Capitulo 16 Eu sou James, James Bond

584 44 0
                                    

Acabou que ficamos eu e Lulian desconfortáveis, eu o encarando como um idiota e ele simplesmente estava lá, parado na minha frente observando meu corpo com seus olhos felinos e indecentes. Eu não entendia bem o por que disso, mas eu sentia algo bem forte em relação a ele, eu só sabia que era diferente.

- Então...? Quer que eu te leve para casa? - ele perguntou enfiando o celular no bolso.

Mordisquei meu lábio, e inclinei meus olhos para cima.

- Acho que sim, ou tem algo mais para fazermos. - debochei do meu modo estupido.

Mas como sempre eu nunca via o lado indecente das minhas palavras e quando os vi fiquei mais vermelho que um tomate. O homem estava me olhando com uma cara de 'se você quiser' impagável.

Mais uma vez eu mordi o meu lábio, isso estava ficando estranho.

- Vamos descer, e comer algo na cozinha, minha família está viajando e só volta segunda de qualquer forma. Depois eu te levo pra casa.

- Ok, posso só usar o banheiro antes?

- Claro, só descer as escadas depois, segunda porta á esquerda. - disse Lulian dando um sorriso.

Meu deus, este cara está me matando.

Ele se virou para a porta dupla e saiu do quarto com o seu andar bambo e folgado de matar. Não me lembrava de te-lo visto andando, e muito menos de sorrir, e para falar a verdade, mal me lembrava de ter tido um conversa produtiva com ele, somente me lembrava de que ele havia falado que ele era italiano, e somente me lembrava do nome de sua cidade por que já havia ido, coincidentemente lá.

Antes de achar a porta do banheiro, conferi meu celular e achei somente cinco mensagens.

Nandi (07:43): Seu safadinho!

Nandi (13:12): Assim, não é para estragar o seu rala e rola ai não, mas a sua 'stepmotherhell's' não para de bater aqui na porta falando coisas idiotas de como isso aqui não é um cabaré ou algo do tipo...

Nandi (14:00): Joana descobriu que você não dormiu em casa e está dando um estouro, e eu acho que é só por que eu estou aqui sozinha... Seu pai está super te protegendo, mas eu acho que é por que eu falei que você foi com uma garota pra casa... hehe, a coisa ta pegando fogo aqui.

Nandi (14:55): Anda logo com essa suruba, my god!

Ulysses (09:47): Espero que alguém tenha morrido para você ler minhas mensagens as três da manha e não me responder.

Ergui meus olhos do celular e esfreguei minha testa.

Estou fodido de verde e amarelo...

Lulian não podia me deixar por nada na porta de casa, se acaso o fizesse, meu pai iria me torrar, e era capaz de Joana me botar a ponta pés para fora da casa dela.

Em vez de fazer o que ele pediu, eu peguei a blusa dele, aquela que ele havia usado ontem, a que eu lembrava tão bem de ele usando sentado no bar e acabei trocando pela minha. A final, quem não quer loucas recordações de ferias loucas? Bem, eu queria.

Larguei a minha em cima da cama, e peguei todo o resto das minhas coisas, como carteira, e celular, até por que acho que a chave do carro devia estar com Nandi.

A seguir, me senti o James Bond, sai apressado escadas abaixo e fui totalmente e silenciosamente ao sentido contrario que Lulian havia dito. Me encontrei em uma das casas mais perfeitas que eu ja tinha visto. Nem naquela edição especial da época que minha mãe estava editando sobre as casas das socialites tinha tanta luxuria e bom gosto ao mesmo tempo.

As cores light, os sofás brancos, as janelas enormes com suas molduras esculpidas em madeira, e tudo muito iluminado e cheiroso. Estava impressionado com o bom gosto desse povo, ou esse povo era muito rico e estava nem ai pra onde colocavam o seu dinheiro, ou esse povo era louco mesmo de ficar em um estado tão morto e sem graça.

Ouvi no fim da casa o barulho de um fogão sendo aceso, e eu sabia que Lulian estava lá fazendo algo para comermos.

Eu até achava ruim fugir desta forma, sem ao menos deixar meu numero de celular, o que eu queria mesmo era me agarrar no pescoço do cara e sair rolando no carpete beje da sala...

Sai pela porta da frente e descobri que a caminhada até a porta do condomínio era longa, mas nada que uma boa corrida de ressaca não ajudasse. O problema foi que quando cheguei ao fim do condomínio quase morri, mas já sabia que tinha que fugir logo, caso contrario haveria uma mera possibilidade de ele vir atrás de mim.

Sair do condomínio não foi assim tão difícil, somente fui portão a fora e ninguém contestou nada, o porteiro nem tentou descobrir de onde eu vinha, e não que eu achasse isso errado, mas também não achava certo. Mais um ponto negativo em goiás.

Agora, eu me recusava em usar um moto tax, e não iria achar um tax nesta cidade pequena de forma alguma, não um á essa hora de uma sexta feira de feriado.

A coisa é ir apé.



Correndo (Romance gay) Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora