Capitulo 19 Sentiu minha falta?

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Eu podia admitir que estava realmente mais impressionado ainda por ver o seu quintal rebaixado com uma piscina enorme no andar de cima, o que eu na verdade estava sim. Eu estava sendo muito mais caipira do que eu achava que a maioria dos Goianos eram por subestimar a arquitetura deles.

Essa casa era facilmente comparada com as mansões que se espalhavam pelos condomínios milionários de Sampa.

Enquanto eu vislumbrava o ambiente, Joana foi feliz da vida com o meu pai calado do lado da forma mais respeitosa o possível e cumprimentou uma mulher muito elegante que estava conversando com algumas outras enquanto bebia vinho.

- Ah, Elena! Como é bom ver você!

A mulher parecia que levou um choque, foi como se Joana lhe tivesse dado um tiro com as suas palavras.

- A quanto tempo querida! - a mulher continha um leve toque de italiano em seu sotaque, só que não era do mesmo jeito que Lulian.

O seu sotaque se parecia o de alguém que somente havia morado por lá um tempo, mas ela ainda tinha um pouco de sotaque carioca, o que me levava a pensar que ela era brasileira.

- Sua festa está perfeita! - disse Joana com entusiasmo.

- Ah, muito obrigado, querida. - a mulher disse.

Ao meu ver ela parecia desconfortável com a presença de Joana, e eu tinha quase certeza que não lembrava o seu nome.

Ignorei o que Carol estava tagarelando do meu lado e observei a cena.

A tal da Helena estava vestida com um vestido simples de renda negra e flores que caiam até os seus pés.

Arregalei os olhos quando notei qual vestido era.

- Desculpe-me, - interrompi o que Joana estava para falar - esse vestido é um Valentino da coleção Frida Kahlo original? - perguntei admirando.

Pelo que eu sabia, o vestido só havia sido produzido originalmente duas versões do mesmo, e esta mulher não tinha cara de que usava uma copia falsa.

A mulher arregalou ou olhos para mim e passou a mão sobre a seda florida.

- É sim, como sabe? - falou com um sorriso satisfeito.

- Eu o vi no desfile de dois e quinze, e eu devo admitir que o vestido é uma beleza. - disse lhe dando um sorriso.

A mulher se virou para mim, largando de lado as amigas e Joana.

- Mas que coisa, saber sobre moda é muito feminino, Hector. - falou Joana de uma forma debochada.

O meu pai já estava do outro lado, então não pode ouvir o que sua esposa venenosa me disse, mas eu realmente não sabia se iria falar algo se tivesse ouvido de qualquer forma.

Eu a olhei de cima a baixo, mas ignorei o que ela disse, assim como a mulher a minha frente e as suas amigas que havia acabado de notar sobre o vestido de Helena.

- Você foi no desfile? - perguntou Helena sorrindo.

Ela era mulher mais velha, aparentemente, como talvez quarenta ou mais. Tinha um cabelo loiro morango cacheado que ficava preso em um coque rodeado de perolas, porém muito discreto e feminino. Nandi iria amar isso.

- Infelizmente, neste eu não fui. Mas ano passado, eu tive a felicidade de comparecer no desfile em Milão da Burberry. - comentei com ela.

- Nossa, que amor! O que você faz? - ela perguntou, agora suas amigas estavam todas a minha volta.

Acabou que as mulheres me monopolizaram, começaram a me fazer perguntas sobre o que eu fazia, quem eu era, onde eu morava. Quando contei que era filho de Fernando, e que Joana era minha madrasta, ouvi Elena tossir com dó de mim, porém Joana não pareceu perceber isso, ela estava constantemente me interrompendo e falando coisas sem sentido aos quais faziam as mulheres revirarem os olhos e coisas parecidas.

Correndo (Romance gay) Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora