Capitulo 4 Eu ja sei

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Depois de um tempo respondendo perguntas repetitivas das adolescentes, a comida chegou. Devorei tudo sem dó, recebendo algumas exclamações das garotas que achavam que comida japonesa era repulsiva, mas eu amava. Me lembro de sempre comer com a minha mãe no japa ao lado de nosso apartamento. Fazíamos disso uma experiência semanal, todas as terças comíamos o rodízio se lambuzando de salmão, lula e tudo que tínhamos de direito.
Dei uma pequeno sorriso enquanto lambia os dedos sujos de shoyo.
Naquele mesmo momento, enquanto eu encarava meus dedos recém lambidos, alguns garotos vieram cumprimentar minha irmã e as outras.
- Ei Cecilia! - gritou um dos garotos.
- O idiota! - gritou um outro do outro lado pegando uma das mesas - Cade meu celular?!
O garoto que havia gritado, tinha o cabelo castanho e muito curto. Seu corpo era mediano, e a pele era manchada por pintinhas que pareciam respingos de tintas caídos por uma delicada pele branca.
Eu não me considerava gay, mas ja havia ficado com alguns garotos em São Paulo, e havia valido a pena. Me sentia atraído por ambos os sexos, mas até agora não havia visto nada que valesse a pena.
- Eu já disse que não peguei seu celular. - reclamou o garoto enquanto ainda estava com as mãos nos ombros da minha irmã.
- Sabia que você ia perder ele idiota!
As garotas a minha volta estavam rindo da discussão de ambos os garotos, e não era de me admirar, pois a ênfase que o caucasiano colocava no 'idiota' era de matar alguém de tanto rir.
- Hector, esse é meu namorado Alam, e o outro é o Pedro, ou se quiser pode chamar ele de Tuica.
Pedro inflou o peito e bateu o pé no chão ao ouvir o apelido.
- Tuica é esse gordo do seu namorado que vive pegando o que não é dele e perdendo!
- Olha a boca! - gritou a menina que estava discutindo com a Maria para ver quem iria na frente.
Oa olhos do garoto irritado pousou nos meus, se alargando singelamente, da mesma forma ao qual os meus haviam se alargado quando havia dado de cara com seu belo e delicado rosto pintado de porcelana.
Porém quando ele abriu a boca, amei não ter comigo um taco para dar-lhe no meio da fuça.
- Esse ai que é o playboysinho afetado que ta morando na casa do Bruno?
Cecilia engasgou com o refrigerando, quase cuspindo ele todo no namorado que agora estaca agachado ao seu lado.
- Tuica! - ela censurou.
- Que é? Ele já até deve saber que Bruno não gosta dele, ele não esconde isso de ninguém!
- Como você é rude!
- Rude são vocês que ficam guardando segredo do menino.
Dei um pequeno sorriso. Eu tinha até cara de ser mais novo, mas apostava que ele não sabia que eu era mais velho, e que também já estava no terceiro ano de faculdade.
Entrar na faculdade com dezesseis era para poucos.
- É, eu percebi sim. - disse somente, recebendo um olhar de Cecilia, ao qual eu não consegui entender.
Era dó?

Correndo (Romance gay) Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora