brincando né? - perguntei arregalando os olhos. 

- Não, por que? Vai arrega? - ela tirou zoando a minha cara. 

-De forma alguma. - ralhei levantando. 

Enquanto ia até os caras devagar, lembrei de mandar um dedo do meio nas minhas costas para Nandi, e constatei que iria ter que pedir o numero em nome da Nandi, até por que, ela disse que devíamos pegar o numero, mas não especificou como.

Fui decidido até eles, meu queixo levantado e todo cheio de atitude. 

- Hey dude. – (Ei cara.) falei chamando a atenção do cara de cabelo preto, seus amigos já estavam todos me acompanhando com os olhos.

Quando o cara se virou, eu quase enfartei.

Arregalei os olhos e congelei.

- Ah, então agora você fala inglês.

Era o cara da esteira.


Correndo (Romance gay) Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora