Capitulo 14 O gostosão do bar

649 49 6
                                    

Nunca havia ficado tão estressado por uma coisa destas, na maioria dos casos, eu esquecia depois de um bom gole de vodka. O problema é que nem depois de duas shots de tequila pura, ainda não havia parado de coçar o couro da cabeça.

Batuquei meus dedos no balcão do mini bar, enquanto via Nandi pulando entre dois caipiras musculosos, tristemente, muito gostosos.

Acabamos indo até uma das boates em que ainda não havia tido o desprazer de tocar meus pés.

A boate era totalmente diferente das de São Paulo. Eu não digo isso por que favorito meu querido estado, mas sim por que em qualquer boate em que tocássemos os pés por lá era totalmente insana e digamos que confortável.

Sempre tinham muitas cores conectadas e um som tecno na maioria das vezes excelente.

Mas ao ver essa boate toda no preto, com a estrutura quadrada, luzes frenéticas, e um mix de funk e sertanejo universitário... Digamos que eu brochei.

A cada gole de bebida, algo gritava no fundo do meu cérebro:

Ulysses.

Mordisquei a borda do copo e pedi mais uma doze de tequila. O barmem só me deu uma olhada de rabo de olho, e entregou a bebida para mim.

- Bebida mais irritação é igual a catástrofe.

O cara no balcão me pegou desprevenido quando disse isso, e ele tinha um sotaque muito incomum. Ele estava sentado ao meu lado tomando uma cerveja.

Logo prendi os meus meus olhos nele, o que não era uma coisa muito difícil de se fazer sabendo que o cara era um deus. Ele era quase careca e loiro, mas de um jeito fofo e proposital, sem entradas ou essas coisas. Tinha um nariz na medida certa, e uns olhos verdes escuros que causariam inveja em qualquer mulher. A blusa meramente apertada contra o seu abdômen e braços marcavam uma belíssima tribal que se sobressaia em seus muculos do braço.

- Ou eu bebo, ou eu mato. - comentei sem muitas palavras.

- Então é melhor beber, Com certeza sua namorada vai te levar para emergência quando tiver um coma alcoólico. - O garoto deu um sorrisinho insolente.

Ergui uma das minhas sobrancelhas, Nandi com certeza não agia como minha namorada, mas será que eu tinha cara de idiota? Corno adestrado pra não falar manso?

- Ela não é minha namora.

Quando eu falei isso foi impossível não rir, pois me lembrei que quando era pequeno, nós havíamos nos beijado e nossos aparelhos se grudaram. Lembro da minha mãe rindo com um alicate e nós dois presos por boas três horas.

- Ta rindo do que ein? - perguntou o cara desta vez olhando para mim.

Molhei meus lábios com a lingua e respondi:

- De nada em particular.

Notei o garoto com os olhos nos meus lábios, mas foi por somente alguns centésimos, por que logo ele levantou os olhos para os meus e esticou a mão.

- Sou Lulian Bald.

- Lurian? - falei pegando sua mão.

- Se fala Lurian, mas se escreve Lulian. - disse sorrindo.

Muito provavelmente não lembraria nem de como se fala e nem de como se escreve seu nome amanha, mas o que custava tentar socializar com o senhor gatão que parece não ser da qui?

- Sou Hector August. Se fala do mesmo jeito que se escreve.

O garoto me deu um sorriso muito intenso, e eu soube neste momento que ele estava com certeza flertando comigo.

- Então, Lulian com 'l', você é daqui? - perguntei bebendo a shot de tequila.

- Não.

- Da onde você é?

- Reggio di Calabria, conhece?

Ergui meus olhos instantaneamente.

- Sim, italia! A cidade na ponta da bota! Pitágoras de Reggio e Ibico! - disse empolgado - Fiquei uma semana com a minha mãe... Ela fez uma reportagem cultural sobre a importância das escolas filosóficas e artísticas do seculo V.

Lulian havia até virado um pouco sua banqueta para prestar atenção no que eu estava falando.

Parecia que ele não via muitas pessoas que sabiam algo sobre a sua cidade.

- Que foi? - perguntei olhando para o seu rosto meramente impressionado.

- Se eu dissesse que não era nada, seria mentira.

Naquele momento nossos olhos se prenderam e eu senti alguma coisa, mesmo que alguma coisa muito estranha, mas ainda sim era algo.

Seus olhos estavam me checando, avaliando de uma forma muito mais quente do que jamais fui olhado.

- E você? É daqui?

- Não, sou de São Paulo. Só meu pai é daqui.

- Então está curtindo um pouco por aqui.

- Acho que sim.

- Acha?

Olhei para a ponta do meu sapato e considerei o que falar.

- Acho.

Afinal, menos é mais.

Pareceu que ele ia falar algo, mas Nandi meio que estragou tudo pulando nas minhas costas.

- Hec! - ela cantarolou na minha orelha - Vamos dançar!

Olhei para Lulian, que voltou a sua posição bebericando sua bebida e nos olhando de rabo de olho.

- Não Nandi, não to afim.

- Ah! Ainda está irritado por causa do bolo? Tenha dó! Vamos beber! - ela falou se pendurando na bancada entre eu e Lulian pedindo seis doses com o cartão de credito na mão - A coisa é essa, três para cada.

- E o carro? - disse levantando os olhos.

- Go taxi! Hello!

Eu ri disso.

Bebendo aquelas três shots enquanto olhava para Lulian eu percebi que meu humor havia melhorado cem por cento.



_____________________________________________________


Ueeee, e ai? Quem está gostando de Lulian, meu boy magia Italiano gostosão? <3

Deixem nos comentários quem vocês gostariam que tivesse um romance ardente com Hec!

Beijão gatinhos e gatinhas <3

Correndo (Romance gay) Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora